Considerado por muitos um dos melhores filmes de terror da última década, Invocação do Mal se destaca não por ser uma obra transgressora ou atemporal, mas sim pela capacidade de trabalhar elementos comuns de forma extraordinária. Dirigido por James Wan, o longa foi um sucesso de público e crítica, angariando fãs ao redor do mundo e reverenciando grandes clássicos do gênero. Oito anos mais tarde e uma série de spin-offs depois, a franquia lança o terceiro capítulo de sua saga mais famosa, dessa vez sem a ilustre presença do conceituado diretor atrás das câmeras. Será que a empreitada foi bem-sucedida?

Primariamente, tendo em vista a substituição de nome supracitada nos holofotes da produção, é perspícuo que a película acaba sendo afetada. Ainda que o filme utilize praticamente a mesma fórmula narrativa dos longas que o antecedem para construir sua estória, Michael Chaves não consegue replicar o clima dos capítulos anteriores. Isto ocorre devido a inaptidão do diretor em tratar aspectos ordinários de modo excepcional. Não que isso seja um demérito, mas para uma franquia que sempre teve a simplicidade como verniz de um esbanjo técnico, torna-se um tanto quanto decepcionante.

Por outro lado, algumas características são realçadas positivamente. Dito isso, o jogo de luzes e sombras corrobora a concepção tonal vigente e na maior parte do tempo não interfere na compreensão das cenas, ao passo que a trilha e a paleta de cores álgidas compõem a ambientação dantesca. Por sua vez, a utilização de jumpscares, ainda que pouca, não repercute o efeito desejado, enquanto alguns movimentos de câmera afetam a nitidez de certos trechos.

Em contraparte, a inserção de um antagonista humano acresce possibilidades ao escopo do roteiro, além de deixar o espectador se questionando acerca das motivações que regem as decisões da respectiva persona. Nesse sentido, a ausência de maiores explicações sobre o porquê de tais atos jamais se torna um problema, haja visto que a unidimensionalidade da personagem preserva a essência maniqueísta do texto. Sobretudo, mesmo com pouco tempo de tela, a vilã é aterradora, e todos os aspectos que fazem referência à bruxaria e o ocultismo salientam a atmosfera ao entorno dela.

Concernente aos novos rostos que integram a trama, não se estabelece um laço sólido entre assistente e personagens, o que consequentemente afeta todo o envolvimento do público na trajetória destes. Por conseguinte, o desenvolvimento individual de Arne é superficial, assim como o seu processo de condenação que marca a primeira vez nos Estados Unidos que um réu alega ter assassinado alguém sob posse de um demônio. Posto isto, o romance que alicerça o arco principal também sente a fragilidade do núcleo motriz, ao mesmo tempo que, em contraparte, o relacionamento de Ed e Lorraine se fortifica e dá continuidade ao que foi estabelecido nas películas passadas.

Em síntese, Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio utiliza a mesma fórmula de seus antecessores, porém o foco em criaturas horripilantes e possessões demoníacas, dois filmes depois, já não reproduz o mesmo impacto de outrora.

Matheus J. S.

 

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Ficha Técnica:

Data de lançamento (Brasil): 03 de junho de 2021

Direção: Michael Chaves

Elenco: Patrick Wilson, Vera Farmiga, Ruairi O'Connor…

Gênero: Terror

Nacionalidade: EUA

Sinopse (Filmow):

Ed e Lorraine Warren retornam para investigar o caso de um homem sendo julgado por assassinato que afirma ter sido possuído por um demônio.

 

Avaliação:

IMDb: 6,4

Rotten: 56%

Metacritic: 53%

Filmow (média geral): 3,2

Adoro Cinema (usuários/adorocinema): 4,0/3,5

Kontaminantes (Matheus J. S.): 7

Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio

Considerado por muitos um dos melhores filmes de terror da última década, Invocação do Mal se destaca não por ser uma obra transgressora ou atemporal, mas sim pela capacidade de trabalhar elementos comuns de forma extraordinária. Dirigido por James Wan, o longa foi um sucesso de público e crítica, angariando fãs ao redor do mundo e reverenciando grandes clássicos do gênero. Oito anos mais tarde e uma série de spin-offs depois, a franquia lança o terceiro capítulo de sua saga mais famosa, dessa vez sem a ilustre presença do conceituado diretor atrás das câmeras. Será que a empreitada foi bem-sucedida?

Primariamente, tendo em vista a substituição de nome supracitada nos holofotes da produção, é perspícuo que a película acaba sendo afetada. Ainda que o filme utilize praticamente a mesma fórmula narrativa dos longas que o antecedem para construir sua estória, Michael Chaves não consegue replicar o clima dos capítulos anteriores. Isto ocorre devido a inaptidão do diretor em tratar aspectos ordinários de modo excepcional. Não que isso seja um demérito, mas para uma franquia que sempre teve a simplicidade como verniz de um esbanjo técnico, torna-se um tanto quanto decepcionante.

Por outro lado, algumas características são realçadas positivamente. Dito isso, o jogo de luzes e sombras corrobora a concepção tonal vigente e na maior parte do tempo não interfere na compreensão das cenas, ao passo que a trilha e a paleta de cores álgidas compõem a ambientação dantesca. Por sua vez, a utilização de jumpscares, ainda que pouca, não repercute o efeito desejado, enquanto alguns movimentos de câmera afetam a nitidez de certos trechos.

Em contraparte, a inserção de um antagonista humano acresce possibilidades ao escopo do roteiro, além de deixar o espectador se questionando acerca das motivações que regem as decisões da respectiva persona. Nesse sentido, a ausência de maiores explicações sobre o porquê de tais atos jamais se torna um problema, haja visto que a unidimensionalidade da personagem preserva a essência maniqueísta do texto. Sobretudo, mesmo com pouco tempo de tela, a vilã é aterradora, e todos os aspectos que fazem referência à bruxaria e o ocultismo salientam a atmosfera ao entorno dela.

Concernente aos novos rostos que integram a trama, não se estabelece um laço sólido entre assistente e personagens, o que consequentemente afeta todo o envolvimento do público na trajetória destes. Por conseguinte, o desenvolvimento individual de Arne é superficial, assim como o seu processo de condenação que marca a primeira vez nos Estados Unidos que um réu alega ter assassinado alguém sob posse de um demônio. Posto isto, o romance que alicerça o arco principal também sente a fragilidade do núcleo motriz, ao mesmo tempo que, em contraparte, o relacionamento de Ed e Lorraine se fortifica e dá continuidade ao que foi estabelecido nas películas passadas.

Em síntese, Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio utiliza a mesma fórmula de seus antecessores, porém o foco em criaturas horripilantes e possessões demoníacas, dois filmes depois, já não reproduz o mesmo impacto de outrora.

Matheus J. S.

 

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Ficha Técnica:

Data de lançamento (Brasil): 03 de junho de 2021

Direção: Michael Chaves

Elenco: Patrick Wilson, Vera Farmiga, Ruairi O'Connor…

Gênero: Terror

Nacionalidade: EUA

Sinopse (Filmow):

Ed e Lorraine Warren retornam para investigar o caso de um homem sendo julgado por assassinato que afirma ter sido possuído por um demônio.

 

Avaliação:

IMDb: 6,4

Rotten: 56%

Metacritic: 53%

Filmow (média geral): 3,2

Adoro Cinema (usuários/adorocinema): 4,0/3,5

Kontaminantes (Matheus J. S.): 7