15 de julho de 2021

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Anônimo


Seis anos atrás, chegava aos cinemas John Wick, película de ação estrelada por Keanu Reeves que de imediato conquistou uma imensa leva de adeptos e foi ovacionado pela crítica. Responsável por resgatar um estilo abandonado há muito tempo, o filme trouxe um frescor bem-vindo ao gênero, prezando a coreografia dos movimentos e a continuidade das cenas em detrimento de takes tremidos e infinitos cortes. Alguns anos mais tarde, em específico 2021, chega às telonas Anônimo, longa protagonizado por Bob Odenkirk que procura emular os passos da película supracitada.
Em primeira análise, ainda que o filme tenha como principal elemento suas sequências de ação, o roteiro dedica grande parte do primeiro ato ao estabelecimento da rotina fastidiosa do protagonista e a imposição dos mistérios que rondam a sua identidade. Tais inserções iniciais são fundamentais para a posterior catarse do protagonista e a decorrente manobra orquestrada pelo texto. Vale ressaltar que mesmo após o término da produção, muitas perguntas permanecem sem resposta, principalmente ao entorno de Hutch, o que salienta sua personalidade enigmática.
Pertinente aos trechos de maior agilidade, a princípio estes são impecáveis, manipulando com primazia a sonoplastia acurada, as dimensões do espaço e a ínfima utilização de cortes entre as cenas. É notável que os atores se dedicaram bastante nos ensaios, assim como o roteirista que demonstra comprometimento com a verossimilhança ao engendrar segmentos que procuram se aproximar ao máximo da verdade; o protagonista apanha, sangra e enfrenta dificuldades ao lidar com inimigos, o que o torna vencível e acentua o grau de periculosidade das sequências.
Entretanto, deve-se enfatizar que a primazia supracitada se esfacela cada vez mais quando próximo ao fim, haja visto que os blocos antes entusiasmantes se tornam inapetentes e preguiçosos; não há mais coreografia, o tom genuíno se esvai tão logo quanto fora imposto e as características que autenticam a assinatura do diretor são suprimidas por um imbróglio narrativo visual. Nesse sentido, outros traços que também avalizam a identidade do cineasta têm o impacto atenuado, tais como a utilização excessiva de segmentos em slow motion aliados a peculiaridade da trilha que, ainda que a princípio hilários, perdem força em face do uso demasiado.
No mais, a inclusão repentina de um personagem no terceiro ato é inexplicável, ao passo que tudo relacionado ao vilão é caricato. Por sua vez, é válido destacar que o arco do casal é abordado de forma superficial, o que se resume a poucos minutos de tela e uma rápida pincelada. Por fim, é por conta dessas imperfeições e outros pontos já realçados que Anônimo se distancia do longa o qual tenta se equiparar (John Wick), sendo facilmente esquecido e tratado como uma mera experiência medíocre.
Matheus J. S.
 
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Ficha Técnica:
Data de lançamento (Brasil): 25 de fevereiro de 2021
Direção: Ilya Naishuller
Elenco: Bob Odenkirk, Aleksey Serebryakov, Connie Nielsen…
Gênero: Ação
Nacionalidade: EUA
 
Sinopse (Adoro Cinema):
Em Anônimo, Hutch Mansell (Bob Odenkirk) é um pacato pai e marido que sempre arca com as injustiças da vida, sem revidar. Quando dois ladrões invadem sua casa, Hutch se recusa a defender a si mesmo e sua família na esperança de evitar qualquer violência, desapontando seus familiares com sua passividade.

Avaliação:
IMDb: 7,4
Rotten: 84%
Metacritic: 64%
Filmow (média geral): 3,8
Kontaminantes (Matheus J. S.): 5


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