*esta divagação contém spoilers significativos
Infelizmente, para o meu desgosto, tenho de
expor que Supernatural mais uma vez teve uma grande oportunidade em suas mãos
que acabou por desperdiçar. Ok, vamos entender.
Após o retorno de seu hiatus, o programa
retomou o seguimento de sua 12ª temporada, até o momento com um só episódio
lançado. Tenho de confessar, consoante o que vimos neste novo ciclo até agora,
que as expectativas não eram altas, muito pelo contrário, sequer existiam.
Desta forma, admito que comecei a assistir o novo episódio com certo pessimismo,
mas fui bastante surpreendido, tanto positivamente quanto negativamente, o
máximo que apenas 40 minutos podem surpreender. Em suma, conforme decepções e
boas surpresas pensei que uma divagação a respeito do retorno ao ar de uma das
mais longas séries da TV americana seria justo. Então, vamos lá!
Arrebatando logo de cara o espectador com o que
considerávamos possíveis furos e plots que aparentemente seriam desnecessários
e até mesmo chatos, o episódio, de forma a não se demorar neste quesito, ou seja,
explicou convincentemente o porquê do Crowley não cooperar com a complicada
situação dos rapazes que basicamente se resume ao fato dele saber que
escapariam dessa e sua falta de interesse e descaso sempre presente em sua
personalidade. Também nos vimos frente à certa incapacidade e possíveis
conflitos no futuro com entidades angelicais ou complicações envolvendo a
ignorância dos humanos que impediu Castiel de fazer o mesmo. Em relação ao ato
que não inspirava grandes esperanças, me referia ao tempo passado na prisão por
Dean e Sam, algo que se mostrou verdadeiramente claustrofóbico (estamos
acostumados a vê-los na estrada), angustiante e torturador, embora não durou
muito tempo e sabíamos que logo iriam conseguir escapar.
Prosseguindo, perante uma fuga condizente (quer
dizer, nem tanto, mas logo iremos falar disto) e uma perseguição alá grandes
filmes hollywoodianos, o episódio seguia um ritmo bacana e empolgante, nem
mesmo a passagem onde os irmãos deram uma surra nos soldados (um tanto mais
agressivos que o habitual referente a confrontos com humanos), o que é
praticamente impossível (convenhamos, são agentes da lei altamente treinados),
porém acabamos por relevar este fato, ainda mais por ter fugido do clichê deles
primeiro apanharem para depois baterem, foi suficiente para apagar o brilho que
o episódio estava estabelecendo. Pode-se dizer que uma referência a Watchmen e
uma possível a Fringe (pelo menos foi a forma como entendi quando a máquina de
escrever escreveu sozinha) só serviram para engrandecer mais ainda o espetáculo
e nos proporcionar o que tanto desejamos, diversão. Realmente Supernatural, ao
longo de toda temporada até o momento, estava me divertindo e entretendo na
dose certa. Contudo, tudo o que é bom dura pouco.
Ao serem encontrados por Castiel e Mary que
contaram com a espontânea colaboração dos Homens das Letras britânicos (o que,
se pararmos para pensar, não foi nem tão relevante assim), os irmãos logo se
viram frente a outro problema, Billie. Neste trecho descobrimos que, para
poderem ter fugido, necessitaram de uma ajudinha sobrenatural o que lhes custou
um pacto de sangue e a vida de um Winchester. Sim pessoal, este é o ponto, o X
da questão, a oportunidade que Supernatural tinha para almejar algo maior... no
entanto novamente falhou. Enquanto Dean e Sam decidiam quem dos dois iria
morrer, Mary se entregou como oferenda dizendo que também era uma Winchester, o
que satisfez Billie e a fez concordar com a proposta. Neste momento tudo já
estava cagado, sabíamos que nenhum dos dois protagonistas morreriam (imagina o
quão inesperado seria!), nenhuma grande trama seria iniciada a partir dali e
pensamentos acerca da inutilidade da mãe deles durante todo o ano já começavam
a circundar a cabeça, afinal, haveria sido ressuscitada somente para morrer e
causar drama sem importância? Em uma passagem onde esta quase se mata e os
conflitos pessoais causados pela situação se realçam em sua face, Castiel
simplesmente esfaqueia a ceifeira, matando-a, simples assim. Como se diz, não
há nada tão ruim que não possa piorar. Considerada por muitos a substituta da
Morte, Billie morreu consoante uma faca angelical. Se já não fosse ruim o
suficiente a oportunidade desperdiçada, a morte mais sem sal da história só
serviu para demonstrar a irrelevância que a presença desta personagem ocasionou
ao longo de toda sua existência na série. Contudo, conforme a ação do anjo mais
querido dos fãs, ao menos espero que as tais consequências cósmicas citadas por
Billie ao ser quebrado um pacto de sangue se concretizem e se mostrem
verdadeiramente instigantes, além da dúvida que permanece em nossas cabeças
sobre o que são tais eventos poder ser comparada a empolgação ao fim da
temporada 11 e questões acerca da Escuridão que na época se estabeleceram.
