É tão bom assistir um filme com baixas
expectativas e se impressionar, seja pela alta qualidade do que é exibido ou
pelo simples fato de tal produção te surpreender de alguma forma positiva. Todavia, nada disso acontece com Jumanji: Bem-vindo à Selva.
Continuação do longa de 1995, Jumanji:
Bem-vindo à Selva é uma ofensa a película que o antecede. Embora elogiada por
grande parte da crítica e do público, a produção, com uma sequência confirmada,
deveria se envergonhar de blasonar o mesmo nome do filme estrelado por Robin
Williams, já que a nova obra cria praticamente todo um universo distinto do
apresentado, onde as similaridades incluem apenas a nomenclatura do respectivo
mundo, a aparição de alguns rinocerontes, uma ríspida referência a Alan Parrish
e um batuque de tambores enérgico que é um dos pontos altos do longa. Contudo,
não se engane, o problema de Bem-vindo à Selva não diz respeito às
particularidades que o discernem da estória de 1995, mas sim a ausência de
atratividade e envolvimento da trama com o espectador que são elementos
característicos da película noventista.
Concernente às citadas singularidades que
agregam a confecção do filme, o principal destaque fica por conta dos recursos
usados que procuram emular um videogame. Para tal, utiliza-se pequenos
segmentos narrativos que representam cutscenes; personagens com falas prontas e
expositivas que simulam NPC's; quadros informativos em CGI que remetem à balões
instrutivos extradiegéticos; contagem de vidas; passagem de fases; habilidades
especiais... é o âmbito mais criativo da produção que propicia seus momentos
mais lúdicos. Além, são estas acometidas que estabelecem um ritmo fluido que se
corrobora aos convincentes efeitos em tela, a consentaneidade do figurino e o
aventuresco molde dos cenários.
No que se refere aos personagens, todos são
estereótipos rasos, tanto fora quanto dentro do jogo. As esporádicas tentativas
de dramatizar qualquer um deles são pífias, e os atores que os interpretam,
quando adolescentes, estão péssimos; os dez minutos iniciais que giram em torno
destes são execráveis e articulados da forma mais previsível possível (nem
mesmo Alex Wolff, que esteve excelente em Hereditário, se salva). Entretanto, o
elenco adulto, apesar de esbanjar carisma (exceto Nick Jonas, que é
completamente insosso), não encontra apoio do texto, visto que este atribui aos
personagens diálogos artificiais e coage determinados romances frívolos que
afetam a dinâmica entre as personas envolvidas.
Dentre suas nequices, o imane problema do longa
está em sua motriz; Jumanji: Bem-vindo à Selva não é engraçado. Grande parte
das piadas é boba e sem graça, o humor que supostamente deveria advir do
contraste entre os aspectos físicos dos personagens quando dentro e fora do
game não surte efeito, e as pilhérias que brincam com a troca de sexo da
Bethany são toscas, preguiçosas e dignas de constrangimento alheio, isto sem
falar das constantes menções que a personagem faz a seu celular que são
extremamente irritantes. Para completar, o "grande" vilão é uma casca
vazia, não representa ameaça alguma e jamais cai no agrado do assistente.
Jumanji: Bem-vindo à Selva é uma obra ruim que
não se sustenta por seus poucos momentos avulsos e que peca em sua principal
missão: divertir. Ao lado de Jogador Nº 1, a película desponta, até então, como
um dos piores blockbusters do ano.
Matheus J. S. 2,5
Produções originais e inéditas têm o seu brilho
intensificado pelo adjetivo novo, algo semelhante acontece com trabalhos que já
tenham um precursor, neste caso pode ser um remake, um reboot, spin-off ou
outros, que brilham diante dos olhos do público que geram inúmeras expectativas
diante dos prós e contras já apresentados.
Jumanji: Bem vindo à Selva é um filme que tem
como antecessores o filme homônimo estrelado por Robbin Willians, que é um
verdadeiro clássico infantojuvenil, e Zathura, que dez anos depois tentou
repetir o sucesso utilizando a mesma fórmula em um novo palco.
A atual proposta, que traz nomes de peso como
The Rock e Jack Black, conta com uma inversão de cenário onde a trama se passa
dentro do jogo, tem um início concordante ao final do Jumanji original e uma
certa promessa de referências ao mesmo, então é compreensivo que o nível de
expectativas ficassem elevados por quem assistiu aos outros filmes.
Durante os primeiros minutos, nos é apresentado a
evolução do jogo para os dias atuais, adequando-se a geração e tecnologia
presente. Seguidamente são introduzidos os personagens centrais da trama, o
quarteto jovem com o nerd esquisitão, o atleta popular, a patricinha
egocêntrica e a estranha solitária. Clichezão oitentista. Ao iniciar o jogo, os
jovens são substituídos por avatares que são praticamente o inverso de seus
perfis reais, algo que soa como uma lição de moral similar a “sinta-se na
pele”, porém os atributos adquiridos foram lastimáveis.
Desse ponto em diante a situação só declina, a
dobradinha game-filme não flui, os personagens não cativam, o vilão é horrível
e quando as coisas parecem que vão entrar nos eixos com a citação clara a Alan
(protagonista do primeiro longa), não passa disso e apenas isso. Podiam ter
feito um diário do Alan que serviria como manual, ou usado o seu arqui-inimigo
como gancho para esta etapa e até aqueles macaquinhos terríveis. Se for para
não ter uma relação específica com o outro Jumanji, então por que não outro
nome? Assim, ficaria claro que não compartilha nada do mesmo jogo.
Sem destaques aparentes, a velha troca entre
masculino e feminino ainda chama atenção, mesmo que breve; situação esta que
envolve o ator Jack Black.
Enfim, uma boa ideia, porém mal desenvolvida e
aproveitada, uma produção esquecível em pouco espaço de tempo; seu maior mérito
está em enobrecer os verdadeiros Jumanji e Zathura.
leonejs. 5,5
Assista e Kontamine-se
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Ficha Técnica:
Data de lançamento (Brasil): 4 de
janeiro de 2018 (1h 59min)
Direção: Jake Kasdan
Elenco: Dwayne Johnson, Jack Black, Kevin Hart…
Gênero: Aventura
Nacionalidade: EUA
Sinopse (Google):
Quatro adolescentes encontram um videogame cuja
ação se passa em uma floresta tropical. Empolgados com o jogo, eles escolhem
seus avatares para o desafio, mas um evento inesperado faz com que eles sejam
transportados para dentro do universo fictício, transformando-os nos
personagens da aventura.
Avaliação:
IMDb:
7,0
Rotten:
76%
Metacritic:
58%
Filmow
(média geral): 3,5
Adoro
Cinema (usuários/adorocinema): 4,2/3,5
Kontaminantes (média): 4
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