13 de fevereiro de 2021

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Tenet

 

Sendo provavelmente um dos diretores de cinema mais controversos da atualidade, Christopher Nolan angaria tantos adeptos quanto "haters". Notório pela famigerada trilogia do Batman estrelada por Christian Bale, e pela concepção de longas tecnicamente audaciosos e roteiros pouco usuais, Nolan, três anos após sua última empreitada atrás das câmeras, volta aos holofotes com mais uma obra que divide opiniões.
A começar por sua cena inicial, Tenet tem uma sequência de abertura assaz interessante. Isto é, ao jogar o espectador no meio de um imbróglio dentro de um estúdio de ópera, a película obtém êxito ao fazer com que o público logo de cara seja atordoado por um acontecimento de grande escala, deixando-o tão embasbacado quanto curioso. Ainda que confuso, o segmento é propositadamente assim concebido, haja visto que o mesmo objetiva impactar os assistentes, e as repostas para as indagações deixadas posteriormente vêm à tona.
Outro ponto de destaque é a trilha. Aliada principalmente aos blocos mais enérgicos do filme, esta dita o ritmo com pujança e entusiasmo. Dito isso, as sequências mais lúdicas - estas compostas pelo que o texto chama de "inversão do tempo" - são, além do elemento sonoro supracitado, segmentos que entretém o espectador e esbanjam o primor técnico de Nolan. Afinal, é impossível não se impressionar com a unicidade das cenas, o apuro e arrojo da direção e se questionar como as mesmas foram feitas. Entretanto, fato é que, no que diz respeito à acuidade cinematográfica de Christopher, este, ao longo de sua carreira, mais do que se provou proficiente nesse quesito, fazendo com que Tenet seja muito mais visado por suas outras características do que simplesmente seu esplendor visual.
Assim sendo, os demônios de Tenet estão intrinsecamente acoplados ao roteiro. Ou seja, a partir do momento que o longa diz a seu público para não se preocupar em entender a estória e sim "senti-la", o mesmo se abstém de qualquer indulto que possa infligir sobre si concernente aos complexos conceitos expostos. Entretanto, o que sobra se resume a lástima, considerando que o enredo se desenvolve de forma superficial em prol de uma trama que o próprio filme não se preocupa em se fazer compreender. Em outras palavras, a película, em momento algum, estabelece um laço sólido entre assistente e personagens, cuspindo, em contraparte, rostos famosos à tela na esperança de cativar um público estafado com a pobreza idiossincrática dos mesmos.
Outrossim, o vilão é totalmente caricato, as tentativas de romantizar o arco entre Kat e o personagem vivido por John D. Washington são pífias e o terceiro ato se arrasta por muito mais tempo que o necessário. Por fim, vale ressaltar a dupla protagonista: Robert Pattinson e John D. Washington. Inobstante, ambos estão bem em tela, atuando de modo competente em vista do texto pobre que lhes é designado. No mais, a dinâmica que rege a relação entre os dois não possui embasamento algum do script, sendo que os poucos momentos jocosos dessa interação se deve unicamente ao talento individual dos atores.
Em suma, Tenet é um filme terrível.
Matheus J. S.

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Ficha Técnica:
Data de lançamento (Brasil): 29 de outubro de 2020
Direção: Christopher Nolan
Elenco: Robert Pattinson, John D. Washington, Elizabeth Debicki…
Gênero: Ficção científica
Nacionalidade: EUA

Sinopse (Google):
Um agente secreto embarca em uma missão perigosa para evitar o início da Terceira Guerra Mundial.

Avaliação:
IMDb: 7,5
Rotten: 70%
Metacritic: 69%
Filmow (média geral): 3,4
Adoro Cinema (usuários/adorocinema): 3,6/3,5
Kontaminantes (Matheus J. S.): 2

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