O Exterminador do Futuro envelheceu.
Acidentes aéreos infelizmente não são incomuns,
seja na realidade ou na ficção, tendo como exemplos o recente e trágico evento ocorrido
com o avião da Chapecoense e a queda de uma aeronave ao término da segunda
temporada da premiada série Breaking Bad, que se deu de maneira semelhante ao
filme em questão. Muitas são as produções que apostam em tramas mirabolantes
ocorridas em pleno voo, como Serpentes a Bordo e Sem Escalas, outras preferem
prezar o divertimento do espectador com sequências insanas dentro de um avião (A
Múmia [2017]; Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge...), enquanto um ramo comprometido
com a veracidade dos fatos se destaca com suas abordagens dramáticas e impacto
sobre o espectador (Sully, O Voo...). Aftermath se enquadra nesta vertente (e
não se engane, apesar do título nacional, esta não é uma história de vingança).
Levando-se em consideração que a apreciação do
longa não será uma experiência alegre e descontraída, o público deve degustar,
com veemência e aproveito, os aproximados 7 primeiros minutos da película, onde
os dois protagonista estão sendo apresentados e o terreno preparado, pois o que
vem a seguir é um baque emocional envolto pelo martírio e amargor, embora esperado.
Duro, difícil e melancólico, Aftermath sabe conceber com brilhantismo seus
personagens (estes que sustentam o enredo), alternando o foco entre Roman - a
procura de justiça, martirizado, sozinho, traumatizado, inconformado, sem rumo,
em processo da nova vida e em busca do reconhecimento dos entes perdidos - e Jake
- visto por todos como um monstro, aprisionado, arrependido, detentor de um fardo,
perplexo, retraído e enclausurado -. Relevando com maior ênfase a figura do
Roman, a concepção deste se mostra extremamente interessante, principalmente considerando
que a mesma serve como forma de crítica ao sistema que rejeita todo aquele abaixo
de sua legislação, seja fisicamente ou emocionalmente, como se qualquer verba
monetária fosse suficiente para saciar uma dor e perda de tal porte lancinante.
Conduzido essencialmente pelas contundentes e excepcionais
atuações, Em Busca de Vingança, contudo, é fundamentalmente confeccionado
mediante Arnold Schwarzenegger que desempenha, possivelmente, uma das melhores performances
da carreira, completamente consentâneo e distante de sua zona de conforto. Todavia,
o eterno Conan não foi o único a envelhecer, já que Maggie Grace, de vulnerável
filha do implacável Bryan Mills passou a Christina, esposa e mãe responsável
que tem de lidar com a nova e bagunçada vida, servindo de pilar racional para a
família.
Optando por um desenvolvimento lento, o filme prova
que compreende seus personagens e a cadência com a qual os mesmos enfrentam
seus conflitos, de forma genuína e gradativa. Ademais, o longa faz questão de ratificar
que o tempo não ameniza o sofrimento, bem como a tragédia impregna e consome suas
vidas, o que corrobora com o realce atribuído aos aviões de passagem no céu que
recordam a fatalidade e enaltecem o dissabor. Cooperando com a mágoa quase que
palpável, a película, além, utiliza de uma trilha sonora instrumental que evoca
o desconsolo.
Apesar de não denotar aspectos inovadores, a produção
reconhece seu roteiro e não busca o estrelato ou a grandeza constituindo um
entrecho épico ou memorável, pelo contrário, demonstra inteligência ao
salientar uma trama mais íntima e pessoal de igual relevância. Mórbido e surpreendente,
Aftermath é um filme sobre a aceitação e a adaptação, a recognição e o luto.
Matheus
J. S.
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Ficha Técnica
(Adoro Cinema):
Data de lançamento (Brasil): 20 de julho de 2017 (1h 32min)
Data de lançamento (Brasil): 20 de julho de 2017 (1h 32min)
Direção: Elliott Lester
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Maggie Grace, Scoot
McNairy…
Gênero: Drama
Nacionalidade: EUA
Avaliação:
IMDb:
5,7
Rotten:
39%
Metacritic:
44%%
Filmow
(média geral): 2,8
Kontaminantes (Matheus J. S.): 9,5
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