Antiquado, obsoleto, retrógrado, ultrapassado,
velho... todas estas expressões podem ser aplicados ao filme, mas Sexta-Feira
13 ainda continua a ser um marco de sua época.
Embora clichê hoje em dia, Sexta-Feira 13 foi
inovador em seu período. Pioneiro junto de Halloween (1978) na apresentação da
Final girl, o longa já inova ao subverter determinados conceitos do respectivo
termo que mais tarde viriam a se popularizar no gênero. Também destaca-se a
imagem dos jovens como centro das atenções, estes que são impostos a prezar o
estereótipo estadunidense do adolescente despreocupado acercado por sexo e
bebidas. Apesar de atualmente ser um recurso redundante e blasé, naqueles
tempos era usado de praxe e podia até ser considerado inusitado. Outro ponto
interessante a realçar refere-se ao protagonismo da película que só vem a ser
definido pra lá de sua metade. (SPOILERS A SEGUIR)
Da mesma forma, mostra-se ousado e um diferencial para a época a escolha dum
antagonista feminino. Jason, emblemática figura da franquia Sexta-Feira 13, é
apenas mencionado e tem uma curta participação como criança. (FIM DOS SPOILERS)
Igualmente inventivo, para década de
lançamento, no que diz respeito ao uso da câmera subjetiva, tal artifício, além
de instigar a tensão, serve para surpreender o espectador com relação à
identidade do assassino. Concernente a conceição deste, suas motivações são
suficientemente bem arquitetadas para que o público as compreenda com o menor
grau de julgamento. Ademais, conforme a tensão acima exaltada, o quê muito
corrobora para ênfase da apreensão deve-se a cacofônica trilha sonora
pontualmente executada. Esta, aliada aos convincentes efeitos e maquiagem de 38
anos atrás, reabilita imediatamente a empolgação do assistente que pode
momentaneamente ser afetado pela lentidão do filme que se propaga por
determinados momentos.
A abdicação do emprego de jumpscares - engenho
de uso frequente em produções similares - também deve ser considerada, visto
que, para incitar o clima aterrador, se avulta a ambientação noturna e chuvosa
sublinhada pelo repertório macabro de Crystal Lake esporadicamente citado, bem
como a cabalística data que sexta-feira 13 representa popularmente e no longa.
Todavia, apesar dos eficientes métodos de concepção atmosférica, o apogeu
desta, que seria a morte dos personagens, torna-se ineficaz consoante a
ausência dum laço entre os mesmos para com o espectador. É insensível por parte
do roteiro não estabelecer este vínculo, já que, quando não há simpatia pelas
figuras em tela, consequentemente o impacto das mortes é inibido. No mais, vale
ressaltar o desfecho da película que, embora satisfatório, poderia ter sido
adiantado em um minuto.
Sexta-Feira 13, hoje, é um filme batido e
deficiente dum aspecto singular que pudesse tê-lo marcado como uma obra única e
o elevado um patamar acima. Entretanto, é um clássico responsável por
influenciar dezenas de produções vindouras e um dos precursores do subgênero
slasher.
Matheus J. S.
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Leia Também:
Ficha Técnica (Adoro Cinema):
Data de lançamento (Brasil): 1 de
dezembro de 1980 (1h 36min)
Direção: Sean S. Cunningham
Elenco: Betsy Palmer, Adrienne
King, Jeannine Taylor…
Gêneros: Terror; Suspense
Nacionalidade: EUA
Sinopse (Adoro Cinema):
Em 1958, um casal de adolescentes foge de um
acampamento para passar uma noite romântica juntos, mas os dois são perseguidos
por um assassino e mortos a facadas. Em 1979, os dirigentes do acampamento
Crystal Lake decidem reabrir o local, apesar do trauma que ainda marca a
cidade. Quando novos monitores são contratados, eles começam a desaparecer mais
uma vez, assassinados brutalmente, um por um.
Avaliação:
IMDb:
6,5
Rotten: 61%
Metacritic:
19%
Filmow
(média geral): 3,4
Adoro
Cinema (usuários): 3,2
Kontaminantes (Matheus J. S.):
7,5
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