13 de fevereiro de 2021

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Palm Springs

 

 
É fato que 2020 não foi um ano fácil para a indústria cinematográfica. Entretanto, ainda que as salas de cinema tenham se mantido durante muito tempo fechadas, isto não parece ter sido obstáculo para que grandes produções estreassem. Diante deste cenário, a televisão, cada vez mais com destaque, se tornou o ambiente ideal para o lançamento de novas obras, como é o caso de Palm Springs, da Hulu.
A priori, Palm Springs é uma típica comédia romântica, e é muito boa nisso, possuindo todos os ingredientes para arrancar gargalhadas do assistente e contagiá-lo com a fluida dinâmica de seu casal protagonista. Dito isso, a jocosidade provém do ótimo timing cômico articulado pelo roteiro, isto é, todas as piadas funcionam, ganhando ênfase pela unicidade de suas inserções e a não repetição das mesmas. Por sua vez, o elenco tem uma ótima sintonia, tendo como pináculo a excelente química que rege a relação entre Nyles e Sarah, ou seja, os atores estão extremamente à vontade, convencendo o assistente desde o primeiro instante de que eles formam um par perfeito.
Além das personas supracitadas, as participações de Roy também merecem nota. Interpretado pelo sempre magistral J. K. Simmons, as aparições do personagem são emblemáticas, majoritariamente marcadas por um tipo de humor negro que o faz, dentro do enredo, mais se aproximar do que seria uma espécie de vilão. Vale ressaltar, no entanto, que a trama não se apropria de dicotomias ou dualidades para contar sua estória, utilizando Roy primordialmente como antagonista buscando unicamente entreter o público e articular uma guinada no roteiro responsável por estimular os principais debates propostos pelo mesmo.
Outrossim, tais debates, infelizmente, mostram-se superficiais quando sob análise. As tentativas do texto em pautar temas relacionados à laços afetivos e a importância de se valorizar as pessoas que realmente importam em nossas vidas, são blasé e derivadas. Nesse sentido, o filme se acomoda e pouco se mobiliza para o acréscimo de camadas verdadeiramente relevantes, prezando, portanto, um discurso raso e antiquado. O mesmo pode ser dito acerca do conflito de interesses que abrange o relacionamento entre Nyles e Sarah, visto que este pouco complementa a concepção idiossincrática dos personagens e soa como facilitações narrativas mediante o alcance do clímax visado.
Corroborando a espontaneidade do entrecho, realça-se a concepção visual do longa. Em linhas gerais, pode-se dizer que a obra usufrui predominantemente de colorações vivas e enérgicas, criando um cenário lúdico propício para o desenrolar entusiástico do enredo. De similar modo, a montagem encarrega-se de injetar dinamismo ao script, tendo como suporte uma direção ágil, trilha vigorosa e uma fotografia revitalizante que cadenciam em sinergia o ritmo da película. Além, a incursão periódica de flashbacks é ligeira e funcional, ao passo que a inexistência de explicações a respeito dos fatores que levaram ao início do loop é acertada, considerando que a produção jamais demonstra a pretensão de se apropriar de elucidações científicas mais complexas e elaboradas.
Ainda que o ineditismo não possa ser usado como um adjetivo ideal para representar Palm Springs, o filme, em suma, se aproveita de uma temática saturada para criar uma experiência fílmica recreativa e hilária.
Matheus J. S.

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Ficha Técnica:
Data de lançamento (EUA): 10 de julho de 2020
Direção: Max Barbakow
Elenco: Andy Samberg, Cristin Milioti, J. K. Simmons…
Gênero: Comédia
Nacionalidade: EUA

Sinopse (Adoro Cinema):
Nyles (Andy Samberg) é um homem relaxado e sem preocupações. Quando em um casamento em Palm Springs ele conhece Sarah (Cristin Milioti), a relutante madrinha do casamento, ele se vê incapacitado de deixá-la ou deixar o local.

Avaliação:
IMDb: 7,4
Rotten: 94%
Metacritic: 83%
Filmow (média geral): 3,8
Kontaminantes (Matheus J. S.): 8

 

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