21 de dezembro de 2016

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Krampus - O Terror do Natal


*Aviso prévio de que esta divagação possa ser um pouco mais agressiva que o habitual consoante minha fúria sobre este filme.

Em clima natalino, resolvi assistir um filme que condiz com a época, e escolhi um diferenciado, que foge dos padrões convencionais do período e não é figurinha repetida do dia 25 de dezembro. Porém, no fim, acabei me deparando com mais do mesmo em um show de horrores completamente desnecessário e que só rouba nosso precioso tempo em uma experiência lamentável. Esta praga tem nome, Krampus - O Terror do Natal. Pelo menos seu título remete ao conteúdo, um terror visual em todos os aspectos.
Perante a procura de um longa peculiar natalino, o gênero e as boas críticas (sim, acredite, boas críticas, o que está acontecendo com o mundo?) o recente Krampus de 2015 (que há um tempo tinha visto o trailer e infelizmente me interessado um pouco) se apresentou como uma atrativa película (na realidade já não tinha muitas esperanças, mas decidi dar uma chance). Contudo, logo na sequência inicial que mostra várias pessoas no dia de Natal se matando em uma loja, perdi todas as esperanças. Não que a sequência seja ruim (no entanto também não é boa), mas naquele momento percebi que não iria gostar do filme, simplesmente senti isto. Porém, autocriando falsas esperanças e sendo teimoso, continuei o longa. Vale ressaltar esta passagem que possui como objetivo transmitir a ideia de como as pessoas já não preservam o espírito natalino e o corrompem de toda forma possível, passando até uma ideia equivocada de gênero. Legal, contudo extremamente clichê e sem graça. Por falar em clichê, esta película se destaca no uso deste imbecil recurso.
Após, somos apresentados à típica família de filme ruim, pai e mãe irrelevantes, irmã banal, garotinho sem açúcar inexpressivo cheio de sonhos retardados e avó misteriosa (é mais ou menos assim). No caso, quando os parentes desta família chegam para a noite de Natal, insuportáveis, diga-se de passagem, e altamente clichês, as discussões, desentendimentos e complicações familiares se iniciam (quem nunca em uma saudável noite em família?), acarretando no desejo do garoto de reconciliação e que todos conquistem seus objetivos e tenham uma vida melhor (que gracinha, sem dúvida condiz com os sonhos de um menino de aproximadamente 10 anos que só deve pensar em parquinhos e videogame, mas tudo bem). Caso ainda esteja em dúvida, este será nosso adorável protagonista. Pedindo para o Papai Noel tudo já dito, por algum motivo idiota ele se revolta e rasga sua carta, o quê acaba por despertar a sombra do mesmo, o temível Krampus (um bode, na verdade). Desta forma, toda a família tem de se unir para combater este mal e compreender o real espírito natalino... ah, e encontrar a irmã que desapareceu (esqueci de dizer).
Em relação à trama, esta é completamente previsível assim como seu desfecho decepcionante, embora o finalzinho nos deixe algumas dúvidas. Os personagens são superficiais e muitas vezes, como já dito, alguns insuportáveis, não simpatizamos com nenhum (talvez, no mínimo, com o tio careca). Para se ter uma noção, o longa utiliza da fórmula tiazona chata, tiozão xarope do churrasco, primos insuportáveis (esta palavra se encaixa bem em muitos aspectos desta película) e dois homens que querem bancar o herói da história (o tio, quase sempre, e o pai), além da mãe protetora e mandona. Além, praticamente trata das crianças como desprezíveis e as exclui de seus principais plots, atribuindo a elas a única função de ser mais um fardo e saco vazio. O protagonista, o garotinho tonto, tem menos tempo de tela que todos outros já destacados e o antagonista, que a princípio amedronta, só sabe grunhir e não passa de um simples bode encapuzado com correntes e chifres grandes. Seus comparsas,  que em determinados momentos passam a brotar do nada como alguns Decepticons nas cenas iniciais de Transformers - A Vingança dos Derrotados, são bizarros, patéticos e constituem as situações mais absurdas, impensáveis e bizarras da película (meu conceito final giraria em torno de 4 ou 5 sem estes tristes atos). Realce para um boneco palhaço que demonstra o verdadeiro significado da palavra bizarrice. Sua turma ainda conta com alguns carismáticos biscoitinhos assassinos (tipo aquele do Shrek, porém versão maníaco) que são o que de melhor há no filme, sinceramente grande parte de minha nota pode ser atribuída a eles. Sabe aquela avó misteriosa que citei? Então, ela possui um segredo estúpido que gera uma boa historinha no formato animação, ademais de complicar o longa inteiro falando em alemão mesmo sabendo inglês.
Levando-se em consideração que o foco era a produção de um terror, a película está mais para comédia e chega a dar vergonha, nos proporcionando poucos sustos e mais raiva e desgosto. Krampus não consegue impor a atmosfera desejada nem envolver o espectador, e falha em todas tentativas de seja lá o que tentaram.
Com um trilha sonora natalina, feito somente para vender, atores que não atuaram com a alma, diálogos que não são marcantes e um enredo esquecível que não inova, não ousa, não vale a pena, transmite uma mensagem básica e batida e que talvez agrade um público menos exigente, o filme peca em todos quesitos trabalhados e conseguirá apenas ser o real terror de seu natal. Não recomendo para quem presa sua sanidade cinéfila.
Matheus J. S.

Assista (ou não) e Kontamine-se

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Avaliações:
IMDb: 6,2
Rotten: 65%
Adoro Cinema (usuários): 3,6
Kontaminantes (Matheus J. S.): 3

Ficha Técnica Resumida (Wikipédia):

Estados Unidos
2015 • cor • 98 min 
Direção
Michael Dougherty
Produção
Alex Garcia
Jon Jashni
Michael Dougherty
Thomas Tull
Roteiro
Todd Casey
Michael Dougherty
Zach Shields
Elenco
Adam Scott
Toni Collette
David Koechner
Allison Tolman
Conchata Ferrell
Emjay Anthony
Stefania LaVie Owen
Krista Stadler
Gênero
Terror
Música
Douglas Pipes
Companhia(s) produtora(s)
Legendary Pictures
Zam Pictures
Distribuição
Universal Pictures
Lançamento
30 de novembro de 2015 (Los Angeles premiere)
EUA
4 de dezembro de 2015
Idioma
Inglês
Orçamento
US$ 15 milhões
Receita
US$ 61.5 milhões

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