Corrente o massivo número de animações
desenvolvidas a cada ano, a originalidade se mostra um real empecilho na
confecção das mesmas. No entanto, mesmo destrinchando assuntos já explorados,
Minha Vida de Abobrinha destaca-se consoante sua trama íntima e cativante.
Coprodução franco-suíça em stop-motion
concorrente ao Oscar 2017 de Melhor Animação, bem como selecionado para a
disputa da 69ª edição do Festival de Cannes, o longa, certamente concebido para
um público mais maduro e que demonstre sensibilidade ao lidar com um trabalho
tão magnífico e tocante quanto este, consegue, durante toda sua concepção,
abordar com maestria o entrecho proposto acerca da convivência de crianças
envoltas por conflitos, dilemas e contextos adultos. Embora o filme contenha
somente uma hora de duração, o mesmo se sobressai perante sua simplicidade,
algo que, relacionado à Minha Vida de Abobrinha, é um elogio, visto que o mesmo
é brilhantemente cadenciado e denota genialidade ao tecer seus intuitos de
maneira branda e sutil, além de nunca se dar ao luxo de se precipitar a âmbitos
que de alguma forma o comprometam negativamente.
Atribuindo enfoque ao garoto Icare, apelidado
Abobrinha, menino que causa acidentalmente a morte de sua mãe e vai parar num
orfanato, sendo este detentor de uma vida desde sempre conturbada, a película
não se restringe apenas ao destaque do mesmo, arrumando tempo para enfatizar
distintas personalidades e realçar, principalmente, o carismático Simon.
Personagem complexo e de provável apreço do espectador, Simon a princípio se
apresenta simplesmente como um sujeito de mau caráter, contudo posteriormente o
público passa a compreender seus confrontos, atitudes, conceitos e o objetivo
de sua criação como personificação dos conflitos infantis mediante o árduo e
cruel mundo adulto que não poupa a pureza e imaturidade de uma criança. Como
grande aspecto positivo e reflexivo do roteiro, este exalta a visão inocente e
confusa dos jovens sob o caótico, realista e impiedoso universo lá fora, às
vezes tratando-a com uma pontual dosagem de comicidade.
Ratificando a forma como cada um lida com suas
batalhas internas e demônios do passado, estes resultados de complicações
familiares, o filme, apesar de seu teor melancólico, propõe a felicidade dos
personagens encontrada nas menores coisas. O longa, ácido em suas críticas
sociais, desmembra, sem temeridade, temas como alcoolismo, abuso sexual,
exploração infantil, suicídio, refugiados, crimes diversos, ausência dos pais,
depressão e maus-tratos. Delicado, lindo e emocionante, a película enaltece o
conceito de amizade, sempre bem acompanhada por uma trilha sonora variável e
condizente.
Perfeito e irretocável, a produção, em suma,
merece ser qualificada com todos os elogios existentes, ademais de, ao seu
desfecho, possivelmente conseguir arrancar lágrimas de muitos. Todavia, tenho
de confessar que, infelizmente, antes da maravilhosa experiência de assistir ao
mesmo, vergonhosamente o subestimei. Portanto, genial, hilário e sentimental,
Minha Vida de Abobrinha é a prova de que animações não são somente para
crianças e de que nem sempre os críticos do Rotten se equivocam em suas
percepções, afinal, desta vez, o 100% é justificável e muitíssimo justo.
Matheus
J. S. 10
Com 100% de aprovação no Rotten, indicado ao
Oscar 2017 para Melhor Animação, Minha Vida de Abobrinha é considerada, por
muitos, uma animação genial, mas em minha opinião é apenas mais uma entre
outras. O filme possui cerca de uma hora de duração e usa técnicas de
stop-motion, estas bem utilizadas.
O longa mostra alguns acontecimentos em um
orfanato depois da chegada de Icare, ou como prefere ser chamado, Abobrinha. A
película traz várias reflexões a respeito de assuntos familiares, estes que
influenciaram a ida das crianças a moradia, e também de outros temas. O filme é
interessante e razoavelmente bom, digo isto porque esperava muito dele,
aguardei até o fim do mesmo e nada aconteceu, porém vale a pena assisti-lo.
Murillo
J. S. 8
Assista e Kontamine-se
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Ficha Técnica
(Adoro Cinema):
Data
de lançamento (Brasil): 16 de fevereiro de 2017 (1h 06min)
Direção:
Claude Barras
Elenco:
Gaspard Schlatter, Sixtine Murat, Paulin Jaccoud…
Gêneros:
Animação; Drama
Nacionalidades:
Suiça, França
Avaliação:
IMDb: 7,8
Rotten:
100%
Metacritic:
85%
Filmow
(média geral): 4,2
Adoro
Cinema (usuários/adorocinema): 3,8/5,0
Kontaminantes (média): 9
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