7 de novembro de 2016

Kontaminantes ☣ , Clube da Luta , Filmes ,

Clube da Luta


“Você não é o dinheiro que tem no banco, não é o carro que dirige, não é o que tem na carteira, não é seu uniforme, você é a merda do mundo que faz tudo para chamar a atenção.”


  Têm filmes que não sei porquê adquiro um preconceito negativo, e Clube da Luta foi um deles, talvez por causa das chamadas de TV que geralmente mostrava apenas alguns caras se espancando em uma briga de rua. Desta forma, talvez também não me empolguei em assisti-lo por falta de uma atmosfera como O Grande Dragão Branco, Operação Dragão e outros. Aqui, sempre que possível, vemos listas de filmes e Clube da Luta sempre aparece com boas referências e o Matheus, que continua na procura de filmes que tentem rachar a cabeça e dividam as opiniões, assistiu e recomendou.
         Vale ressaltar que, devido a algum spoiler, a trama do filme é totalmente diferente do que imaginava antes das referências que me levou a assisti-lo e que também estava ciente do plost twist existente, o que em nada altera a qualidade do mesmo. Em si, o filme aborda muitas questões como o ser, o ter e o quê ou como fazer. Em diálogos e falas bem elaborados, essas perguntas nos confrontam diretamente até o ponto de chegarmos a pensar como as dificuldades dos outros podem nos dar uma sensação de melhora. Vou ter que assistir uma segunda vez para dar mais atenção aos detalhes que podem
melhorar a percepção da mensagem que ele quer nos passar, pois por enquanto fiquei sem entender qual o propósito real do modo de vida proposto pelo protagonista.
leonejs.  7,5

   

           Um homem descontente com seu trabalho e com sua vida tem problemas para dormir a seis meses, e compra tudo de interessante que vê para decorar seu apartamento.  Este começa a frequentar vários clubes no qual as pessoas que participam são portadoras de alguma doença ou outros fatores, assim ele volta a dormir e a se sentir melhor. Uma mulher chamada Marla também começa a participar desses clubes, e igualmente como ele, não possui nenhum objetivo relevante especifico para frequentá-los. Logo em seguida volta a ter insônia. Em uma viagem de serviço, este se encontra com Tyler que se apresenta como um homem comum que faz sabonetes.
                Além de o filme possuir tal nome (Clube da Luta), ele não trata sobre isso. O longa
possui várias críticas sociais, sendo que quando o assisti não prestei muita atenção nestas e como são representadas. É um ótimo filme, e possui um surpreendedor plot twist. Do mesmo jeito que me recomendaram a assisti-lo, eu recomendo o mesmo.


Murillo J. S.  9 

 
                Baseado no livro homônimo, Clube da Luta impressiona o telespectador em todos os aspectos possíveis e explora a condução do filme como nunca antes vi.
               
              Iniciando-se pelo fim e não seguindo uma narrativa completamente linear (como já é costume de alguns filmes), a trama acompanha dois personagens muito bem representados por Brad Pitt e Edward Norton, sendo este último o narrador desta fantástica história. Em certos momentos, o protagonista interpretado por Norton até mesmo quebra a quarta parede.
                Repleto de cenas e situações malucas, diálogos insanos e frases de efeito, Clube da Luta possui, muito mais do que simplesmente pancadas e um surpreendente plot twist, certas filosofias de vida a serem seguidas, mensagens a serem pensadas, atitudes a serem refletidas e decisões a serem questionadas. Com ideais anárquicos, explorando a natureza humana e a intervenção natural das coisas, o filme ainda contém uma excelente trilha sonora que coopera com a criação das inusitadas situações do filme, e é com a
excelente “Where is my Mind” dos Pixies que o filme se encerra com uma deslumbrante cena muito bem construída em todos os sentidos.
                Considerando que diálogos bem feitos são sempre valorizados e que este longa dá bastante importância a estes, eles merecem, mais uma vez, ser ressaltados devido à essência presentes em todos eles. É exatamente em um momento de grande sofrimento do personagem interpretado por Norton, que Tyler (Brad Pitt) conduz uma determinada linha de raciocínio muito interessante que se resume ao ideal (entre outros) de que o sacrifício é necessário para o bem maior e para ser livre, de que não há vitória sem dor. Outro grande momento é quando Durden (Tyler) e o narrador vão vender sabonetes para mulheres ricas e comentam como é engraçado vender-lhes suas próprias gorduras, pois eles as roubaram de uma empresa de lipoaspiração para fazer o produto. Outra passagem se dá em um avião,
quando é discutido a respeito da ilusão de segurança, “pessoas descartáveis” e as máscaras que todos utilizamos em várias situações do cotidiano. Igualmente se destaca uma cena que antecede a surra que Tyler leva de um homem rico, quando ele expõe a nossa criação repleta de sonhos e a realidade miserável que todos vivemos e quando ele ameaça assassinar um dono de uma loja de conveniência e o obriga a seguir seus sonhos, pois ele está desperdiçando sua vida fazendo algo que não deseja e pelo qual não tem apreço (ideia muito bem explorada ao decorrer de todo o enredo, a ideia da trava mental que nos impede de viver como realmente queremos por circunstâncias que nós mesmos nos impomos). Ainda, certo momento passado em um banheiro, merece ser ratificado pelo princípio injusto proposto de os "poderosos" que possuem tudo às nossas custas se beneficiarem e nós só nos ferrarmos de todas maneiras possíveis consoante os atos dos que acabamos por sustentar e garantir a vida. Ademais, certa sequência, esta
sem diálogo, na qual o protagonista de Norton praticamente espanca o personagem de Jared Leto, realça-se por, nesta surra, todos os sentimentos mais raivosos e furiosos do protagonista serem libertos consequentes as condições opressoras da sociedade que o aprisionam e o impõe grades, tanto mentais quanto físicas (sequência extremamente marcante). Além, sem spoilers, quando o grande e inesperado plot twist é revelado, uma reflexiva discussão se segue a respeito de...
                Contudo, o brilho do filme não se resume apenas a belos diálogos. Como todo excelente longa, após o término deste várias teorias puderam ser formuladas a respeito e inúmeras curiosidades foram sendo liberadas e percebidas, como que em toda cena há pelo menos um copo de Starbucks visível, o quê, se pensarmos um pouco, faz parte de um dos ideias da trama, o quanto estamos alienados às empresas e coisas supérfluas que acabam por nos controlar.
    
