15 de outubro de 2017

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O Exorcista (1973)

Pôster


Mortes, prêmios e mistérios rondam o histórico de O Exorcista, por muitos considerado o longa mais aterrorizante já feito e o único do gênero a ser indicado na categoria do Oscar de Melhor Filme, certamente um marco do terror e uma das películas mais emblemáticas do cinema.
Mais de 40 anos desde sua estreia, é certo que O Exorcista já não possui os mesmos colhões de antes para amedrontar, embora muitos aleguem ainda se surpreender e estarrecer com o filme. Porém, em 1973, com a apresentação de um enredo medonho sobre uma garotinha possuída, o espectador se viu alarmado com cenas chocantes e memoráveis. Afinal, não se era comum ver pré-adolescentes vomitando em padres, enfiando crucifixos em locais pouco cômodos, virando a cabeça ao contrário, se debatendo numa cama ou descendo escadas sobre quatro apoios de forma grotesca. Para salientar o clima sinistro e o horror sobre o público, a produção conta com um formidável trabalho de som (principalmente na confecção da voz demoníaca de Regan, tenebrosa e cacófata), uma fotografia gélida e esfumaçada (especificamente ao correr do último ato), jogos de luz e sombra e uma meticulosa direção de arte responsável por conceber uma estética perturbadora e desagradável acerca da garota, todos fatores que cooperam para concepção de uma atmosfera enervante e macabra acentuada pela horripilante e cacofônica trilha sonora (como se observa logo nos primeiros minutos) que é realçada por sua música-tema: Tubular Bells - Part 1 (Mike Oldfield).
O trabalho dos atores é magnífico, Linda Blair se encontra num papel dúbio, ora gentil e afetiva, ora execrável e perversa. Ellen Burstyn também é digna de nota na pele de uma mãe aflita e desesperada, bem como Jason Miller encenando um padre e psiquiatra que vive momentos instáveis e tem sua fé questionada. Por falar em questionamento, este é um termo bastante explorado pela película, visto que durante muito tempo se questiona a veracidade da possessão em contraste com uma doença mental, assim como o exorcismo vs um tratamento médico. A oposição entre medicina e religião é abordada na dose certa e rende pautas interessantes.
Em sua pegada dicotomista que contrapõe o bem e o mal, o longa tem seu foco voltado para degeneração de uma garota sob posse de poderes maléficos (os eventos demoníacos acontecem de modo um tanto quanto abrupto, o que não satisfará a todos) e seu apogeu quando o embate entre as duas forças culmina. Isto é, sem apelar para sustos baratos ou sangue exacerbado, a película opta por trabalhar a tensão psicológica de seu espectador, especialmente no decurso do exorcismo que, em sua longa extensão alinhada ao tom horrendo, angustiante e incômodo, se torna a sequência mais imersiva, impactante e desgastante da produção, tanto para os personagens quanto para o público (propositalmente), onde também a criatividade se sobressai e os mesmos se veem confrontados de diversas maneiras.
O Exorcista hoje já não surte os efeitos de outrora, mas ainda é um filme clássico, aterrador e que tem muita estória pra contar.
Matheus J. S.

Assista e Kontamine-se

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Ficha Técnica (Adoro Cinema):
Data de lançamento (EUA): 26 de dezembro de 1973 (2h 02min)
Direção: William Friedkin
Elenco: Linda Blair, Ellen Burstyn, Max von Sydow…
Gêneros: Terror; Suspense
Nacionalidade: EUA

Avaliação:
IMDb: 8,0
Rotten: 86%
Metacritic: 82%
Filmow (média geral): 4,0
Adoro Cinema (usuários): 4,5
Kontaminantes (Matheus J. S.): 8
Avaliação

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