9 de setembro de 2017

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Drive

Pôster


Os carros sempre foram um potente combustível nos filmes de ação, seja para confecção de corridas clandestinas, perseguições desenfreadas ou algum outro propósito mais específico. Talvez pela adrenalina ou a imersão no impossível, longas como Velozes e Furiosos (confira) e Mad Max: Estrada da Fúria (leia aqui), apesar de distintos, relacionam-se ao contexto e fazem bastante sucesso. Em Drive, a aclamação também se faz presente, contudo num drama sem muito a oferecer, mas que não peca quando o assunto são fugas e sangue.
Com os primeiros dez minutos bem empolgantes, o longa transmite uma percepção equivocada a seu respeito, visto que as sequências iniciais são dinâmicas, e a película lenta. Por conta deste andar gradativo, o filme não envolve o espectador, já que seus pioneiros segmentos apresentam uma atmosfera frenética que incita o público, porém que logo vem a ser deixada de lado e quebrar um bom ritmo que ansiava por ser mantido. Após, segue-se um primeiro ato arrastado destinado ao desenvolvimento de relações entre os personagens e a familiarização para com a personalidade introspectiva e misteriosa do protagonista. O longa só vem a deslanchar em meados do segundo ato, no entanto a reintrodução do frenesi não vem a surtir o mesmo efeito de antes, considerando que a falta de destreza ao conduzir a trama possa ter amenizado o entusiasmo do espectador e o saturado com um arco que, embora sustente o enredo, não se mostra instigante. Já no terceiro ato os diálogos ganham uma maior importância e as tensões se elevam. Todavia, o principal problema de Drive é oferecer algo que se dispõe tardiamente a vender.
Possuindo uma história relativamente simples, a película não objetiva aonde quer levar seu público, o que acaba por insinuar uma falta de foco, visto que o resultado final não tem nada de especial e a ausência de definição do entrecho sempre sugere um algo a mais que jamais acontece. Entretanto, o filme também tem pontos positivos. Usufruindo de um elenco grandioso, Ryan Gosling fica com o destaque principal na interpretação contundente do motorista, um sujeito inteligente, determinado e atencioso; Carey Mulligan tem uma boa performance na pele de uma mulher em dilemas e apaixonada; Oscar Isaac representa consentaneamente um homem desconfiado e em busca de uma nova vida; Bryan Cranston está convincente em seu papel quase quê de um tutor, assim como Albert Brooks sob a fria e calculista ótica de Bernie, e Ron Perlman não tem tempo de tela suficiente para poder ter uma avaliação acima de indiferente e característica à sua pessoa. A trilha sonora é presente e enfática, a fotografia, iluminação e passagens em câmera lenta são marcantes e denotam um estilo. As cenas mais agitadas são coerentes e nítidas, e a violência gráfica, mesmo sem exageros, ganha impacto quando usada, ademais de cadenciada, devidamente utilizada e nunca gratuita.
Drive é um filme tematicamente pouco relevante, mas que a partir de sua segunda metade se torna divertido e interessante.
Matheus J. S.

Assista e Kontamine-se

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Ficha Técnica (Adoro Cinema):
Data de lançamento (Brasil): 2 de março de 2012 (1h 40min)
Direção: Nicolas Winding Refn
Elenco: Ryan Gosling, Carey Mulligan, Bryan Cranston...
Gêneros: Ação; Suspense
Nacionalidade: EUA

Avaliação:
IMDb: 7,8
Rotten: 93%
Metacritic: 78%
Filmow (média geral): 3,9
Adoro Cinema (usuários/adorocinema): 4,2/4,5
Kontaminantes (Matheus J. S.): 6

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