4 de março de 2018

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Capitão América: Guerra Civil

Pôster


O petisco antes da refeição principal?
É inegável, Capitão América: Guerra Civil, por muitos considerado o Vingadores 2.5, tem uma introdução bastante similar a de Era de Ultron, no entanto, apenas em contexto narrativo, o que não é surpresa. Porém, é também onde já começam as distinções. Tais sequências iniciais, bastante enérgicas, se acentuam principalmente pela brilhante sonoplastia, esta que atribui ênfase a toda cena de combate, seja num chute, murro, pancada de escudo... é intenso e marcante. A aparição precoce de Ossos Cruzados igualmente se realça, aparição frustrante, de pouco aproveitamento e que foi concebida visando apenas à campanha publicitária do filme. Ademais, toda a construção do primeiro ato espairece bem suas propostas, tanto referente à estória quanto a estrutura.
Embora o início seja muito bom, os segmentos mais ágeis - durante algumas cenas - acabam por se tornar confusos, demasiado entrecortados, trêmulos, antinaturais e responsáveis por um CGI imperfeito que chega a incomodar (graças, durante o grande embate, tais nequices foram consertadas). Já em contraparte, focando mais no lado teórico da coisa, o longa caminha muito bem. Finalmente todas aquelas destruições de cidades e mortes censuradas recebem algum peso, afinal, quem nunca se questionou a respeito das consequências que os civis sofrem em meio aquelas mirabolantes batalhas entre super-heróis e vilões? Pois bem, a película toma esta pauta como seu tema central, tecendo sutis reflexões que abrangem conceitos éticos e morais acerca da vingança, a definição do quê é certo e o senso de dever em contraste com a ciência de seus próprios atos potencialmente destrutivos, conceitos que se entrelaçam a idiossincrasia do antagonista impulsionado por motivações plausíveis e arquiteto dum plano muito bem-elaborado, convincente e que surpreende. Todavia e infelizmente, o personagem em si é apático e não tem carisma algum.
Aproveitando o gancho, Guerra Civil é um filme de novidades e catalisador de aventuras futuras, especialmente em seu elenco. Os novos semblantes têm suas personalidades muito bem impostas, seja Peter Parker com seu humor juvenil e despretensioso, seja T'Challa em seu caráter sisudo, íntegro, escrupuloso e convicto. Falando em Homem-Aranha, sua presença é comicamente escrachada, o que aqui funciona, muito por conta da certeira escolha de ator que, em seu primeiro take, imediatamente cativa. (SPOILERS A SEGUIR) Além, apesar do lado jocoso jamais matar de rir, há um segmento específico, próximo ao desfecho com a participação especial de Stan Lee, que é impagável, essencialmente por sua dublagem adaptada que cai como uma luva, esta que faz piadas ao correr do longa que só funcionam em solo tupiniquim (os dubladores mais uma vez provando seu valor). (FIM DOS SPOILERS)
Por ser uma película do Capitão América, é esperado que o mesmo seja o centro das atenções, certo? Em parte, já que temos aqui um evento que acontece em escala universal, mas nas telonas se torna minimalista comparado às HQs, embora o realce que Tony Stark tenha na estória permaneça. O Homem de Ferro é bastante destacado e se entende sua posição, enquanto a luta física que opõe ambos os lados, a famosa passagem no aeroporto, apesar de boa compreensiva, recreativa e visualmente falando, não possui o senso de tensão esperada, há muitas piadinhas inoportunas e um apiedamento mútuo que não condiz com o cenário retratado. Considerando que este é o apogeu do filme, um tom mais sério teria sido benéfico, a sensação que fica é a de que são amigos (na verdade são, mas a situação lhes incumbiu a posições antagônicas) tirando 5min de porrada sem perder a amizade, e todo mundo sabe que nestes 5min ninguém enche a mão pra valer. (SPOILERS A SEGUIR) O gostinho que fica é de que o longa poderia ter ousado mais, ninguém morre nessa "guerra". (FIM DOS SPOILERS) A tensão ressaltada fica mesmo só pro desfecho, um desfecho muito bom com surpresas inesperadas, deve-se sublinhar.
No mais, por ser um filme do Capitão, como já mencionado, Bucky, um personagem de extremo realce até então em seu histórico, mais uma vez é bastante salientado e tem um papel fundamental no enredo, mas como já vimos o suficiente dele nos longas anteriores, creio que um pouquinho menos de Bucky e mais de Guerra Civil teria sido bem-vindo.
Capitão América: Guerra Civil não é o melhor filme da Marvel e nem o pior, tem um ritmo incansável, entrecho imprevisível, mas poderia ter sido mais audacioso.
Matheus J. S.

Assista e Kontamine-se

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Ficha Técnica (Adoro Cinema):
Data de lançamento (Brasil): 28 de abril de 2016 (2h 28min)
Direção: Anthony Russo, Joe Russo
Elenco: Chris Evans, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson…
Gêneros: Ação; Fantasia
Nacionalidade: EUA

Sinopse (Google):
O ataque de Ultron faz com que os políticos decidam controlar os Vingadores, já que seus atos afetam toda a humanidade. Tal decisão coloca o Capitão América em rota de colisão com o Homem de Ferro.

Avaliação:
IMDb: 7,8
Rotten: 91%
Metacritic: 75%
Filmow (média geral): 4,0
Adoro Cinema (usuários/adorocinema): 4,5/4,0
Kontaminantes (Matheus J. S.): 7,5
Avaliação

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