O tema viagem no tempo se prolifera aos montes
no mundo do entretenimento. Filmes, séries, livros, animes, hqs... a
diversidade de estórias é infinita, assim como seu público, afinal, a ideia de
poder mudar seu passado ou vislumbrar seu futuro é extremamente atrativa.
Entretanto, será que ainda é possível ser inventivo em tal âmbito?
De imediato respondendo à questão acima,
Looper: Assassinos do Futuro é uma produção criativa. Audacioso desde sua
própria premissa, o longa logo de cara vai contra os estigmas do gênero ao
colocar cara a cara seu protagonista com ele mesmo do futuro (não é spoiler,
isto está na sinopse e no trailer). Películas similares geralmente não utilizam
tal empreitada, principalmente por conta dos supostos e consequentes paradoxos,
o quê já se mostra um diferencial em Looper. A confecção da mitologia
igualmente se vê atribuída de virtudes, seja no que diz respeito as peripécias
do arco central, seja na construção dum mundo futurista semelhante ao de hoje,
porém incrementado com sutis detalhes que enriquecem sua conceição e o tornam
crível.
Apesar da direção moderada de Rian Johnson que
não se dá o luxo de grandes técnicas apuradas ou exorbitantes inovações, um dos
principais fatores para o engajamento do espectador deve-se ao ritmo fluido e
dinâmico que alicerça o enredo. Este, praticamente desprovido de fórmulas
prontas (ainda assim, elas existem), instiga consoante algumas incógnitas e
surpreende mediante suas respostas, além de nunca perder a cadência enérgica
citada que, do início ao fim, mantém incandescente o entretenimento. Ademais,
corroborando ao divertimento em tela, destacam-se os segmentos mais ágeis que
são 100% empolgantes e um eficiente slow motion que ornamenta as cenas para as
quais se apresenta.
O roteiro, além de sua funcionalidade
escapista, também é desenvolvido de forma simples e compreensível mesmo
envolvendo viagem no tempo (mas não o suficiente para impedir que os
"malucos de plantão" teorizem acerca), ao passo que demonstra
contundência em suas acometidas mais sérias. Isto é, o longa, embora de modo
delicado, trabalha questões que abrangem a dignidade e honra do homem, ademais
de impor dilemas éticos e incisivos a seu protagonista. Questões que abordam o
reconhecimento de si perante os olhares de segundos igualmente encontra espaço
num plot adjacente que, mesmo reflexivo e progenitor de bons momentos cômicos,
não é necessário. Todavia, apesar dos elogios até então ao script, este comete
alguns deslizes, como, por exemplo, os poucos clichês dos quais não foge, sendo
o mais incômodo aquele concernente a um romance obvio e banal. No mais, mesmo
que no elenco se sobressaiam nomes como Bruce Willis, Joseph Gordon-Levitt,
Emily Blunt e Paul Dano, as atuações são apenas regulares, já que os papeis não
requerem mesmo nada mais extraordinário.
Em suma, Looper: Assassinos do Futuro é um
filme bem escrito, cuidadoso, tangível a todos os gostos, que peca pouco e certamente
vale ser assistido.
Matheus J. S. 9
A viagem no tempo é um dos temas mais
explorados na ficção científica desde sua concepção. Recorrente dentre os
variados meios do entretenimento, com tramas simples, envolventes, complicadas,
malucas e por vezes até desconexas, é fato que geralmente as reflexões
envolvidas faz com que quem aprecia esse tema fique um bom tempo analisando as
possibilidades que lhe foram apresentadas.
Looper é mais um exemplar da sétima arte que
explora a questão, seu enredo envolve o assassinato de vítimas vindas do futuro
para um presente distópico, o qual gera uma nova classe profissional para
suprir esta necessidade. O enredo é movido pela viagem no tempo, com ênfase no
laço de repetição e uma pequena parcela de poderes sobre-humanos.
Três pontos chaves sustentam a trama e prendem
o espectador, sendo estes: o início do laço; o fim do mesmo e as alterações do
futuro que podem acontecer por eles. Pontos estes que dão um nó na mente e
instigam a verificação de vários paradoxos temporais na procura do que melhor
se encaixa no contexto, e quando temos uma teoria que parece contemplar a
questão nos deparamos com detalhes ou comentários que a contradizem, então
vemos indo por água abaixo e o processo analítico iniciar novamente.
Fora o garotinho e algumas cenas com sua
presença, não há muito para destacar além do enredo e contexto. Bruce Willis
agrega somente seu nome à produção e oferece o comum de seus personagens
medianos. Joseph Gordon-Levitt também não precisa desenvolver algo mais com seu
personagem e chama a atenção por sua maquiagem um tanto diferente. Efeitos
visuais, quando existentes, são suficientes para cumprir o seu dever. Cenários
simples que em alguns momentos lembram o filme Interestelar, um futuro onde
novas e velhas tecnologias coexistem.
Bom filme, cumpre o que é proposto, prende a
atenção, gera expectativas e induz as dúvidas, fácil de ser assistido mais de
uma vez em pouco espaço de tempo e com maior afinco.
leonejs. 8
Assista e Kontamine-se
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Ficha Técnica (Adoro Cinema):
Data de lançamento (Brasil): 28
de setembro de 2012 (1h 50min)
Direção: Rian Johnson
Elenco: Bruce Willis, Joseph Gordon-Levitt, Emily
Blunt…
Gêneros: Ficção científica; Ação
Nacionalidades: EUA e China
Sinopse (Google):
Na sociedade futurística de 2074, a viagem no
tempo só está disponível a quem é capaz de pagar por ela no mercado negro.
Quando os mafiosos querem eliminar alguém, eles enviam o alvo ao passado, onde
um matador de aluguel conhecido como "Looper" aguarda com a arma na
mão. Joe é um desses assassinos contratados, e ele faz muito bem esse trabalho.
Entretanto, as complicações surgem quando ele descobre que seu chefe decidiu
fechar o ciclo e enviar o Joe do futuro de volta no tempo para matá-lo.
Avaliação:
IMDb:
7,4
Rotten:
93%
Metacritic:
84%
Filmow
(média geral): 3,6
Adoro
Cinema (usuários/adorocinema): 4,1/3,5
Kontaminantes (média): 8,5
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