26 de dezembro de 2016

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12 Homens e Uma Sentença (1957)


Filme de 1957, obviamente preto e branco, elenco e diretor desconhecido (para mim), um só cenário e, contudo, com uma simples aprovação de 100% no Rotten Tomatoes. É certo que opiniões divergem de ser para ser e um site nem sempre é confiável, mas, se alguma vez eles foram inegavelmente pontuais, este foi o caso de 12 Homens e Uma Sentença, a prova viva de que um excelente roteiro não requer exuberantes efeitos especiais, grandes nomes, uma resplandecente coloração e alguma banal cena na China.
Com uma sequência inicial que apresenta um juiz entediado seguindo as regras da jurisdição e 11 jurados despretensiosos que aparentam completo desdém perante o caso que os cerca e apenas um reflexivo, o longa já expõe bem a trama que iremos acompanhar. Um réu aparentemente culpado que tem sua vida posta nas mãos de homens que demonstram total descaso com sua responsabilidade, enquanto somente um parece realmente se importar com o fato e estar ciente do fardo sobre suas costas. Somente este entrecho já é muito bem abordado pela película ao seu decorrer, o quê vale uma vida humana e o peso desta sobre os ombros de completos desconhecidos. Prosseguindo, uma votação se inicia na qual tem de haver mútua concordância sobre a culpa ou razoável dúvida acerca do suspeito. Desta forma, se culpado, a morte será seu destino. Consoante à votação, apenas um dos jurados vota a favor de sua inocência e se vê confrontado por todos que desejam somente abandonar o local para prazeres próprios, onde tem a difícil missão de impor questões e fazê-los refletir sobre esta atitude. Um a um, todos acabam confrontados e obrigados a repensar suas ações e escolhas.
Explorando distintas personalidades (o que geralmente causa desentendimentos) e demonstrando que todas, de alguma forma, têm relevância, os conflitos pessoais encarnados principalmente na carne de um dos personagens e o egoísmo e displicência na de outros, 12 Homens e Uma Sentença expõe a perseverança de um ser frente ao que considera certo, mesmo tendo de enfrentar outros para tal, e ainda conta com brilhantes e convincentes atuações, além de presar bons e extensos diálogos, o seu forte. Na realidade, um de seus principais objetivos é estabelecer a importância de uma boa conversa, o debate, a argumentação individual e os diferentes pontos de vista, ademais de mostrar como podem ser influenciados a ter uma visão mais ampla e clara das coisas. Também evidencia o quanto nosso convívio e formação são relevantes para nossa vida e empecilhos desta.
Ao som de uma trilha sonora característica da época e outros fatores e hábitos da mesma, o filme possui passagens de maior realce, como quando temos a visão de cada um exposta sobre a situação e podemos entendê-los melhor, os conhecemos mais profundamente e suas intenções. Também somos levados a refletir a respeito do sistema judiciário que cerca nossa sociedade desde muito tempo e ficamos intrigados corrente a expressão do acusado no início do longa, perante sua suposta natureza e vida discutida ao decorrer do mesmo.
Envoltos em uma condução genial, gradativamente nos familiarizamos com os personagens e a história que ronda o crime, além de nunca se tornar cansativo, cadenciar o tempo magistralmente e pausar o turbilhão de ideias e acontecimentos nos devidos momentos. Este enredo excepcional ainda arruma espaço para pontinhas cômicas e um uso significativo da matemática. Apesar de já sabermos um pouco como a película irá terminar, esta não deixa um só instante de ser empolgante, interessante e instigante.
Levando-se em consideração que grande parte dos espectadores não curte muito longas dublados e nem mesmo suporta seus títulos abrasileiradamente corrompidos, tenho de admitir que, desta vez, prefiro o nome que se oficializou no Brasil. Embora quando traduzido o título original se mostre bastante coerente, 12 Homens Irritados, penso que o outro consegue transmitir um espírito mais genuíno.
Deixando muito filme de peso (ou que pensa ser) do século XXI para trás e até mesmo seu remake de 1997 (embora tenha agradado os críticos), posso dizer de forma convicta que 12 Homens e Uma Sentença é um dos melhores longas que já tive o prazer de ver, simplesmente uma aula de cinema obrigatória para todo dito cinéfilo que aprecia o bom gosto e uma trama espetacular exemplarmente desenvolvida.
Matheus J. S.  10

       Fiquei muito interessado pelo filme ao ouvir Matheus falar um pouco sobre o mesmo, decidi na hora que iria assisti-lo, antes mesmo de outros que já tinha planejado ver, e não fiz mal. O  longa se passa em uma sala onde 12 júris se reúnem para discutirem sobre um homicídio, este em que um jovem de 18 anos esfaqueou  o próprio pai. Inicialmente, o filme mostra a primeira votação, em que onze votam culpado e apenas um inocente. Como os votos teriam que ser unânimes, os júris começam a discutir sobre o caso, e nisso aquele que votou por inocentá-lo vai convencendo alguns durante a discussão que o acusado talvez não seja culpado.
Achei muito interessante que, durante o debate, os homens que votam inocente vão encontrando furos nos fatos que apontavam que o acusado era culpado, assim deixando uma dúvida razoável em vários dos júris. Há também duas testemunhas que alegam ter visto e ouvido o assassinato, e durante o longa é comprovado que estas podem estar erradas, e tudo isso torna a película mais legal e interessante.
Este filme me agradou muito, foi um dos melhores entre os últimos que assisti, e além de ele se passar apenas em uma sala e focar nos diálogos, em momento algum ele se torna cansativo. 12 Homens e Uma Sentença é muito bom e com certeza vale a pena assisti-lo.
Murillo J. S.  10

Assista e Kontamine-se

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Avaliações:
IMDb: 8,9
Rotten: 100%
Adoro Cinema (usuários): 4,5
Kontaminantes (média): 10





Ficha Técnica Resumida (Wikipédia):

Estados Unidos
1957 • p&b • 96 min 
Direção
Sidney Lumet
Produção
Henry Fonda
Reginald Rose
Roteiro
Reginald Rose
Elenco
Henry Fonda
Martin Balsam
Lee J. Cobb
Jack Warden
E.G. Marshall
Gênero
Drama
Música
Kenyon Hopkins
Cinematografia
Boris Kaufman
Edição
Carl Lerner
Distribuição
United Artists
Lançamento
13 de abril de 1975
Idioma
Inglês
Orçamento
US$ 340.000
Receita
US$ 1.000.000 (aluguéis)

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