Roteiro fantástico, direção incrível, atuações
impecáveis, personagens carismáticos, caracterização majestosa... Logan.
Os filmes dos X-Men geralmente não são
lembrados pela qualidade, algo que aparentava mudar após Primeira Classe, mas
não mudou. Wolverine, uma das figuras mais icônicas do grupo, também nunca pôde
se orgulhar de uma adaptação cinematográfica fiel e condizente à sua postura,
caráter e estória, mas felizmente Logan está aí para ir contra esses
paradigmas. Com uma sequência inicial que exalta a natureza do longa e reflete
a essência violenta que desde os quadrinhos acompanhou o carcaju, o longa não
se restringe quando o assunto é sangue e palavrões, o que o permite abranger
âmbitos antes não abordados por conta dos limites impostos consequentes da
faixa etária. Essa autonomia acarreta uma fluidez e verossimilhança que o
distingue das películas anteriores, salientada pela condução brilhante de James
Mangold (Identidade, Johnny e June, Os Indomáveis, Garota, Interrompida…) que
coordena a produção com versatilidade sem perder o gancho visceral que a
cadencia, o que justifica-se pela alternância natural entre um contexto
doméstico e familiar e o âmago conflituoso dos personagens, que remete a
autodestruição (Logan), redenção (Charles) e liberdade e aceitação (Laura).
Além, a classificação R-rated do longa não o faz prepotente, já que sua
atmosfera brutal jamais torna-se gratuita e a não utilização de outros aspectos
de teor adulto que pudessem comprometer a obra com segmentos desnecessários e
pouco prolíferos é certeira.
Sustentado pelas esplêndidas performances,
Logan consegue usufruir o melhor de Hugh Jackman, que interpreta contundente e
deslumbrantemente um Wolverine sofrido, desgastado, atormentado, vulnerável e
viciado, o espectador sente a alma melancólica e corroída do personagem abater
sobre si. Igualmente sensacional em seu papel, Patrick Stewart representa um
homem instável e fragilizado, mas esperançoso, enquanto Dafne Keen, de forma
irretocável, uma garotinha feroz, selvagem, convicta e imponente, ao mesmo
tempo que em descoberta do mundo, protetora, sensível e cativante. Corroborando
aos gloriosos desempenhos, a maquiagem espetacular condiz e exalta a
personalidade das personas, principalmente em relação ao carcaju salientando
sua debilidade física. Ademais, a química entre os três protagonistas é ótima,
o que rende bons momentos de descontração e afetividade.
Entretanto, Logan também possui problemas. A
trilha sonora é inexpressiva e não dialoga com o impacto esperado com as
melhores passagens, a figura do Caliban poderia ter sido melhor aproveitada e a
pausa no meio da trama é forçada, indulta e genérica. Em contraparte, as
referências funcionam ao brincar com a própria película e a ausência de
informações a respeito da linha temporal não pesa.
Com um desfecho emocionante e comovente, Logan,
em suma, diverte, entretém e proporciona o quê todo fã mais anseia: uma
despedida digna de um personagem respeitável.
Matheus J. S. 9,5
Logan é um exemplar de fechamento de trilogia
que chega a um patamar que poucos conseguem alcançar. Alguns fatores como linha
temporal e realidades paralelas que margeiam o universo dos X-Men e subsequente
do Wolverine contribuem para que os responsáveis pela produção tenham uma
grande gama de opções por qual caminho seguir. Para nosso deleite, o escolhido
foi um acerto em cheio na mosca.
Hugh Jackman deixou a sua melhor interpretação
do icônico personagem para este filme, junto com Patrick Stewart e Dafne Keen que surpreendem em suas performances. Enredo dramático que não nos deixa desviar
a atenção nem por alguns segundos, tem como principal foco o lado mais humano,
onde os superpoderes agem como simples coadjuvantes que são dirigidos pelos
sentimentos e necessidades comuns de qualquer simples mortal, além de uma fuga que
se assemelha a viagem de uma família problemática que rende uma subtrama
interessante e convergente à principal.
Sem grandes apelos para os efeitos
especiais exagerados, os mais frequentes estão relacionados com as lutas, principalmente
as que remetem ao lado mais selvagem dos personagens. Algumas cenas lembram
momentos de outros longas: Origens: Wolverine; Mad Max 3: Além da Cúpula do
Trovão; Mad Max: Estrada da Fúria (leia aqui) e X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido (mais
especificamente a épica cena do Mercúrio). De uma sutileza na produção das
mesmas, fica a dúvida se foram concebidas com este propósito ou é apenas mera coincidência,
ainda podendo ser uma peça pregada pela memória deste mero espectador. O humor
se faz presente com referências as HQs e souvenirs.
Finalizando, este filme é o melhor envolvendo o
personagem e só comete um pequeno deslize ao não conter em sua trilha sonora o
que foi apresentado nos trailers.
leonejs. 9
Dificilmente vemos um “filme de herói” tão bom
como este, e muito menos com tanta violência e próximo da realidade como Logan
é, nem mesmo seus antecessores (sendo que entre estes assisti completo apenas a
Origens: Wolverine). Mas desta vez a agressividade que antes era presente por
causa de Wolverine, agora é também por boa parte de Laura, uma jovem mutante
que precisa chegar em um certo lugar para conseguir fugir de um grupo que a
está perseguindo.
Um aspecto que com certeza faz a diferença
neste longa são os personagens que já conhecemos, estes que estão velhos e não
conseguem mais usar seus poderes como antes. O Professor Xavier até mesmo não
se lembra de quem é em certos segmentos, enquanto Logan está trabalhando para
conseguir o dinheiro necessário e levar Xavier para um lugar mais seguro.
Este é um filme muito bom, e com certeza vale a
pena assisti-lo, até quem não assistiu ou leu os X-Men.
Murillo J. S. 9
Assista e Kontamine-se
Comente e Siga Nosso Blog
Ficha Técnica
(Adoro Cinema):
Data de lançamento (Brasil): 2 de março de 2017 (2h
17min)
Direção: James Mangold
Elenco: Hugh Jackman, Patrick Stewart, Dafne Keen…
Gêneros: Ação; Ficção científica; Aventura
Nacionalidade: EUA
Avaliação:
IMDb:
8,2
Rotten:
93%
Metacritic:
77%
Filmow
(média geral): 4,3
Adoro
Cinema (usuários/adorocinema): 4,6/5,0
Kontaminantes (média): 9
Nenhum comentário:
Postar um comentário