Não faz nem um mês que aconteceu o Oscar, e já temos um dos filmes
favoritos a levar a estatueta de Melhor Animação do ano que vem. Raya e o Último
Dragão é realmente uma obra espetacular.
Em primeira análise, Raya e o Último Dragão possui todas as características
que compõem uma boa animação, tais como personagens carismáticos, um visual
colorido, piadas certeiras e uma trama edificante que funciona para todos os públicos.
Todavia, o charme do longa se encontra na eficiência com que ele lida com esses
padrões de gênero e na tomada de decisões narrativas que, por menores que
sejam, lhe concedem uma identidade ímpar que o distingue dos demais títulos do
ramo.
Nesse sentido, ainda que alguns semblantes tenham a introdução clichê e
algumas manobras do roteiro sejam primordialmente um tanto quanto obvias, o script
se reinventa e tem como grande virtude o desdobramento inventivo de alguns plots,
principalmente no terceiro ato. A afinidade que se estabelece entre
espectadores e personagens cresce organicamente junto ao caminhar do enredo,
enquanto a dinâmica que rege o relacionamento entre os membros da equipe é genuína
e contagiante.
Concernente a Namaari, que faz o papel de "vilã" da estória, a
película é bastante sagaz em seu desenvolvimento. Ela, que começa como uma
simples antagonista, tem o arco desmembrado até se tornar uma peça fundamental
do miolo diegético, ganhando camadas relevantes que a tornam um ponto
diferencial do entrecho. A rivalidade que se constitui entre esta e Raya é marcada
por embates parelhos onde nenhuma das combatentes possui imane superioridade, o
que atribui entusiasmo aos confrontos resultantes dessa desavença impulsionado
pela solidez que o subnúcleo de cada uma delas apresenta.
Por sua vez, a utilização de recursos tecnicos corrobora o escopo do
texto. A trilha eleva com viço os sentimentos em tela, ao passo que a narração
da Raya preenche as lacunas do roteiro e permite que ele se desenrole com mais
agilidade. Atinente aos conceitos gráficos, o filme tem uma personalidade estética
lúdica e minuciosa que se atenta aos pequenos aspectos culturais dos diferentes
reinos que formam Kumandra. Sobretudo, são esses pequeninos detalhes que fazem
do longa tão especial, seja concernente a um singelo elemento visual ou um traço
idiossincrático que possibilita que um rosto cative tanto os assistentes.
No mais, Raya e o Último Dragão é divertido, eficiente e arrojado, tem
bons personagens e uma trama consistente que ainda arruma tempo para falar
sobre confiança e união.
Matheus J. S.
Assista e
Kontamine-se
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Ficha Técnica:
Data de lançamento (Brasil): 04 de março de 2021
Direção: Don Hall, Carlos Lopez Estrada e Paul
Briggs
Elenco: Kelly Marie Tran, Awkwafina, Gemma Chan…
Gênero: Animação
Nacionalidade: EUA
Sinopse
(Adoro Cinema):
Em Raya e o Último Dragão,
Kumandra é um reino habitado por uma vasta e antiga civilização conhecida por
ter passado gerações venerando os dragões, seus poderes e sua sabedoria. Porém,
com as criaturas desaparecidas, a terra é tomada por uma força obscura. Quando
uma guerreira chamada Raya, convencida de que a espécie não foi extinta, decide
sair em busca do último dragão, sua aventura pode mudar o curso de todo o
mundo.
Avaliação:
IMDb: 7,5
Rotten: 95%
Metacritic: 75%
Filmow (média geral):
4,0
Adoro Cinema
(usuários/adorocinema): 4,2/4,0
Kontaminantes (Matheus J. S.): 9
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