Aclamado pela crítica, Amor, Sublime Amor é a nova adaptação do premiado
filme de 1961. Desta vez sob os cuidados de Steven Spielberg, o longa é um dos
favoritos aos prêmios da temporada.
Em primeira análise, Amor, Sublime Amor é uma obra enérgica. Essa
característica se reflete tanto nos personagens vivazes quanto no
relacionamento entre os membros das duas gangues e, principalmente, nos números
musicais. Estes, por sua vez, são geralmente compostos por várias pessoas, mas
a grande quantidade de participantes não é empecilho para que as performances
saiam conforme o planejado, ou seja, bem coreografadas, entusiásticas e
cativantes. Vale ressaltar que as canções mudam o tom de acordo com os acontecimentos,
entretanto, o caráter espirituoso permanece sempre vigente.
Concernente às figuras em cena, o espectador é levado a ter simpatia
pelos integrantes das duas equipes, o que ocorre por meio do desenvolvimento de
arcos sólidos e tempo de tela suficiente para maturar o laço entre os
interlocutores. Outro aspecto crucial para a construção desse relacionamento é o
fato de o script não vilanizar nenhum dos lados, pelo contrário, ambas
as perspectivas são compreensíveis e respaldam as atitudes dos personagens. Por
sua vez, vale ressaltar que a interação entre os grupos é aparentemente boba e
não demonstra ter consequências a princípio, porém, com o desenrolar do enredo
o público se surpreende e é convencido a crer que toda ação tem uma reação.
Atinente ao protagonista, a película comete alguns deslizes. Em primeiro
lugar, o texto não consegue fazer a plateia comprar a ideia de que há um vínculo
entre Tony e os demais adeptos do bando, principalmente por conta do tempo
insuficiente dedicado à dinâmica entre eles. Dito isso, embora a relação entre
o personagem e Riff receba maior argamassa, somente esse elemento não é capaz
de convencer o assistente de que Tony um dia foi o líder dos Jets, sobretudo
porque a produção abdica de outros recursos para tentar instituir esse elo.
Ademais, convém salientar que há várias menções a um evento traumático no
passado do protagonista, contudo, esse traço do roteiro é integralmente
verbalizado e não possui a sutileza adequada.
Outrossim, o audiovisual tem uma série de pequenas nequices que,
somados, deterioram o resultado. As cenas de luta ao início são confusas; o
romance entre Tony e Maria começa de forma demasiado repentina; o tenente
Schrank é genérico e o plot do Anybodys é estafante e não agrega nada ao
entrecho. Posto isto, cabe frisar que a urdidura se propõe a explorar um tema
socialmente pertinente que é o preconceito contra imigrantes. Em face disso,
ainda que o filme não seja tão aguçado para lidar com a pauta durante grande
parte do tempo, tal nuance narrativa se acentua ao longo do ato final em uma
crescente dramática que culmina em uma sequência extremamente tensa.
No mais, Amor, Sublime Amor é um musical que entretém e cativa na mesma
medida.
Matheus J. S.
Assista e
Kontamine-se
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Ficha
Técnica:
Data de lançamento (Brasil): 09 de dezembro de
2021
Direção: Steven Spielberg
Elenco: Ansel Elgort, Rachel Zegler, Ariana
DeBose…
Gênero: Drama
Nacionalidade: EUA
Sinopse
(Filmow):
Amor à primeira vista
acontece quando o jovem Tony vê Maria em um baile do ensino médio em 1957, na
cidade de Nova York. Seu romance florescente ajuda a alimentar o fogo entre
duas gangues rivais que disputam o controle das ruas: os Jets e os Sharks.
Avaliação:
IMDb: 7,6
Rotten: 92%
Metacritic: 85%
Filmow (média geral):
3,6
Adoro Cinema
(usuários/adorocinema): 3,2/4,0
Kontaminantes (Matheus J. S.): 7
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