20 de março de 2021

Kontaminantes ☣ , Soul , Animação-filme , Filmes ,

Soul

 


Reconhecida por apresentar ano após ano produções de altíssima qualidade, a Pixar mais uma vez volta aos holofotes com Soul, nova aposta do estúdio para abocanhar a estatueta dourada.
Em primeira análise, convém frisar o apuro da direção na concepção da mitologia que molda o enredo. Em outras palavras, a composição do universo que sustenta o entrecho, principalmente o “Great Before”, é minuciosamente delineado, o que corrobora o tom autoral do longa e imerge os espectadores em algo possivelmente nunca visto. Dito isso, a caracterização do mundo supracitado é rica em detalhes, desde o sistema burocrático até a sua identidade visual marcada por fortes tons azulados. Por sua vez, vale ressaltar a confecção de sequências quase que psicodélicas que atestam a unicidade estética do filme.
Outrossim, a qualidade com que a película foi concebida é dos mais altos níveis, mesclando traços ínsitos de uma animação a um impressionante realismo gráfico. Nese sentido, o longa usufrui de vertentes verossímeis para contar uma estória essencialmente calcada em sentimentos e dilemas humanos, pautando temas como a simplicidade da vida, julgamento, aceitação, a beleza de pequenas coisas e a toxicidade do ambiente corporativo. Destarte, o filme pende demasiadamente para discussões mais maduras e pode tornar-se desinteressante para o público infantil que, inevitavelmente, acaba sendo o grosso assistente da obra.
Concernente aos personagens, a dupla que protagoniza a trama possui química e timing cômico, não funcionando tão bem quando separados, entretanto. Já os rostos periféricos são operantes e contribuem com pouco entusiasmo ao desenrolar do arco central, enquanto Terry, personagem que mais se aproxima do que pode ser considerado um vilão, tem um plot insípido, porém pertinente para a geração de conflitos do enredo.
Por fim, é importante salientar alguns belos momentos que a película dedica ao jazz. Envoltos por uma atmosfera onírica, tais trechos transparecem com franqueza o espírito do gênero musical, levando o espectador a apreciar as melodias e convencendo-o da paixão que Joe tem pelo respectivo ritmo.
No mais, Soul não é a animação mais tocante ou engraçada do mundo, mas ainda assim entretém o suficiente para valer suas quase duas horas de duração.
Matheus J. S.

Assista e Kontamine-se
 
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Ficha Técnica:
Data de lançamento (Brasil): 25 de dezembro de 2020
Direção: Pete Docter e Kemp Powers
Elenco: Jamie Foxx, Tina Fey, Graham Norton…
Gênero: Animação
Nacionalidade: EUA

Sinopse (Adoro Cinema):
Joe Gardner é um professor de música do ensino médio que sempre sonhou em ser músico de jazz. Mas quando, finalmente, tem a chance de impressionar outros músicos durante um ensaio aberto, sofre um acidente que faz com que sua alma seja separada de seu corpo e transportada para um centro no qual as almas se desenvolvem e ganham paixões antes de serem enviadas para um recém-nascido.

Avaliação:
IMDb: 8,1
Rotten: 95%
Metacritic: 83%
Filmow (média geral): 4,3
Adoro Cinema (usuários/adorocinema): 4,4/4,0
Kontaminantes (Matheus J. S.): 8


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