4 de fevereiro de 2020

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Link Perdido

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Segundo audiovisual do ano a apresentar iétis em seu enredo, Link Perdido, diferentemente de Abominável, possui muito mais massa com que trabalhar. Portanto, não é absurdo afirmar que o longa, mesmo diante da concorrência, desponta como uma das melhores animações de 2019.
A priori, Link Perdido já se inicia mostrando a que veio. Com uma introdução ágil e empolgante, o filme logo de cara apresenta seus principais personagens, todos cativantes e detentores de personalidades fortes. Sir Lionel Frost é egoísta e orgulhoso, mas também elegante, inteligente, sagaz e atlético; sua fisionomia é bastante singular e seu caráter marcante, indubitavelmente um protagonista fácil de simpatizar e por quem torcer. Susan (ou Sr. Link), por sua vez, esbanja carisma, é mais esperto do que aparenta e alicerce do tom jocoso empregado pelo roteiro, em outras palavras, a comicidade provém exponencialmente da ignorância do mesmo perante elementos e hábitos mundanos.
Outrossim, os personagem complementam o arco um do outro de forma pertinente, sendo estes antagonizados por Lord Piggot-Dunceby, que, apesar de narrativamente alinhado ao entrecho, é mal desenvolvido. Ou seja, ainda que em determinado bloco este tenha um monólogo sobre o qual se entende que futuramente a persona irá ganhar camadas, o trecho é simplesmente esquecido e não aprofundado, fazendo com que Piggot-Dunceby termine como um mero vilão genérico e unidimensional. Vale ressaltar que o script, em contraparte, é virtuoso na concepção individualmente entusiástica de cenas, além de não forçar um casal entre Lionel e Adelina, como seria habitualmente compelido em qualquer outra produção similar.
Mesmo que o visual marcado pela diversidade de colorações destaque-se, e a trilha acentue a grandiloquência de certos momentos, o principal realce fica por conta das discussões impostas pela película. Evolucionismo, preconceito, patrimônio e identidade cultural são apenas alguns dos conceitos abordados com leveza e relevância pelo texto. Ademais, o próprio subnúcleo pessoal dos personagens leva o espectador a reflexões de maior densidade, isto é, enquanto o ego e o orgulho de Sir Lionel fazem um paralelo com a incessante busca do homem em descobrir novas criaturas e desbravar o mundo independente das consequências, o plot de Susan foca mais em seu íntimo propondo-se ao debate de temas como pertencimento e diferenças entre espécies.
Link Perdido é uma animação hilária, frenética e muito divertida que possui sequências individualmente recreativas e personagens com uma excelente dinâmica, em suma, um filme em que o verniz de sua narrativa é derivado, mas as minúcias que a completam desdobram-se com engenhosidade e as pautas em questão com importância e impacto.
Matheus J. S.

Assista e Kontamine-se

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Ficha Técnica:
Data de lançamento (Brasil): 7 de novembro de 2019
Direção: Chris Butler
Elenco: Hugh Jackman, Zach Galifianakis, Zoe Saldana…
Gênero: Animação
Nacionalidades: EUA e Canadá

Sinopse (Google):
Cansado de viver uma vida solitária no noroeste do Pacífico, o Sr. Link recruta o destemido explorador Sir Lionel Frost para guiá-lo em uma jornada para encontrar seus parentes perdidos há muito tempo no lendário vale de Shangri-La. Junto com a aventureira Adelina Fortnight, o trio se depara com diversos perigos enquanto viajam para os confins do mundo.

Avaliação:
IMDb: 6,7
Rotten: 89%
Metacritic: 68%
Filmow (média geral): 3,4
Adoro Cinema (usuários/adorocinema): 3,3/3,0
Kontaminantes (Matheus J. S.): 9
Avaliação

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