6 de março de 2017

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Efeito Borboleta



Pensar que um simples bater de asas de uma borboleta pode causar um tufão do outro lado do mundo, aparentemente é exagerado e impossível, mas é completamente aceitável, e é nisto que se baseia a Teoria do Caos (como muito bem expresso no comecinho do filme, porém de maneira distinta). Esta basicamente propõe que um simples acontecimento hoje pode desencadear uma catástrofe amanhã, ou seja, toda ação tem uma reação que leva a outro desencadeamento de ações e outro que acaba por ser imprevisível e gerar algo que pode mexer com os alicerces do mundo e mudá-lo drasticamente, de certa forma, para sempre. Claro, não é certo que isto acontecerá, mas é possível, até porque as consequências não podem ser calculadas por conta de uma série de fatores que dependem de outros influenciados por determinados aspectos extremamente complexos, e Efeito Borboleta mantém isto como princípio.
Apresentando-nos o protagonista Evan (personagem vivido por mais de um ator), o longa explora seu problema de lapsos de memória que mais tarde acaba por ter influência em sua capacidade de sua mente voltar no tempo e alterar tudo. Embora possamos ver isto como um dom e uma habilidade excepcional, seu pai considera uma doença hereditária que só causa mal ao mundo e que da mesma maneira acabou por prejudicá-lo e destruir sua vida. É interessante observar este relacionamento de pai para filho, de como o pai vê sua cria como um problema sem este nem mesmo saber de nada e, até certo ponto, não ter culpa alguma (contudo também o compreendemos e a base de todos estes conflitos e atitudes acarretadas por suas complicadas e dolorosas experiências).
Com uma bela atuação de Ashton Kutcher (rosto conhecido de vários filmes de comédia) em uma película de gênero que não é seu habitat, o filme ainda conta com outras faces conhecidas, como a de Logan Lerman e Kevin Durand. Além, se inicia pelo seu desfecho (o que hoje em dia já se tornou moda no universo cinematográfico) e possui uma passagem bem interessante em um presídio onde, sutilmente, certa corrupção é abordada como determinados meios trapaceiros (ironicamente envolvendo Jesus) para se conseguir o que quer. O longa ainda possui os característicos momentos de descontração com algumas piadinhas, cenas e situações engraçadas, apesar de ter seu teor voltado mais para um lado fantasioso e dramático.
Contudo, Efeito Borboleta realmente se destaca e pode ser considerado um expoente do gênero devido a sua exploração das consequências de uma alteração da linha do tempo. Claro que não é o único a fazê-lo, mas se realça por tratar do assunto com genialidade e originalidade e nos fazer refletir sobre nossas próprias atitudes, pois uma simples ação, um aparente comentário banal, poder mudar tudo e fazer com que não haja mais volta. Ademais, a película enfatiza bastante que, para uns serem felizes, outros têm de sofrer e ter uma vida triste e miserável (bem condizente com nosso mundo, não?), dilema este que o próprio protagonista tem de enfrentar ao alterar o rumo temporal, alteração que muda muito mais do que aparenta e chega a mexer com este fisicamente, mentalmente e psicologicamente (acredite, o roteiro ratifica bem a diferença entre os dois).
Tendo como pano de fundo motivações amorosas e possuindo certas semelhanças com o cult Donnie Darko, o filme ainda transmite diversas lições morais e está repleto de frases que nos impõem a pensar, como uma dita pelo pai de Evan a ele, repreendendo-o ao afirmar que este não pode brincar de Deus.
Com seu sucesso (ao menos de público, pois sua injusta e indignante aprovação de 33% no Rotten Tomatoes realça bem a opinião pessimista de forma mais expansiva dos “conceituados” críticos a respeito do mesmo), o longa ganhou duas sequências, todavia muito criticadas negativamente. Ao seu fim, com a apresentação de três finais distintos e de sua escolha individual, Efeito Borboleta se mostra uma boa, reflexiva, divertida e instigante película do gênero, certamente vale seu tempo (entendeu?).
                  Matheus J. S.

Assista e Kontamine-se

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Ficha Técnica (Adoro Cinema):
Data de lançamento (Brasil): 23 de julho de 2004 (1h 53min)
Direção: Eric Bress, J. Mackye Gruber
Elenco: Ashton Kutcher, Amy Smart, Elden Henson...
Gêneros: Drama; Fantasia
Nacionalidade: Eua


Avaliação:
IMDb: 7,7
Rotten: 33%
Filmow (média geral): 4,0
Adoro Cinema (usuários): 4,5
Kontaminantes (Matheus J. S.): 9

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