11 de julho de 2017

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Watchmen: O Filme

Pôster


A destruição como meio de salvação

Filmes de heróis tendem a abordar tramas envoltas pelo sistemático bem contra o mal, mocinha em perigo, enredo bonitinho sem sangue, palavrões ou sexo... no entanto, quando um trabalho distinto consegue fugir do clichê e cumprir suas propostas com êxito, a satisfação é imensurável, e Watchmen o faz com glamour e perfeição.
Adaptado fielmente das HQs escritas por Alan Moore (V de Vingança), o longa, sob comando de Zack Snyder, ademais de suas reflexões e acertos, serve para enaltecer a versatilidade do diretor em lidar com distintos gêneros e o prezar do mesmo para com suas singulares e volúveis particularidades. Seja nas sequências em slow motion, no uso excessivo de CGI, na brilhante e inteligente iluminação e fotografia (que desta vez se resume a paleta de cores marcantes que procuram realçar o negro e azul pincelado sutilmente pelo amarelo), nos quadros que engrandecem a perspectiva do espectador ou na gloriosa trilha sonora, Snyder faz uso de seus recursos com maestria e usufrui dos mesmos para conceber segmentos de impacto, afinal, quem não se recorda da cena de abertura com o Comediante caindo pela janela em câmera lenta, das inesquecíveis passagens ao som de The Sound of Silence e Hallelujah ou das insanas sequências de combate?
Partindo do princípio tradicional de esquadrão de super-heróis (como os Vingadores, Liga da Justiça...), a película, contudo, desenvolve separadamente, com complexidade e aprofundamento, os personagens em tela, humanizando-os ao extremo, enfrentando dilemas e conflitos pessoais, criando personalidades únicas, suspeitas e complementares ao entrecho, apresentando-os ao passar do tempo e as mudanças correntes, o que são e o que foram, atitudes dúbias e consequências... tudo sob uma visão realista e adulta, sem restrições ao lidar com temas como alcoolismo, prostituição e estupro, chegando a explorar, por meio de flashbacks, o passado dos mesmos, o que coopera com um entendimento melhor e uma maior aproximação para com o público. Por falar em personagens, é imperdoável se esquecer de Rorschach (interpretado majestosamente por Jackie Earle Haley), a figura mais cativante, sanguinária, determinada e presente do filme. Uma espécie de Justiceiro, Rorschach se assemelha bastante a Travis (Taxi Driver [leia aqui]), entretanto pouco mais lúcido e fatalmente implacável, permeado por um histórico conturbado e violento, que serve de ponte entre o espectador e as escórias da humanidade, âmbito desdobrado com perscrutação ao ampliar seu olhar sobre o mundo por meio de seu diário e suas narrativas.
Destrinchando um passado alternativo no qual os EUA venceram a Guerra do Vietnã e a Guerra Fria encontra-se em seu auge, o longa, que igualmente atribui ênfase em outra persona de destaque, o Dr. Manhattan, além da transformação que ainda influencia sua vida, a película releva sua importância conforme a influência deste em eventos expressivos e sua presença fundamental para o fechamento da urdidura, ademais de colocá-lo em uma posição interessante o qual o mesmo é visto como uma ameaça em potencial e uma arma contra os inimigos (outra atuação respeitável e reconhecível executada por Billy Crudup). Repleto de alfinetadas políticas e sociais, o confronto entre os estadunidenses e os soviéticos serve de palco para o desenrolar da trama, onde se sobressaem aspectos como o ódio aos comunistas, a selvageria da natureza humana, questões morais e éticas e o conceito de heróis mascarados. A magnitude de tudo se resume a forma como o roteiro expande tais óticas, de forma árdua, verossímil e com o próprio ser humano como vilão, impondo reflexões ao público, impasses, sátiras e alegorias.
Incansável e instigante, a produção sabe cadenciar com prestígio seu enredo, mesmo com quase três horas de duração, a mesma nunca se torna maçante, pelo contrário, é sustentada por suas incógnitas, rumos imprevisíveis, surpresas e revelações, com um desfecho apoteótico e inesperado que recompensa até os mais impacientes e uma última cena radiante que pende dúvidas. Cômico nos momentos certos e extravagante nas horas devidas, o longa belisca características de outros gêneros sem jamais perder o foco e não peca quando o assunto são diálogos, frases e sequências sublimes.
Inteligente, visceral, crítico e transgressor, Watchmen é um filme imprescindível e irretocável.
Matheus J. S.  10

Este era o primeiro filme da minha lista depois que terminasse Fringe, isso porque Matheus me recomendou com grande entusiasmo, além de esse ser um filme sobre heróis, mas acabei me decepcionando. O longa não é ruim, podemos dizer que ele é bem razoável. Mesmo não me agradando, há algumas partes e pontos que me chamaram a atenção.
Boa parte deste mostra a interferência dos Vigilantes na Guerra do Vietnã e como estes agiram em determinados momentos. Por falar em guerra, a película se passa em meio a Guerra Fria, onde os Estados Unidos não sabe se deixa o Doutor Manhattan resolver o problema ou ataca a União Soviética antes ser atacado. Mostra também um pouco da vida de cada um desses.
 Algo de diferente no filme são os personagens. Um dos que quero mencionar é o Doutor Manhattan, esse a partir de um acidente que ocorreu no local de seu trabalho, se transformou em uma criatura capaz de ver seu futuro, se teleportar e fazer outras coisas. Outro personagem é o Rorschach, esse não teve uma boa infância e não revela sua identidade usando uma máscara, além de ser um dos mais frios dos Vigilantes.
   O final do longa foi o ponto que mais me chamou a atenção, esse fez o filme todo valer a pena, mas o mesmo não agradará a todos. Como já disse, Watchmen é bem razoável, mas vale a pena assisti-lo.
Murillo J. S.  8

Assista e Kontamine-se

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Ficha Técnica (Adoro Cinema):
Data de lançamento (Brasil): 6 de março de 2009 (2h 42min)
Direção: Zack Snyder
Elenco: Jackie Earle Haley, Patrick Wilson, Malin Akerman…
Gêneros: Ficção científica; Drama; Ação
Nacionalidades: EUA, Reino Unido

Avaliação:
IMDb: 7,6
Rotten: 65%
Metacritic: 56%
Filmow (média geral): 4,0
Adoro Cinema (usuários/adorocinema): 4,3/4,0
Kontaminantes (média): 9
Avaliação

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