Enquanto diversas animações da atualidade procuram explorar mundos imaginários, tempos passados ou universos reais abordados de uma forma peculiar, Kubo presa terras verdadeiras mescladas ao misticismo e valoriza quesitos para nós não tão habituais e pouco aprofundados em outros longas durante uma jornada repleta de aspectos que todo fã do gênero aprecia em um entrecho reflexivo e tocante que agradará tanto crianças quanto adultos.

Concorrente ao Oscar de Melhor Animação de 2017, o filme, vencedor do BAFTA em sua respectiva categoria, mesmo sem ainda nada conquistar na cerimônia mais renomada do universo cinematográfico, já quebrou recorde ao ser a primeira animação da história a ser indicada na categoria já citada assim como nomeada a Melhores Efeitos Visuais. Realmente seus efeitos são extremamente realistas e deslumbrantemente belos e admiráveis, mesclando técnicas de Stop Motion e CGI, o resultado foi completamente insano e formidável ao criar um tipo diferenciado e nunca antes visto em longas semelhantes. Contudo, apesar de extremamente aclamado e o favorito da galera dentre os indicados a Melhor Animação, a maioria acredita que a produção não levará o prêmio perante questões controversas acerca de "mutretas" e muito menos será privilegiada na outra categoria concorrente conforme nomeações com um potencial muito maior. Já eu, mesmo com todo o pessimismo corrente, acredito em Kubo ao menos como Melhor Animação.

Ao nos apresentar durante os primeiros minutos uma relação entre mãe e filho que praticamente se subverte, introduzir o visual marcante e distinto que será presente ao longo de toda a película e outros fatores que comprovam as condizente indicações ao Oscar, já fica claro que não estamos diante de mais um simples longa do gênero. Se aprofundando em terras nipônicas que compreendem aspectos oriundos de sua origem, como, por exemplo, a confecção de origamis, Kubo segue a jornada mágica e dramática de uma criança que praticamente possui o "simples" fardo de impedir que um grande vilão roube seu outro olho e consiga um poder imensurável. Apesar da básica, pouco empolgante e comum sinopse de filmes similares, a película se sobressai consoante, além dos quesitos já ressaltados, assuntos relacionados a contextos não infantis que interagem bem com a proposta de entreter e divertir. Algumas destas são questões relacionadas à morte e conflitos familiares (expostas no filme de tal maneira um tanto quanto drástica).

Seguindo uma trajetória emocionante incrementada com pitadas cômicas características do gênero, infelizmente não se pode dizer que Kubo seja perfeito, até porque cai em determinados clichês que o espectador já está cansado de ver. Um exemplo perfeito seria as motivações dos antagonistas, estes que, embora engrandeçam visualmente o longa e o complementem, não o fazem de forma inovadora e marcante. Todavia, relacionado exclusivamente ao vilão principal, pode-se dizer que o desfecho da trama foge da mesmice. Igualmente vale ratificar que certos fatores do roteiro não se encaixam perfeitamente e outros não convencem. Ademais, além das reflexões propostas, a película adentra âmbitos que remetem a compaixão, sacrifícios, bondade, pureza infantil, responsabilidades de suma relevância desde cedo, amor, família e o renunciamento de poderes conforme a valorização dos princípios morais, éticos e pessoais do protagonista.

Com sequências em câmera lenta que se destacam e apresentando uma história fantástica que poderia facilmente ser adaptada como game, a animação conta com coadjuvantes carismáticos que somam positivamente o enredo, ademais de nos surpreender com reviravoltas inesperadas. Mantendo um ritmo frenético, instigante e gostoso de assistir, Kubo, em suma, é brilhante ao que se propõe e, apesar de conter suas falhas, acerta mais do que peca, entretém na dose correta e proporciona peculiaridades que para um público mais expansivo e menos exigente será novidade.

Matheus J. S.

Assista e Kontamine-se

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Avaliações:
IMDb: 7,9

Rotten: 97%

Filmow (média geral): 4,2

Adoro Cinema (usuários): 4,1

Kontaminantes (Matheus J. S.): 9,5

Ficha Técnica Resumida (Adoro Cinema):

Data de lançamento: 13 de outubro de 2016 (1h 42min)

Direção: Travis Knight

Elenco: Charlize Theron, Art Parkinson, Ralph Fiennes…

Gênero: Animação

Nacionalidade: Eua

Kubo e as Cordas Mágicas

Enquanto diversas animações da atualidade procuram explorar mundos imaginários, tempos passados ou universos reais abordados de uma forma peculiar, Kubo presa terras verdadeiras mescladas ao misticismo e valoriza quesitos para nós não tão habituais e pouco aprofundados em outros longas durante uma jornada repleta de aspectos que todo fã do gênero aprecia em um entrecho reflexivo e tocante que agradará tanto crianças quanto adultos.

