*Aviso prévio de que esta
divagação possa ser um pouco mais agressiva que o habitual consoante minha
fúria sobre este filme.
Em clima natalino, resolvi assistir um filme
que condiz com a época, e escolhi um diferenciado, que foge dos padrões
convencionais do período e não é figurinha repetida do dia 25 de dezembro.
Porém, no fim, acabei me deparando com mais do mesmo em um show de horrores
completamente desnecessário e que só rouba nosso precioso tempo em uma
experiência lamentável. Esta praga tem nome, Krampus - O Terror do Natal. Pelo
menos seu título remete ao conteúdo, um terror visual em todos os aspectos.
Perante a procura de um longa peculiar
natalino, o gênero e as boas críticas (sim, acredite, boas críticas, o que está
acontecendo com o mundo?) o recente Krampus de 2015 (que há um tempo tinha
visto o trailer e infelizmente me interessado um pouco) se apresentou como uma
atrativa película (na realidade já não tinha muitas esperanças, mas decidi dar
uma chance). Contudo, logo na sequência inicial que mostra várias pessoas no
dia de Natal se matando em uma loja, perdi todas as esperanças. Não que a
sequência seja ruim (no entanto também não é boa), mas naquele momento percebi
que não iria gostar do filme, simplesmente senti isto. Porém, autocriando falsas
esperanças e sendo teimoso, continuei o longa. Vale ressaltar esta passagem que
possui como objetivo transmitir a ideia de como as pessoas já não preservam o
espírito natalino e o corrompem de toda forma possível, passando até uma ideia
equivocada de gênero. Legal, contudo extremamente clichê e sem graça. Por falar
em clichê, esta película se destaca no uso deste imbecil recurso.
Após, somos apresentados à típica família de
filme ruim, pai e mãe irrelevantes, irmã banal, garotinho sem açúcar
inexpressivo cheio de sonhos retardados e avó misteriosa (é mais ou menos
assim). No caso, quando os parentes desta família chegam para a noite de Natal,
insuportáveis, diga-se de passagem, e altamente clichês, as discussões,
desentendimentos e complicações familiares se iniciam (quem nunca em uma
saudável noite em família?), acarretando no desejo do garoto de reconciliação e
que todos conquistem seus objetivos e tenham uma vida melhor (que gracinha, sem
dúvida condiz com os sonhos de um menino de aproximadamente 10 anos que só deve
pensar em parquinhos e videogame, mas tudo bem). Caso ainda esteja em dúvida,
este será nosso adorável protagonista. Pedindo para o Papai Noel tudo já dito,
por algum motivo idiota ele se revolta e rasga sua carta, o quê acaba por
despertar a sombra do mesmo, o temível Krampus (um bode, na verdade). Desta
forma, toda a família tem de se unir para combater este mal e compreender o
real espírito natalino... ah, e encontrar a irmã que desapareceu (esqueci de
dizer).
Em relação à trama, esta é completamente previsível
assim como seu desfecho decepcionante, embora o finalzinho nos deixe algumas
dúvidas. Os personagens são superficiais e muitas vezes, como já dito, alguns
insuportáveis, não simpatizamos com nenhum (talvez, no mínimo, com o tio careca).
Para se ter uma noção, o longa utiliza da fórmula tiazona chata, tiozão xarope
do churrasco, primos insuportáveis (esta palavra se encaixa bem em muitos
aspectos desta película) e dois homens que querem bancar o herói da história (o
tio, quase sempre, e o pai), além da mãe protetora e mandona. Além,
praticamente trata das crianças como desprezíveis e as exclui de seus
principais plots, atribuindo a elas a única função de ser mais um fardo e saco
vazio. O protagonista, o garotinho tonto, tem menos tempo de tela que todos
outros já destacados e o antagonista, que a princípio amedronta, só sabe
grunhir e não passa de um simples bode encapuzado com correntes e chifres
grandes. Seus comparsas, que em
determinados momentos passam a brotar do nada como alguns Decepticons nas cenas
iniciais de Transformers - A Vingança dos Derrotados, são bizarros, patéticos e
constituem as situações mais absurdas, impensáveis e bizarras da película (meu
conceito final giraria em torno de 4 ou 5 sem estes tristes atos). Realce para
um boneco palhaço que demonstra o verdadeiro significado da palavra bizarrice.
Sua turma ainda conta com alguns carismáticos biscoitinhos assassinos (tipo
aquele do Shrek, porém versão maníaco) que são o que de melhor há no filme,
sinceramente grande parte de minha nota pode ser atribuída a eles. Sabe aquela
avó misteriosa que citei? Então, ela possui um segredo estúpido que gera uma
boa historinha no formato animação, ademais de complicar o longa inteiro
falando em alemão mesmo sabendo inglês.
Levando-se em consideração que o foco era a
produção de um terror, a película está mais para comédia e chega a dar
vergonha, nos proporcionando poucos sustos e mais raiva e desgosto. Krampus não
consegue impor a atmosfera desejada nem envolver o espectador, e falha em todas
tentativas de seja lá o que tentaram.
Com um trilha sonora natalina, feito somente
para vender, atores que não atuaram com a alma, diálogos que não são marcantes
e um enredo esquecível que não inova, não ousa, não vale a pena, transmite uma
mensagem básica e batida e que talvez agrade um público menos exigente, o filme
peca em todos quesitos trabalhados e conseguirá apenas ser o real terror de seu
natal. Não recomendo para quem presa sua sanidade cinéfila.
Matheus
J. S.
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Avaliações:
IMDb: 6,2
Rotten: 65%
Adoro Cinema (usuários): 3,6
Adoro Cinema (usuários): 3,6
Kontaminantes (Matheus J. S.): 3
Ficha Técnica Resumida
(Wikipédia):
Estados Unidos
2015 • cor • 98 min |
|
Direção
|
Michael Dougherty
|
Produção
|
Alex Garcia
Jon Jashni Michael Dougherty Thomas Tull |
Roteiro
|
Todd Casey
Michael Dougherty Zach Shields |
Elenco
|
Adam Scott
Toni Collette David Koechner Allison Tolman Conchata Ferrell Emjay Anthony Stefania LaVie Owen Krista Stadler |
Gênero
|
Terror
|
Música
|
Douglas Pipes
|
Companhia(s) produtora(s)
|
Legendary Pictures
Zam Pictures |
Distribuição
|
Universal Pictures
|
Lançamento
|
30 de novembro de 2015 (Los Angeles premiere)
EUA
4 de dezembro de 2015
|
Idioma
|
Inglês
|
Orçamento
|
US$ 15
milhões
|
Receita
|
US$ 61.5
milhões
|
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