A franquia Velozes e Furiosos (leia aqui) é constantemente
massacrada pelos críticos especializados, o quê me faz pensar o porquê da
ovação positiva sobre Baby Driver.
Ok, a afirmação acima pode ter sido polêmica,
então expliquemos. Para se compreender tal paralelo, é necessário que se
espaireça a galhofa que a saga de Toretto é, porém, uma galhofa assumida,
virtude isenta em Ritmo de Fuga, visto que o filme não assume seus absurdos e
peca, principalmente, na dosagem desequilibrada de sua confecção. Vamos
entender.
A princípio despretensioso, o longa caminha ao
passo que segue fórmulas baratas do gênero, estas que, até certo ponto, não
chegam a pesar, como o protagonista criminoso "bonzinho" querendo uma
nova vida, o chefe que o considera indispensável e o chantageia para seguir com
o trabalho e até a atraente namoradinha enfadonha que faz par com o grande
astro da película. Corroborando ao divertimento em tela, destaca-se a eclética
trilha sonora que dita o ritmo de grande parte das cenas, muitas extravagantes,
mas ainda aceitáveis. Além, reiterando o grande marco de Baby Driver, a
musicalidade antagoniza, com agitadas e alegres canções, passagens mais
intensas e apreensivas, o que cria segmentos irônicos e subversivos.
Outro fator que merece ser ressaltado são as
sequências de ação. Estas, bem conduzidas, limpas e compreensíveis se
encarregam por grande parcela do entretenimento do espectador, mantendo sempre
um clima frenético e incansável que não deixa o público se preocupar com o
frívolo roteiro. Ademais, as pitadinhas cômicas são inseridas de forma
convencional para um filme de tal índole e, em relação ao elenco, enquanto Ansel
Elgort é passável como Baby e Kevin Spacey convence como Doc, o realce fica por
conta de Jamie Foxx que interpreta, com contundência e conforto, o papel de um
gangster perspicaz, efetivo, impiedoso e carismático. Falando em
Jamie Foxx, é a partir dele que o terceiro ato deslancha, onde Em Ritmo de Fuga
se perde num mar de insanidade que não condiz nem mesmo com as sequências pouco
prováveis vistas até então, onde a pouca verossimilhança deixa de existir, onde
os personagens esquecem de lado suas inabaláveis posturas a critério de um script
bagunçado, onde os clichês passam a saturar e o longa se torna um irrisório
jogo de gato e rato envolto por um romancezinho bobo que, definitivamente,
atribui a Baby Driver o selo "Sessão da Tarde".
Não satisfeita, a película também é superficial
no desenvolvimento de seu protagonista. Isto é, ao insinuar muito, seja sobre a
situação financeira de Baby, seu problema auditivo, círculo familiar,
personalidade instável e o apresentar de banais flashbacks que apenas mostram
um pouco do passado do mesmo, mas sem o explorar, o personagem não é
dramatizado como o recurso narrativo possa pretender, da mesma forma que Baby
sequer ganha o apreço do espectador mediante sua concepção apática. Ademais,
não se pode esquecer do desfecho preguiçoso e que o rotula como um "filme
barato" seria rotulado.
Em Ritmo de Fuga é imprevisível, e isso, aqui,
é ruim, além de relaxado, irrelevante e que tem como maior mérito seus efeitos
práticos e os aspectos técnicos.
Matheus J. S. 5
Com a premissa de entreter o espectador com um
filme de ação ao estilo Carga Explosiva (Jason Statham), Baby Driver chega com
uma trilha sonora colaborativa no contexto e visual, semelhante ao que
aconteceu com Guardiões da Galáxia, trazendo Kevin Spacey como um personagem
similar ao seu em Quebrando a Banca, além de Jamie Foxx com mais uma boa
interpretação em seu currículo, mesmo que seu personagem não seja desenvolvido
à altura.
O filme tem seu auge na primeira parte, mais
aproximadamente nos primeiros vinte minutos, com uma boa parceria entre música
e protagonista. Após esse momento, o
filme passa para razoável e admissível, onde trilha, enredo e evolução dos
personagens não seguem o mesmo ritmo. Por fim, despenca e deixa a desejar em
vários quesitos, dando a impressão que termina sem esmero e com certa pressa,
com a produção sem saber o que fazer com certos personagens.
Os destaques ficam por conta da trilha sonora,
do personagem do pai adotivo de Baby, interpretado por CJ Jones, que rende uma
boa parceria com Baby e dá um show de interpretação e carisma sem dizer uma
palavra, e Edgar Wright que escreve e dirige a produção, o qual surpreende por ficar
aquém da qualidade esperada quando seu nome está envolvido.
Baby Driver é um filme para ser assistido
naquelas tardes chuvosas de domingo, bem similar ao outono estadunidense, sem
compromisso, sendo substituível rapidamente por um próximo entretenimento.
leonejs 7
Considerado por muitos um dos melhores filmes
de 2017, Baby Driver não é ruim em seus dois primeiros atos, mas decai a partir
de certa parte do terceiro. Como disse, o mesmo só fica ruim após determinado
segmento, sendo que, em vez de acabar na hora certa, ele se prolonga em uma
sequência que tenta ser a melhor, mas acaba fugindo do ritmo e se tornando o
oposto do objetivo, ou seja, a sequência mais fraca.
Apesar da película não ser extraordinária, é
melhor do que eu esperava, isso porque pensei que o foco seria o relacionamento
entre o protagonista e a garçonete, e como já podíamos ver no trailer, este
seria mais um daquelas relações entre jovens que já vimos em diversos filmes de
ação e romance, tendo algum destes indivíduos um segredo, muito provavelmente
envolvido com seu trabalho perigoso e voltado para o mal, que é exatamente o
caso do personagem Baby, mas diferente do que pensei, esse relacionamento é
apenas secundário.
Baby Driver é um filme simples e possui algumas
falhas, mas mesmo assim é bom e merece ser assistido.
Murillo
J. S. 8
Assista e Kontamine-se
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Ficha Técnica (Adoro Cinema):
Data de lançamento (Brasil): 27
de julho de 2017 (1h 53min)
Direção: Edgar Wright
Elenco: Ansel Elgort, Kevin
Spacey, Lily James…
Gêneros: Ação; Policial; Comédia
Nacionalidades: Reino Unido; EUA
Sinopse (Adoro Cinema):
O jovem Baby (Ansel Elgort) tem uma mania
curiosa: precisa ouvir músicas o tempo todo para silenciar o zumbido que
perturba seus ouvidos desde um acidente na infância. Excelente motorista, ele é
o piloto de fuga oficial dos assaltos de Doc (Kevin Spacey), mas não vê a hora
de deixar o cargo, principalmente depois que se vê apaixonado pela garçonete
Debora (Lily James).
Avaliação:
IMDb:
7,7
Rotten:
93%
Metacritic:
86%
Filmow
(média geral): 4,1
Adoro
Cinema (usuários/adorocinema): 4,3/3,5
Kontaminantes (média): 6,5
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