16 de dezembro de 2017

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Stranger Things (2ª Temporada)

Tv


Mais episódios, mais personagens, maior amplitude... mas será que maior qualidade?
Stranger Things, após uma temporada de estreia excepcional, retorna para seu segundo ano com a difícil tarefa de, se não ao menos superar, igualar o nível da temporada anterior. Para tal, logo em seu primeiro episódio o programa já reapresenta os personagens que conquistaram o público (sem troca de atores, o que é bom) e as características que marcaram e cativaram o espectador, como a imposição de mistérios, o prezar de uma atmosfera nostálgica e divertida, comicidade, trilha sonora oitentista e eclética... No entanto, além da introdução de novos rostos, esta segunda temporada se qualifica pela ênfase em arcos mais intimistas e individuais, como se observa no exaltar do plot de Will, este que tem de enfrentar as ridicularizações de segundos e a superproteção por parte da mãe consoante seu desaparecimento e suposta morte, o que denota a preocupação do enredo em lidar com o tom dramático e conflituoso de seus protagonistas, fator que atribui verossimilhança às figuras em cena. Ainda como forma de realçar as consequências diretas do ano anterior, Will mais uma vez se vê no centro da trama sofrendo das cicatrizes deixadas pelos acontecimentos passados, fator que também demonstra um cuidado preliminar do roteiro em trabalhar com as pendências do entrecho e compreensão dos desenvolvedores em dar ao espectador o que ele deseja: respostas, mais enigmas e ação/aventura. (SPOILERS A SEGUIR) Ademais, considerando a maior frequência em tela de Noah Schnapp, o mesmo aproveita seu tempo com exímio, interpretando com brilhantismo as várias nuances de um garoto oscilante que, quando sob controle do Devorador de Mentes, se mostra impassível, incontrolável e dominado pela ira, ora atormentado pelas visões que o assombram ou assolado pela angústia da possessão e receios com o futuro, todas situações onde as expressões e facetas do ator são eloquentes e genuínas. (FIM DOS SPOILERS)
Visto que o âmago das personagens passa a receber maior sublinho e os episódios iniciais dedicam um ritmo paulatino para a respectiva evolução, infelizmente o script não é suficientemente equilibrado para atribuir a mesma atenção a todos, o que acaba por se mostrar discrepante e incômodo, além de permitir que determinadas figuras se elevem (acredite, não foi um trocadilho) mais que outras. Por exemplo, grande marco do ano anterior, Mike tem sua presença diluída a uma modesta companhia emocional de Will e um apelo sentimental à ausência de Onze, função banal e maçante, um indulto que procura (mas não consegue) justificar o personagem na temporada. Em contraparte, Steve, que ganha maior tempo de tela e passa a ter influência direta na equipe, representa um grande acerto do roteiro ao acentuar uma figura secundária e introduzi-la naturalmente a trama ao passo que também obtém o apreço do público. Ademais, como forma de salientar sua relevância, o personagem adquire seu próprio arco e tem seu lado sensível frisado, o que acaba por ser bastante subversivo e irônico (afinal, Steve nem sempre esteve entre os favoritos do espectador). Representando os novos semblantes em Hawkins, Billy, a princípio de aparente grande importância ao enredo, atende somente como complemento ao plot de Steve e antagonista humano, mas na maior parte do tempo rende isoladas passagens descartáveis para temporada, tendo seus demônios e motivações apenas esboçados. Todavia, apesar da vacilante utilidade à estória, Billy é interpretado com excelso por Dacre Montgomery, ator que consegue incorporar com aptidão toda a arrogância, insolência, agressividade e opressão do personagem.
Outro novo rosto na cidade é Max, garota que se torna funcional ao entrecho mediante a forma como o público interpreta Stranger Things, isto é, se o vê como um combate entre forças humanas e sobrenaturais, Max não será pertinente, mas se o vê como o desenvolver de crianças cercadas por estranhos fenômenos, a mesma tem sua parcela de significância. Ou seja, Max serve como incremento das tramas de Lucas e Dustin, principalmente da do Lucas, enquanto Dustin lida com seus próprios e controversos dilemas. Ainda referente aos novos personagens, Bobby Newman, vivido pelo icônico Sean Astin de Os Goonies (Mikey Walsh), inicialmente deslocado na temporada, é muito carismático, tem seus momentos de contágio sobre o espectador e valorização no entrecho. Joyce desempenha exatamente o mesmo papel do ano passado, Hopper tem seu íntimo aprofundado a camadas que anteriormente foram somente pinceladas, Nancy é aproveitada de forma discutível de opinião e praticamente servil a uma fração do público e Jonathan não é desvencilhado da sombra da mesma. Já Onze, um dos pilares da série, também segue por sua jornada individual, uma jornada que vinha tendo um considerável progresso até o episódio 7 (The Lost Sister), onde está o principal problema da temporada. Embora forneça algumas respostas, crie possibilidades para o futuro e permita com que os irmãos Duffer experimentem e arrisquem, o capítulo destoa completamente do andar frenético e imersivo que o ano havia imposto em sua segunda metade, conta com figuras caricatas, um roteiro enfadonho e não convence na consistência individual de Eleven, em outras palavras, gasta muito tempo com elementos improdutivos, uma resposta a fragilidade do script em lidar com um plot de maior peso pessoal em desalinho com outros personagens de notoriedade. Além, visto a relevância de Onze na série e seu menor espaço nesta temporada, o episódio ganha um ar de obrigação em compensar a mesma pela inconstância ao correr do ano, um episódio de pouco preparo e quase que de desespero.
Em refuto, o capítulo posterior (The Mind Flayer) é o melhor de toda a série, apreensivo, emocionante e comovente, ademais de sangrento (o que ratifica a tonalidade mais densa e sombria do novo ano) e enaltecedor do senso de coletividade, aspecto exíguo corrente os subgrupos que se formam ao longo da temporada, mas que não se perde e se sustenta pela excelente química entre os personagens. Ainda em foco as diferenças entre ambos os anos, se destaca a inversão de lado dos cientistas, o que é interessante de se ver e em ação é bem prático, os efeitos especiais são mais convincentes e o elenco de apoio é completado com o íntegro Dr. Owens, a extrovertida irmã do Lucas, Erica, e com o astuto teórico da conspiração Murray Bauman, todas figuras que, à sua maneira, despertam simpatia no telespectador. No mais, o desfecho é bem amarrado e agridoce, o grande vilão da vez não é incorporado e não trava batalhas físicas com os personagens, recurso que prova a reticência dos desenvolvedores em lidar com um ser de tal magnitude e também é frustrante ao assistente, bem como o é nas incógnitas que prevalecem sem vislumbre de respostas acerca do Mundo Invertido desde o princípio do programa.
Concluindo, a 2ª temporada de Stranger Things é mais grandiosa e ambiciosa que a primeira, tem maior instabilidade e clichês, mas certamente satisfará os que se contentaram com seu primeiro ano trazendo de volta o mesmo gancho que fizeram muitos amá-la em 2016.
Matheus J. S.  9

