Uma
sequência sempre possui o fardo de, se não ao menos igualar, superar seu
antecessor. Diversos quesitos entram em discussão em um caso desses, como, por
exemplo, se a continuação foi produzida apenas com o objetivo de lucrar, que
características marcantes do original permaneceram e o que foi inovado.
Considerando que a maioria não consegue produzir uma sequência de qualidade
decente ao primeiro filme, Invocação do Mal 2 destaca-se e faz justiça à todas
expectativas criadas em torno de si.
Confesso que o trailer não me animou muito, apesar de
conter todos os elementos necessários para despertar a curiosidade de quem o
assiste e, por isto, não me empolguei. Porém, ao começar a ver o filme (já em
casa, e não nos cinemas), este me ganhou completamente ao iniciar da mesma
forma que o primeiro, explorando um caso que não é o foco principal da trama.
Possuindo um lado mais urbano que seu antecessor,
Invocação do Mal 2 ambienta-se em diversos cenários , mas, claro, a casa onde o
enredo desenvolve-se ganha maior destaque. A atmosfera apreensiva e tensa
também se faz muito presente, e isto se deve bastante às excelentes atuações
dos atores, principalmente das intérpretes de Janet e Lorraine (destaque para
as visões desta trabalhadas muito bem dentro da trama e fantasticamente
interpretadas).
Conseguindo criar antagonistas memoráveis ao impor
todo um clima bizarro e amedrontante na figura do Homem Torto, angustiante na
temível freira e horrendo no velho (personagens muito bem construídos e
valorizados), o longa ainda arruma tempo para um marcante momento de
descontração ao Ed cantar e tocar violão alá Elvis Presley. Além, como a
maioria dos filmes do gênero, a trilha sonora e a ambientação noturna e chuvosa
são bem utilizadas para criar a atmosfera desejada. Igualmente vale ressaltar a
aparição do tão assombroso e enigmático Tabuleiro Ouija, que muitos acreditam
ser o responsável por todo o tormento despertado.
Contudo, o que realmente caracteriza o filme, o inova
e nos deixa refletindo, é a discussão imposta à respeito de farsas arquitetadas
envolvendo o sobrenatural apenas para lucrar sobre sua divulgação. Polêmica
esta discutida até os dias de hoje a respeito do caso real, caso que repercutiu
mundialmente e que a mídia acompanhou completamente e atentamente desde seus
primórdios até seu desfecho, como muito bem representado na película (assim
como muitos outros momentos que aconteceram exatamente como na vida real,
embora vários outros tenham sido inventados). Mesmo controverso, na realidade
nada nunca foi provado ser falso.
Com um final emocionante para um filme de terror
(apesar de eu o considerar mais suspense), Invocação do Mal 2 ainda dedica uma
cena à aparição da boneca Annabelle que, por conta da franquia, ganhou um filme
solo (assim como a freira irá ganhar).
Novamente conduzido com maestria por James Wan (que
recusou uma proposta milionária para dirigir Velozes e Furiosos 8 simplesmente
por amor à franquia), o longa em certas passagens nos recorda a aclamada série
Supernatural devido a uma dupla investigadora e o teor arrepiante. Também vale
destacar uma frase bastante citada no filme que se mostra um de seus principais
alicerces e nos transmite uma mensagem: “Às vezes é preciso acreditar quando
ninguém mais acredita”.
Já nos créditos, o filme ainda nos apresenta fotos e
áudios do caso real e termina magistralmente com chave de ouro.
Matheus J. S.
Assista e
Kontamine-se
Avaliações:
IMDb:
7,6
Rotten:
80%
Adoro
Cinema (usuários): 4,6
Kontaminantes
(Matheus J. S.): 10
Ficha Técnica
Resumida (Wikipédia):
Estados Unidos
2016 • cor • 133 min |
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Direção
|
James Wan
|
Produção
|
Peter Safran
Rob Cowan |
Produção executiva
|
Walter Hamada
Dave Neustadter James Wan |
Roteiro
|
Chad Hayes
Carey W. Hayes James Wan David Leslie Johnson |
Elenco
|
Vera Farmiga
Patrick Wilson Frances O'Connor Madison Wolfe Simon McBurney Franka Potente |
Gênero
|
Terror
|
Música
|
Joseph Bishara
|
Distribuição
|
Warner Bros. Pictures
|
Lançamento
|
10 de Junho de 2016 (EUA)
|
Idioma
|
Inglês
|
Orçamento
|
US$ 40 milhões
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Receita
|
US$ 444 458 297
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