Aproveitando o estrondoso sucesso de Velozes e
Furiosos 8, este parece ser um bom momento para o começo de um novo projeto.
Considerando que este se baseia na abordagem de sequências insanas relacionadas
a qualquer meio do entretenimento e o recente lançamento do oitavo capítulo da
mais ensandecida franquia da atualidade, o período nunca antes se mostrou tão
propício.
Sendo meu seguimento favorito (vale ressaltar
que será discorrido a respeito da versão estendida do mesmo) dentre todas as
passagens de realce ao longo de sua extensa trajetória, este, escolhido por
conta de seus notórios aspectos de destaque, apresenta-se logo na primeira
sequência de Furious 7. Enaltecido
simultaneamente por sua atmosfera mentecapta e descontraída, a mesma nunca
tenta ser levada a sério e já ratifica bem o que será visto, mais um excelente
longa (dentro de suas propostas) acercado pelas mais repletas maluquices.
Abrindo com a visão do personagem de realce da
passagem sobre a cidade de Londres (palco da película anterior) a uma
consentânea e boa musicalidade de fundo, Deckard Shaw, interpretado por Jason
Statham, sob a densidade de uma frase de efeito, vira-se e, logo agora, ao
correr dos primeiros segundos de filme, já há uma grande revelação. Seu irmão,
Owen Shaw, antagonista de Fast &
Furious 6, encontra-se vivo, porém desacordado, sobre uma cama de hospital.
VIVO!!! Ok, o indivíduo esteve preso dentro de um enorme avião durante uma
gigantesca explosão e somente sofreu algumas queimaduras, mas tudo bem, é
Velozes e Furiosos. Após, sob a continuidade de um diálogo envolto por camadas
de lição de moral, árdua vingança e laços de família, Deckard pega uma arma de
grande porte do chão e coloca sobre o peito de seu irmão. Neste momento,
destaca-se outro aspecto de maior notoriedade, a presença da corrente com cruz
que passa a ficar sob posse do brother mais velho, corrente que já passou pela
mão de muitos personagens, praticamente se tornou um ícone da série e, para os
irmãos, um vínculo de retaliação.
Prosseguindo, Shaw, que ao longo de todo o
seguimento mantém uma postura que consegue ser imponente, ameaçadora e um tanto
quanto cômica (involuntariamente) ao mesmo tempo (salientada pelo carisma e
reputação do ator em si), segue seu caminho pelo hospital (antes deixa duas funcionárias
acuadas tremendo de medo de uma forma muito hilária) ao melhor jeito brucutu
dos anos 80 e gângster de filmes de segunda, com direito até a limpeza do
próprio óculos, tudo enfatizado pelo frenético e descolado som de Payback
(Juicy J). Ao continuar sua trajetória até a saída, Deckard passa por diversos
soldados mortos, aposentos destroçados e outros em plena destruição, um
elevador que não se encontra em ideais condições e presenteia um oficial com
uma granada, tudo fruto de sua própria ira. Já do lado de fora, ao melhor
estilo Fast and Furious, todo
carrancudo e marrento, adentra um tunado e dispara em alta velocidade. Além, deve-se acentuar o fato de que, na versão
dublada, dialogando com toda a elegante galhofa, a fala dita por Jason ao
entregar o explosivo ao soldado e arremessá-lo é, grotescamente, repetida duas
vezes.
Magnífico em sua atmosfera que remete à
essência de toda a franquia, abordando vertentes que beiram o absurdo, como uma
bizarra ressurreição e um homem contra mil, a sequência, igualmente responsável
pela introdução de um dos melhores e mais implacáveis vilões da série, torna-se
ainda mais esplêndida e exuberante perante o impecável trabalho técnico sobre a
mesma. Ademais da convincente maquiagem e os belos efeitos visuais, a passagem
tem sua qualidade irretocável enaltecida consoante seu artifício de ser filmada
em uma única só tomada, giros de câmera pontuais e majestosos, além do belo
trabalho de Statham.
Em suma, enfatizando mais uma vez a insanidade
de Velozes e Furiosos, a estupenda sequência, expandindo bem as propostas e
teor da mesma, que ao seu término dá início a outra bela passagem que já se
inicia com um deslumbrante giro de câmera que opõe a percepção do espectador,
merece ser vista e revista, afinal, não é todo dia que se vê uma apoteótica cena
dessas.
Matheus J. S.
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