Concorrente ao Oscar de Melhor Animação de 2017, o filme, vencedor do BAFTA em sua respectiva categoria, mesmo sem ainda nada conquistar na cerimônia mais renomada do universo cinematográfico, já quebrou recorde ao ser a primeira animação da história a ser indicada na categoria já citada assim como nomeada a Melhores Efeitos Visuais. Realmente seus efeitos são extremamente realistas e deslumbrantemente belos e admiráveis, mesclando técnicas de Stop Motion e CGI, o resultado foi completamente insano e formidável ao criar um tipo diferenciado e nunca antes visto em longas semelhantes. Contudo, apesar de extremamente aclamado e o favorito da galera dentre os indicados a Melhor Animação, a maioria acredita que a produção não levará o prêmio perante questões controversas acerca de "mutretas" e muito menos será privilegiada na outra categoria concorrente conforme nomeações com um potencial muito maior. Já eu, mesmo com todo o pessimismo corrente, acredito em Kubo ao menos como Melhor Animação.

Ao nos apresentar durante os primeiros minutos uma relação entre mãe e filho que praticamente se subverte, introduzir o visual marcante e distinto que será presente ao longo de toda a película e outros fatores que comprovam as condizente indicações ao Oscar, já fica claro que não estamos diante de mais um simples longa do gênero. Se aprofundando em terras nipônicas que compreendem aspectos oriundos de sua origem, como, por exemplo, a confecção de origamis, Kubo segue a jornada mágica e dramática de uma criança que praticamente possui o "simples" fardo de impedir que um grande vilão roube seu outro olho e consiga um poder imensurável. Apesar da básica, pouco empolgante e comum sinopse de filmes similares, a película se sobressai consoante, além dos quesitos já ressaltados, assuntos relacionados a contextos não infantis que interagem bem com a proposta de entreter e divertir. Algumas destas são questões relacionadas à morte e conflitos familiares (expostas no filme de tal maneira um tanto quanto drástica).

Seguindo uma trajetória emocionante incrementada com pitadas cômicas características do gênero, infelizmente não se pode dizer que Kubo seja perfeito, até porque cai em determinados clichês que o espectador já está cansado de ver. Um exemplo perfeito seria as motivações dos antagonistas, estes que, embora engrandeçam visualmente o longa e o complementem, não o fazem de forma inovadora e marcante. Todavia, relacionado exclusivamente ao vilão principal, pode-se dizer que o desfecho da trama foge da mesmice. Igualmente vale ratificar que certos fatores do roteiro não se encaixam perfeitamente e outros não convencem. Ademais, além das reflexões propostas, a película adentra âmbitos que remetem a compaixão, sacrifícios, bondade, pureza infantil, responsabilidades de suma relevância desde cedo, amor, família e o renunciamento de poderes conforme a valorização dos princípios morais, éticos e pessoais do protagonista.

Com sequências em câmera lenta que se destacam e apresentando uma história fantástica que poderia facilmente ser adaptada como game, a animação conta com coadjuvantes carismáticos que somam positivamente o enredo, ademais de nos surpreender com reviravoltas inesperadas. Mantendo um ritmo frenético, instigante e gostoso de assistir, Kubo, em suma, é brilhante ao que se propõe e, apesar de conter suas falhas, acerta mais do que peca, entretém na dose correta e proporciona peculiaridades que para um público mais expansivo e menos exigente será novidade.

Matheus J. S.

Assista e Kontamine-se

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Avaliações:
IMDb: 7,9

Rotten: 97%

Filmow (média geral): 4,2

Adoro Cinema (usuários): 4,1

Kontaminantes (Matheus J. S.): 9,5

Ficha Técnica Resumida (Adoro Cinema):

Data de lançamento: 13 de outubro de 2016 (1h 42min)

Direção: Travis Knight

Elenco: Charlize Theron, Art Parkinson, Ralph Fiennes…

Gênero: Animação

Nacionalidade: Eua