Porém, como ficou claro no trailer do próximo episódio, parece que a série mais
uma vez optou por deixar mais uma grande oportunidade de lado. Supernatural e
suas manias.
Finalizando, ao fim do episódio nos deparamos
com o estrago que o Sr. Ketch fez com todos envolvidos que detinham conhecimento
dos crimes dos Winchester, algo que futuramente pode causar interessantes
sérios confrontos de ideais com os Homens das Letras britânicos. No entanto, em
contraparte, mais uma vez o programa nos decepciona com o diálogo entre Mary e Davies
que a impõe sob o serviço dos caçadores europeus. Pra quê isso? Se a Winchester
mãe vive uma crise existencial, por que ela, ao invés de ceder seus serviços a
estes, não se alia a outros mais confiáveis ou simplesmente retorna para junto
de seus filhos? Incompreensível. Desta forma, com tantos aspectos negativos que
se sobressaíram, talvez fosse melhor o episódio ter focado apenas na fuga de
Dean e Sam, quesito este sim que se realçou positivamente. Ademais, tenho de
ressaltar que, mesmo de certa forma não relacionado estreitamente ao assunto,
Supernatural foi recentemente renovada para sua 13ª temporada e uma declaração de Jensen Ackles a
respeito da inexistência de "Destiel" vem gerando polêmica
(completamente desnecessária, né?). Concluindo, como o programa decidiu não se
aprofundar ainda em determinados terrenos que inspiram alguma expectativa para
o restante da temporada como, por exemplo, a mulher grávida de Lúcifer, só nos
resta torcer para que Supernatural nos surpreenda mais de maneira positiva. Referente
ao episódio em questão, foi bom, mas poderia ter sido melhor. E se você ainda não leu o post sobre o que penso da temporada atual até o momento, leia clicando aqui.
Matheus J. S. 7 (nota do episódio)
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Avaliações (12ª Temporada
até o momento):
Rotten: 100%
IMDb: 8,6 (série em geral); 8,8
(episódio em questão)
Adoro Cinema (usuários): 4,2
Adoro Cinema (usuários): 4,2
Filmow (media geral): 4,3
Kontaminantes (Matheus J. S.): 3
Ficha Técnica Resumida Wikipédia
(série em geral):
Informações gerais
|
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Formato
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Série
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Gênero
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Ação
Aventura Suspense Drama Fantasia sombria Fantasia urbana |
Duração
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38-46 minutos aprox.
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Estado
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Em exibição
|
Criador (es)
|
Eric Kripke
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País de origem
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Estados Unidos
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Idioma original
|
Inglês
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Produção
|
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Produtor (es)
|
McG
Todd Aronauer Vladimir Stefoff Cyrus Yavneh |
Câmera
|
Câmera única
|
Elenco
|
Jared Padalecki
Jensen Ackles Katie Cassidy Lauren Cohan Misha Collins Mark A. Sheppard |
Tema de abertura
|
"Carry On My Wayward Son",
por Kansas (somente no último episódio de cada temporada) |
Exibição
|
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Emissora de televisão original
|
EUA
The WB (2005–2006) The CW (2006–presente) |
Formato de exibição
|
480i (SDTV)
1080i (HDTV) |
Transmissão original
|
13 de setembro de 2005
|
N.º de temporadas
|
12
|
N.º de episódios
|
250
|
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