31 de julho de 2021

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Viúva Negra


Após um ano inteiro sem novas produções da Marvel nos cinemas, o estúdio dirigido por Kevin Feige retorna aos holofotes com a estreia de Viúva Negra. Ao contar uma estória que se passa entre Guerra Civil e Guerra Infinita, o filme tem como objetivo expandir o background que a personagem-título possui, tanto como forma de preencher algumas lacunas na linha cronológica do UCM, quanto com o intuito de fazer uma última homenagem à principal heroína dos Vingadores originais. Posto isto, será que o tributo faz jus a todas as expectativas em torno de si?
Em primeira análise, o principal elemento que tão logo contagia o público é a inserção de novos e cativantes personagens. Além do elenco estar extremamente afiado, os novos rostos funcionam tão bem sozinhos quanto em equipe. Yelena, por exemplo, sustenta o fardo de receber o manto das mãos de Natasha Romanoff, fazendo-o com assaz perspicácia e talento. Sua subtrama é convincente o bastante para engajar o espectador, ao passo que os conflitos que moldam o seu passado são fundamentais para que este compreenda e se sensibilize com suas atitudes no presente.
Concernente a Melina, apesar de vivida muito bem por Rachel Weisz, é a que menos se destaca no quarteto central. Seu arco jamais é explorado ao limite, enquanto sua efetiva participação na trama é ofuscada pelo realce dos companheiros em tela. Por outro lado, Alexei (ou Guardião Vermelho) tem as melhores e mais icônicas cenas do longa. Ademais do carisma natural que David Habour possui, o roteiro sabe manipular com precisão a personalidade contagiante do ator, lhe atribuindo as principais piadas do entrecho e tecendo referências que vão até um potencial combate com o Capitão América.
Por sua vez, a estrela da película, Natasha Romanoff, desempenha muito bem o papel de liderança que lhe é dedicado. A personagem conduz o fio narrativo com fluidez e vitalidade, o que se deve a consciência que o script possui acerca dos traços idiossincráticos desta e de suas habilidades, além da comodidade que a atriz demonstra após anos interpretando a mesma heroína. Vale ressaltar que o fato de os assistentes conhecerem o destino da persona não afeta em nada a experiência, haja visto que o filme funciona de forma individual e suscita novas possibilidades ao futuro do UCM. Isto é, independente da data de lançamento, a produção agrega características que enriquecem a jornada solo da Viúva e complementam de forma significativa a mitologia do Universo Marvel nos cinemas.
Do lado antagonista, o longa acerta precisamente na concepção do Treinador. A presença que ele marca em tela é notória, tanto por conta do visual enigmático e intimidador, quanto pelas singularidades que regem o seu estilo de luta. Em contraparte, o verdadeiro vilão responsável por todas as adversidades que os heróis enfrentam é péssimo; suas motivações são maniqueístas e derivadas, seus diálogos são expositivos e sua construção dentro do enredo é tão insípida que ele desponta como um dos piores antagonistas do UCM. Nesse sentido, o terceiro ato é majoritariamente afetado pela participação constante do personagem, destoando dos demais blocos narrativos e fornecendo uma conclusão anticlimática ao entrecho.
No que diz respeito a ação, a película é demasiado inconsistente. As sequências são retalhadas e ininteligíveis, ao mesmo tempo em que nem a boa performance do elenco consegue galgar os entraves impostos pelas cenas picotadas. Infelizmente, tal nequice reproduz efeitos até na apresentação das habilidades individuais das figuras em tela, considerando que o potencial artístico da visualização dos independentes estilos de combate e artifícios que dão personalidade aos personagens são omitidos por uma gravação trêmula e entrecortada. Em contraparte, a comicidade é utilizada como um contraponto aos segmentos supracitados, visto que o impacto negativo de uma sequência mal-ajambrada é imediatamente sobreposto pelo alívio cômico de algum trecho subsequente. Cabe salientar que as piadas são pontuais e chegam a brincar com arquétipos do próprio universo Marvel, o que por si só é hilário.
Em síntese, Viúva Negra é um filme divertido, tem rostos carismáticos e uma dinâmica em grupo bastante enérgica; está longe de ser uma obra perfeita, mas ainda assim concede um desfecho digno à personagem-título.
Matheus J. S.
 
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Ficha Técnica:
Data de lançamento (Brasil): 8 de julho de 2021
Direção: Cate Shortland
Elenco: Scarlett Johansson, Florence Pugh, Rachel Weisz…
Gênero: Ação
Nacionalidade: EUA

Sinopse (Filmow):
Natasha Romanoff precisa confrontar partes de sua história quando surge uma conspiração perigosa ligada ao seu passado. Perseguida por uma força que não irá parar até derrotá-la, Natasha terá que lidar com sua antiga vida de espiã, e também reencontrar membros de sua família que deixou para trás antes de se tornar parte dos Vingadores. 

Avaliação:
IMDb: 6,9
Rotten: 81%
Metacritic: 67%
Filmow (média geral): 3,6
Adoro Cinema (usuários/adorocinema): 4,0/3,5
Kontaminantes (Matheus J. S.): 7

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