Depois de uma primeira temporada que conquista um público diverso e surpreende pelo sucesso alcançado, ST volta com a mesma receita mudando sutilmente a dose dos ingredientes sem comprometer a série, mantendo o interesse e aumentando a especulação de quais caminhos vai trilhar até seu término.
Se antes tínhamos uma trama que se movimentava em volta de um grupo coeso, o mesmo foi dividido em partes para um maior desenvolvimento de alguns personagens e absorção de outros novos. Tanto que na maioria dos episódios vemos duplas como Dustin e D’Art, Dustin e Steve, Lucas e Max, Mike e Will... falando em Will, este continua funcionando como um catalisador do enredo mantendo a ligação com o Mundo Invertido, que é o palco da odisseia. Eleven, afastada dos amigos, ganha um episódio onde sua personalidade e convicções passam por um amadurecimento, enquanto Steve também passa por transformações se aproximando dos nossos jovens protagonistas atuando em mais de um momento como um irmão mais velho e legal. O romance também esteve presente acentuando o sentimento de muitos e mostrando que o elenco infantil se aproxima da adolescência a cada temporada.
As referências continuam em destaque, porém mais sutis do que na temporada anterior com algumas exceções, além dos entretenimentos comuns adentrarem também na tecnologia.
A trama flui como a anterior, contextos paralelos convergindo para um ponto em comum envolvendo o elenco principal proporcionando o ápice da temporada nos dois últimos episódios.
Enquanto alguns personagens passam por processo de evolução, outros consolidam o desempenho passado, por exemplo, Joyce e Hopper.
Os destaques da temporada ficam por conta do episódio dois onde Ghostbusters é referenciado com a caracterização dos personagens que ainda dão uma palinha do tema do filme que também encerra o episódio, a dança de Hopper em um raro momento de descontração e a presença do ator Sean Astin, tanto pela referência à filmografia quanto pelo personagem Bobby, que gradativamente ganha o carisma do espectador e importância para trama no decorrer da temporada.
A segunda temporada de ST não alcança o mesmo efeito carismático que a primeira, mas cresce em desenvolvimento de enredo, deixando a ansiedade pairando no ar para a próxima temporada.
leonejs  8,5

Após uma primeira temporada excelente, a série retorna com qualidade semelhante à mesma, semelhante porque mesmo sendo muito boa, por diversos motivos é inferior a inicial. Muitos destes motivos não interferem diretamente na qualidade da série, mas cria uma grande diferença entre as duas temporadas.
A terceira temporada pode explorar diversas coisas, sendo uma delas a personagem Kali, que possui poderes psíquicos similares aos de Eleven e nesta temporada não teve grande participação, com exceção ao sétimo episódio, que tem certa importância, mas mesmo assim é o pior da temporada. O mais importante é que sua sequência não continue decaindo como esta fez em relação à primeira.
Murillo J. S.  8,5

Assista e Kontamine-se

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Ficha Técnica:
Primeiro episódio: 15 de julho de 2016
Criado por: Matt Duffer, Ross Duffer
Com: Winona Ryder, David Harbour, Finn Wolfhard…
País: EUA
Gênero (s): Fantasia; Suspense
Status: Renovada
Duração (aproximadamente): 55 minutos

Avaliação:
IMDb (2016- ): 9,0
Rotten: 94%
Metacritic: 78%
Filmow (média geral): 4,4
Adoro Cinema (usuários): 3,9
Kontaminantes (média): 8,5
Avaliação

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