11 de novembro de 2016

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Vidas em Jogo


Não sendo um título tão expressivo de David Fincher e tendo uma menor repercussão e sutil aclamação comparado a outros grandes longas do diretor, Vidas em Jogo tem seus méritos. É óbvio que, hoje em dia, o nome de David Fincher chama atenção, pois este simplesmente dirigiu os queridinhos Seven e Clube da Luta e pode ser considerado um dos maiores diretores da atualidade, desta forma sempre se espera algo grandioso e diferenciado do mesmo, porém o filme em questão (terceiro do diretor) se manteve mais discreto.
Iniciando-se de maneira instigante e misteriosa, a película nos passa a impressão de que iremos acompanhar uma espécie de terror psicológico, ainda mais com a posterior aparição de um boneco palhaço e, desde seu princípio, a presente atmosfera tensa e apreensiva (que irá se manter durante todo o tempo) que nos faz roer as unhas e esperar por algo que nunca acontece. Relacionado a certos quesitos, esta até mesmo nos recorda a franquia +18 Jogos Mortais.
Apresentando um personagem ganancioso, ambicioso e, de certa forma, cruel, o longa foca no desenvolvimento de sua personalidade em uma trajetória onde seu psicológico é trabalhado até deixá-lo paranoico e quase levá-lo à loucura. Para se ter uma ideia melhor do caráter do protagonista, este se mostra evidente em uma cena na qual um homem lhe pede papel higiênico e ele se mantém em silêncio. Posteriormente deixa o banheiro sem atender a necessidade d’outro.
Tendo no elenco dois grandes nomes de peso (Michael Douglas e Sean Penn), o filme possui uma história simples, contudo surpreendente, envolvente e muito bem elaborada e arquitetada que consegue prender nossa atenção até o fim com revelações inesperadas e mais surpresas. Desfecho bastante contestado que consegue desagradar e decepcionar a maioria, além de não corresponder como muitos gostariam.
             De determinadas maneiras explorando questões referentes à privacidade e tecnologia, Vidas em Jogo ainda consegue desenvolver de forma bacana uma relação entre irmãos e dois desconhecidos que começaram com o pé esquerdo. Sobretudo, peca em algumas ações que podem parecer forçadas, mas nos fornece belas sequências de tiroteios e perseguições sempre preservando a atmosfera e deixando-nos em uma situação como se estivéssemos a esperar por um susto ou coisa do tipo.
             Ao toque de um piano (recurso bem utilizado em várias películas) que corrobora com a sensação do espectador, o longa conta com boas atuações e, dependendo da perspectiva, nos deixa mais espertos e cuidadosos. Além, possui uma bela música, mas que só é apresentada nos créditos.
             Lembrando-nos em certos aspectos O Show de Truman, Vidas em Jogo, lamentavelmente como muitos outros filmes no Brasil, tem um título péssimo distinto do original (The Game), que ainda por cima nos remete a uma novela.
             Em suma, é uma boa película para descontrair e observar um trabalho diferente de David Fincher, para refletir sobre nossas atitudes e não se comprometer.
Matheus J. S.

Assista e Kontamine-se

Avaliações:
IMDb: 7,8
Rotten: 72%
Adoro Cinema (usuários): 4,1
Kontaminantes (Matheus J. S.): 9





Ficha Técnica Resumida (Wikipédia):

Estados Unidos
1997 • cor • 128 min 
Direção
David Fincher
Produção
Cean Chaffin
Steve Golin
Roteiro
John Brancato
Michael Ferris
Elenco
Michael Douglas
Sean Penn
Deborah Kara Unger
James Rebhorn
Peter Donat
Gênero
Suspense
Música
Howard Shore
Cinematografia
Harris Savides
Edição
Jim Haygood
Companhia(s) produtora(s)
PolyGram Filmed Entertainment
A&B Produções
Propaganda Films
Distribuição
PolyGram Filmed Entertainment
Buena Vista International
Lançamento
Eua
12 de Setembro de 1997
Idioma
Inglês
Orçamento
US$ 50.000.000 (estimativa)
Receita
US$ 109.423.648 (mundial)

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