28 de setembro de 2018

Kontaminantes ☣ , Jumanji: Bem-vindo à Selva , Aventura-filme , Filmes ,

Jumanji: Bem-vindo à Selva

Pôster


É tão bom assistir um filme com baixas expectativas e se impressionar, seja pela alta qualidade do que é exibido ou pelo simples fato de tal produção te surpreender de alguma forma positiva. Todavia, nada disso acontece com Jumanji: Bem-vindo à Selva.
Continuação do longa de 1995, Jumanji: Bem-vindo à Selva é uma ofensa a película que o antecede. Embora elogiada por grande parte da crítica e do público, a produção, com uma sequência confirmada, deveria se envergonhar de blasonar o mesmo nome do filme estrelado por Robin Williams, já que a nova obra cria praticamente todo um universo distinto do apresentado, onde as similaridades incluem apenas a nomenclatura do respectivo mundo, a aparição de alguns rinocerontes, uma ríspida referência a Alan Parrish e um batuque de tambores enérgico que é um dos pontos altos do longa. Contudo, não se engane, o problema de Bem-vindo à Selva não diz respeito às particularidades que o discernem da estória de 1995, mas sim a ausência de atratividade e envolvimento da trama com o espectador que são elementos característicos da película noventista.
Concernente às citadas singularidades que agregam a confecção do filme, o principal destaque fica por conta dos recursos usados que procuram emular um videogame. Para tal, utiliza-se pequenos segmentos narrativos que representam cutscenes; personagens com falas prontas e expositivas que simulam NPC's; quadros informativos em CGI que remetem à balões instrutivos extradiegéticos; contagem de vidas; passagem de fases; habilidades especiais... é o âmbito mais criativo da produção que propicia seus momentos mais lúdicos. Além, são estas acometidas que estabelecem um ritmo fluido que se corrobora aos convincentes efeitos em tela, a consentaneidade do figurino e o aventuresco molde dos cenários.
No que se refere aos personagens, todos são estereótipos rasos, tanto fora quanto dentro do jogo. As esporádicas tentativas de dramatizar qualquer um deles são pífias, e os atores que os interpretam, quando adolescentes, estão péssimos; os dez minutos iniciais que giram em torno destes são execráveis e articulados da forma mais previsível possível (nem mesmo Alex Wolff, que esteve excelente em Hereditário, se salva). Entretanto, o elenco adulto, apesar de esbanjar carisma (exceto Nick Jonas, que é completamente insosso), não encontra apoio do texto, visto que este atribui aos personagens diálogos artificiais e coage determinados romances frívolos que afetam a dinâmica entre as personas envolvidas.
Dentre suas nequices, o imane problema do longa está em sua motriz; Jumanji: Bem-vindo à Selva não é engraçado. Grande parte das piadas é boba e sem graça, o humor que supostamente deveria advir do contraste entre os aspectos físicos dos personagens quando dentro e fora do game não surte efeito, e as pilhérias que brincam com a troca de sexo da Bethany são toscas, preguiçosas e dignas de constrangimento alheio, isto sem falar das constantes menções que a personagem faz a seu celular que são extremamente irritantes. Para completar, o "grande" vilão é uma casca vazia, não representa ameaça alguma e jamais cai no agrado do assistente.
Jumanji: Bem-vindo à Selva é uma obra ruim que não se sustenta por seus poucos momentos avulsos e que peca em sua principal missão: divertir. Ao lado de Jogador Nº 1, a película desponta, até então, como um dos piores blockbusters do ano.
Matheus J. S.  2,5

Produções originais e inéditas têm o seu brilho intensificado pelo adjetivo novo, algo semelhante acontece com trabalhos que já tenham um precursor, neste caso pode ser um remake, um reboot, spin-off ou outros, que brilham diante dos olhos do público que geram inúmeras expectativas diante dos prós e contras já apresentados.
Jumanji: Bem vindo à Selva é um filme que tem como antecessores o filme homônimo estrelado por Robbin Willians, que é um verdadeiro clássico infantojuvenil, e Zathura, que dez anos depois tentou repetir o sucesso utilizando a mesma fórmula em um novo palco.
A atual proposta, que traz nomes de peso como The Rock e Jack Black, conta com uma inversão de cenário onde a trama se passa dentro do jogo, tem um início concordante ao final do Jumanji original e uma certa promessa de referências ao mesmo, então é compreensivo que o nível de expectativas ficassem elevados por quem assistiu aos outros filmes.
Durante os primeiros minutos, nos é apresentado a evolução do jogo para os dias atuais, adequando-se a geração e tecnologia presente. Seguidamente são introduzidos os personagens centrais da trama, o quarteto jovem com o nerd esquisitão, o atleta popular, a patricinha egocêntrica e a estranha solitária. Clichezão oitentista. Ao iniciar o jogo, os jovens são substituídos por avatares que são praticamente o inverso de seus perfis reais, algo que soa como uma lição de moral similar a “sinta-se na pele”, porém os atributos adquiridos foram lastimáveis.
Desse ponto em diante a situação só declina, a dobradinha game-filme não flui, os personagens não cativam, o vilão é horrível e quando as coisas parecem que vão entrar nos eixos com a citação clara a Alan (protagonista do primeiro longa), não passa disso e apenas isso. Podiam ter feito um diário do Alan que serviria como manual, ou usado o seu arqui-inimigo como gancho para esta etapa e até aqueles macaquinhos terríveis. Se for para não ter uma relação específica com o outro Jumanji, então por que não outro nome? Assim, ficaria claro que não compartilha nada do mesmo jogo.
Sem destaques aparentes, a velha troca entre masculino e feminino ainda chama atenção, mesmo que breve; situação esta que envolve o ator Jack Black.
Enfim, uma boa ideia, porém mal desenvolvida e aproveitada, uma produção esquecível em pouco espaço de tempo; seu maior mérito está em enobrecer os verdadeiros Jumanji e Zathura.
leonejs.  5,5

Assista e Kontamine-se

Comente, Compartilhe e Siga Nosso Blog

Ficha Técnica:
Data de lançamento (Brasil): 4 de janeiro de 2018 (1h 59min)
Direção: Jake Kasdan
Elenco: Dwayne Johnson, Jack Black, Kevin Hart…
Gênero: Aventura
Nacionalidade: EUA

Sinopse (Google):
Quatro adolescentes encontram um videogame cuja ação se passa em uma floresta tropical. Empolgados com o jogo, eles escolhem seus avatares para o desafio, mas um evento inesperado faz com que eles sejam transportados para dentro do universo fictício, transformando-os nos personagens da aventura.

Avaliação:
IMDb: 7,0
Rotten: 76%
Metacritic: 58%
Filmow (média geral): 3,5
Adoro Cinema (usuários/adorocinema): 4,2/3,5
Kontaminantes (média): 4
Avaliação

Nenhum comentário:

Postar um comentário