Se em 2013 estreava Truque de Mestre, 3 anos
mais tarde chegava aos cinemas Truque de Mestre: O Segundo Ato. Por mais que
possa parecer incrível, já estamos em 2018 e tenho de admitir que ainda não
havia conferido a sequência. Agora, será que a demora foi equívoca, ou Truque
de Mestre 2 é mesmo um filme para ser esquecido?
Enquanto o longa de 2013, mesmo com seus
deslizes, apostava quase que exclusivamente num roteiro recreativo e
despretensioso, O Segundo Ato peca exatamente em seus excessos. Ao beber da fonte
"Velozes e Furiosos" que preza o absurdo como princípio fundamental
de seu enredo, Truque de Mestre 2 se mostra errôneo ao conceber um entrecho
apinhado de galhofas sem a adequada transição para tal, quem assistiu ao
primeiro filme provavelmente notará a discrepância de foco, diferentemente do
que acontece na franquia de Vin Diesel a partir da quarta produção. Além do
tom, outra mudança que surtiu efeitos negativos aconteceu no próprio elenco com
a saída de Isla Fisher (Henley). Mesmo que sua presença não seja algo de muita
relevância na película anterior, tal ausência é extremamente impactante por
conta da atriz que a substituiu, não que a Lizzy Caplan (Lula) seja ruim em sua
profissão, só que o script a escreveu um personagem chato, sem graça e que é integrado
à equipe de forma inorgânica. Em contraparte, o longa foi feliz ao justificar a
não aparição de Henley e não mantê-la na trama com outra atriz a interpretando,
o que também poderia ter permitido uma melhor confecção e desenvolvimento da
personalidade de Lula, mas que não acontece.
Dentre as inúmeras nequices da película, uma
muito notória remete a bagunça presunçosa do roteiro. Ao utilizar como
principal diretriz de seu desenrolar um arco envolvendo um artefato científico
que ninguém do público se importa com a utilidade ou o paradeiro, o filme cria
uma algazarra ilógica, medonha e maçante. A estrondosa quantidade de subtramas
frívolas igualmente merece realce: Dylan assombrado pela morte do pai; Atlas em
busca da liderança da equipe; Jack a procura de um par romântico; Merritt em
confronto com seu irmão sacal que rende inúmeras passagens toscas; Lula e suas
tentativas de se efetivar aos Cavaleiros; a vingança pessoal de Arthur;
Thaddeus e sua questionável índole; a fissura de Walter pelo tal aparato
tecnológico; um policial convicto a desmascarar o Dylan; tudo que diz respeito
ao Olho... É enfadonho, banal e mal-ajambrado. Por falar em Olho, tudo
vinculado à sociedade é desleixado e pedante.
Além dos métodos demasiado expositivos de
espairecer a trama filáucia e "complexa" que subestima seu espectador
e as evidentes pendências não solucionadas pelo enredo (alguns chamariam de
grotescos furos de roteiro), determinados segmentos se destacam que, de tão
ruins, chegam a ser constrangedores. Entretanto, há uma sequência envolvendo
uma carta que é simplesmente insana, 100% escapista e funcional. Ok, mas por
que esta, dentre tantas cenas parvas, se sobressai positivamente? Porque a
respectiva acerta na veia sua tonalidade, é completamente harmônica, lúdica e
assumidamente "trash". Ademais, mesmo com seus plots modorrentos, o
longa é bastante ágil, tem uma trilha sonora cativante e algumas boas sacadas,
como a dinâmica e o treinamento entre Jack e Merritt, personagem (Merritt) este
que, aliás, continua por ser o melhor alívio cômico da película. No mais, a
introdução de Daniel Radcliffe (o eterno Harry Potter) como um ricaço inábil
nas artes mágicas é, por si só, irônica e divertida.
Em suma, Truque de Mestre: O Segundo Ato,
apesar dos pouquíssimos acertos, não é só um filme ruim, é patético.
Matheus J. S. 3
Sob uma forte influência do primeiro filme, do
qual apreciei muito, minhas expectativas para essa segunda versão estavam um
pouco abaladas devido a enxurrada de críticas negativas recebidas por ambos. Por
fim, o que prevaleceu foi a minha teimosia e curiosidade, fora o fato de ver o
ator que interpretou o personagem envolto em magia mais famoso dos últimos
vinte anos interpretando neste longa um avesso a mágica defensor das
tecnologias.
No geral, o filme é razoável, tendo o seu
melhor ponto na cena da carta com chip. Os truques apresentados são em quantidade
insuficiente e não trazem a mesma empolgação que anteriormente, logo que já
estamos esperando algo surpreendente e não similar.
Individualmente os personagens pouco se destacam,
tendo mais ênfase a falta de Henley, a qual é substituída por uma personagem
que muitas vezes não se justifica, além de deixar no ar a pergunta sobre qual
fim levou o par romântico de Dylan. Por falar no personagem do Dylan, este que deveria
ser o Cavaleiro da vez trazendo o suprassumo dos truques desta versão como é
citado em algum momento do filme, pouco é explorado e fica aquém do esperado, ademais
da trama e plot twist no qual está envolvido não surtir um efeito arrebatador.
Enfim, pode-se dizer que a produção é voltada
mais para o lado comercial, com pouco comprometimento com o público que curtiu
o primeiro filme.
leonejs. 6,5
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Ficha Técnica (Adoro Cinema):
Data de lançamento (Brasil): 9 de
junho de 2016 (2h 10min)
Direção: Jon M. Chu
Elenco: Jesse Eisenberg, Mark
Ruffalo, Woody Harrelson…
Gêneros: Ação; Comédia
Nacionalidade: EUA
Sinopse (Google):
Os ilusionistas conhecidos como os "Quatro
Cavaleiros" precisam executar um truque inédito para limpar seus nomes e
demonstrar as práticas antiéticas de um magnata da tecnologia.
Avaliação:
IMDb:
6,5
Rotten: 34%
Metacritic:
46%
Filmow
(média geral): 3,5
Adoro
Cinema (usuários/adorocinema): 4,2/2,0
Kontaminantes (média): 4,5
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