              Seguindo a ideia de que o narrador tem sua vida virada de cabeça pra baixo com a entrada de Tyler Durden em sua vida, podemos fazer uma ponte com O Procurado, que a princípio também segue um personagem que leva uma vida medíocre até a entrada de alguém nela que muda tudo drasticamente.
                Apesar de no trailer (este lamentavelmente nem um pouco empolgante e instigante) e até mesmo no nome a palavra “luta” aparecer, a película não é centrada completamente nela, esta até mesmo no enredo possui um princípio filosófico, ou seja, o da libertação, o da natureza humana livre.
                Vale destacar a criação de algumas cenas, que são filmadas de ângulos e maneiras peculiares, e o ambiente em que se passam a maioria das situações, que estão geralmente sujos e
desordenados, o que coopera com a ideia de “caos”. Tyler Durden enfatiza este ideal ainda mais em algumas situações na qual ele se posiciona de maneira a não se importar com determinadas consequências de seus atos, ratificando a ideia de mexer nos alicerces das coisas.
                Explorando de certas formas a mente humana, Clube da Luta ainda presa uma boa trilha sonora e uma insana cena em slow motion próximo ao seu fim, uma maluca sequência inicial (sem o filme se iniciar de fato) e ideais de submissão e autoridade respeitosa conquistada, além de se aprofundar em aspectos referentes a perfeição ser um fardo e um problema e ao já citado “caos” (podendo-se traçar certo paralelo até mesmo com o Coringa).   
                Somando mais um nome de peso com maestria à já sua pesada lista, David Fincher (diretor) conseguiu com Clube da Luta algo de que poucos podem se orgulhar, elogios do escritor no qual o filme foi baseado, feito bastante raro em situações semelhantes. Inclusive, Chuck Palahniuk (escritor) chegou até mesmo a dizer que o longa melhorou sua história, ou seja, mais um grande acerto para maravilhosa carreira de Fincher. Embora bastante aclamada, a película ficou pouco tempo nos cinemas e deu prejuízo, sendo cultuada apenas tempos depois.
                 Além de seus diversos ideais e mensagens, o filme ainda consegue nos divertir com várias cenas cômicas, destaque para uma relacionada a determinado confronto perto do fim após a grande revelação que a torna ainda mais engraçada e insana.
                O longa é tão louco, que em uma determinada cena na qual os dois protagonistas estão
jogando golfe bêbados, seus intérpretes realmente estavam alcoolizados e conseguiram criar uma bela sequência.
                 Apesar de quando se há um elenco recheado alguns atores tentam se sobressair e ganhar maior destaque, isto não acontece em Clube da Luta, onde todos recebem o mesmo brilhantismo em empenhadas atuações e se destacam fantasticamente em suas respectivas características (realce para o coadjuvante Robert Paulsen, um personagem um tanto distinto do comum).
                  Em suma, este é um excelente filme que, além de tudo já dito, discute de uma maneira diferenciada um problema bastante comum entre várias pessoas, a insônia (algo importantíssimo no longa). Para finalizar, não se esqueça das regras:

(imagens da web)

Matheus J. S.  9,5

Avaliações:
IMDb: 8,8
Rotten: 79%
Adoro Cinema (usuários): 4,7
Kontaminantes (média): 8,5





Ficha Técnica Resumida (Wikipédia):

Estados Unidos
1999 • cor • 139 min 
Direção
David Fincher
Produção
Art Linson
Ceán Chaffin
Ross Grayson Bell
Produção executiva
Arnon Milchan
Roteiro
Jim Uhls
Baseado em
Fight Club, de Chuck Palahniuk
Elenco
Brad Pitt
Edward Norton
Helena Bonham Carter
Meat Loaf
Jared Leto
Música
Dust Brothers
Direção de arte
Chris Gorak
Direção de fotografia
Jeff Cronenweth
Figurino
Michael Kaplan
Edição
James Haygood
Companhia(s) produtora(s)
Regency Enterprises
Distribuição
20th Century Fox
Lançamento
29 de outubro de 1999
Idioma
Inglês
Orçamento
US$ 63 milhões
Receita
US$ 101 milhões








4 comentários:

  1. gostei mesmo do que foi escrito! Esse blog é atualizado com frequencia?!

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    1. Vlw... é sim, mas as postagens não são em ordem cronológica, mas costumamos postar regularmente. E agora vamos ficar mais atentos a regularidade dos comentários, desculpe pela demora. Vlw de novo.

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