29 de abril de 2018

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O Passageiro

Pôster


Jaume Collet-Serra e Liam Neeson voltaram, no entanto teria sido melhor que ambos tivessem se dedicado mais ao trabalho e pudessem ter entregue um resultado menos insatisfatório.
Logo em suas sequências iniciais o filme já demonstra fragilidade ao tentar impor uma dinâmica que reflita a passagem do tempo mostrando uma mesma ocorrência dia após dia com sutis mudanças, é interessante, mas banal, além da execução ser confusa. Completando o pedantismo de seu princípio, o longa atribui breve destaque a aparição dos familiares de Michael que, mais tarde sob perigo de vida, o espectador não se sensibiliza com a situação pela falta de um laço afetivo estabelecido entre os mesmos, sem falar do obvio fecho que o script lhes confere. Ademais, é impossível não comentar as fórmulas genéricas que impulsionam o enredo: dinheiro fácil como alicerce do entrecho; transporte urbano como palco das peripécias narrativas; ex-policial como protagonista que, a princípio louco e criminoso, termina como herói; homem misterioso e suspeito que no fim não tem nada haver com a trama... Tudo isso sem falar das evidentes discrepâncias de roteiro, os clichês que compõem a maior parte da estória e as falhas, artificiais e enfadonhas tentativas de sintetizar uma crítica a classe alta da sociedade. Ok, mas o subgênero que o Liam Neeson vem desenvolvendo nos últimos anos não necessariamente precisa de coerência diegética, arcos complexos e reflexivos, mas sim de ação e pancadaria, certo? Certo, só que tais âmbitos também demonstram enorme debilidade cinematográfica.
Concernente as empreitadas que visam o entretenimento do público, estas não são muitas e a película se mostra desastrosa na concepção de seus segmentos mais eletrizantes. Embora algumas passagens consigam imprimir uma boa e engajante tensão proveniente de eventos apreensivos, a maioria de suas acometidas são equívocas, especialmente em seu CGI estranho que só enfatiza os absurdos mal-feitos do filme. Outra gritante nequice diz respeito a um plano-sequência em específico que seria interessante não fosse a câmera bizonhamente agitada e alguns auto-indulgentes lampejos de velocidade para "emplumar" a cena.
Com relação ao elenco, este grandioso e renomado, apenas o Neeson possui um tempo de tela considerável numa atuação que não foge aos padrões de suas últimas performances. Vera Farmiga, Patrick Wilson, Jonathan Banks... todos são desperdiçados, tanto potencial quanto talentosamente. O termo desperdício igualmente pode ser aplicado sobre toda confecção do terceiro ato: modorrento, de duração excessivamente exaustiva (se passam 30min dentro de um trem parado com muito diálogo sacal) e repleto de seguidos acontecimentos ridículos.
O Passageiro, sem papas na língua, é um filme péssimo. Previsível, derivado, impertinente e desleixado, a produção está anos-luz de outros longas que marcaram a parceria entre Jaume e Liam.
Matheus J. S.

Assista e Kontamine-se

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Ficha Técnica (Adoro Cinema):
Data de lançamento (Brasil): 8 de março de 2018 (1h 44min)
Direção: Jaume Collet-Serra
Elenco: Liam Neeson, Vera Farmiga, Patrick Wilson...
Gêneros: Suspense; Ação
Nacionalidades: EUA, França e Reino Unido

Sinopse (Adoro Cinema):
Durante o seu trajeto usual de volta para casa, um vendedor de seguros (Liam Neeson) é forçado por uma estranha misteriosa (Vera Farmiga) a descobrir a identidade de um dos passageiros do trem em que se encontra antes da última parada. Com a rotina quebrada, o homem se vê no meio de uma conspiração criminosa.

Avaliação:
IMDb: 6,3
Rotten: 57%
Metacritic: 56%
Filmow (média geral): 3,3
Adoro Cinema (usuários/adorocinema): 3,8/3,5
Kontaminantes (Matheus J. S.): 1,5
Avaliação

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