Se o mundo fosse criteriosamente inverso, The Room seria uma obra-prima. No entanto, como não é, a película da vez ostenta uma das piores reputações do universo cinematográfico.

Conhecido como o "Cidadão Kane dos filmes ruins" e considerado por muitos "um dos piores longas já feitos na história do cinema", The Room faz por merecer todas "honrarias" que esbanja. Isto é, desastroso desde sua premissa clichê "novela das 8" que segue a trajetória dum homem prestes a se casar com uma mulher que o trai com o melhor amigo, a estória é repleta de inconsistências, subtramas frívolas, verborrágicas e inconclusivas, incongruências narrativas e grotescos erros de continuidade, bem como diálogos medonhos desnecessariamente autoexplicativos, apinhados de falas sem nexo, assuntos irrelevantes e exaustivamente repetitivos, ademais da química entre os personagens ser artificial e burlesca. Já os próprios personagens são caricatos e desinteressantes, interpretados de forma blasé, robótica e visivelmente compelida. A atuação central, contudo, é um dos grandes destaques da película, mesmo que um destaque ruim que corrobora com o restante do elenco, visto que Tommy Wiseau, diretor, roteirista, produtor e protagonista, estrambótico e em sua completa inaptidão para lidar com o serviço, incorpora a figura de Johnny com total falta de habilidade e eloquência que beira o ridículo, suas tentativas de demonstrar frustração e raiva sendo tão horrendas e inverossímeis que chegam a ser hilárias.

Em seu intuito dramático, o filme jamais faz jus a essa proposta e é tão antinatural que certos segmentos, enfadonhos e sem sentido plausível, se tornam cômicos. A trilha sonora, que se sobressai principalmente durante as cenas picantes que se aproveitam duma nudez gratuita, é hedionda e dialoga vergonhosamente com o que se passa em tela, um material sonoro meloso dos mais baratos. O Chroma Key é nitidamente perceptível e os inúmeros cortes do longa aparentam mascarar a imperícia dos atores em gravar falas e as contínuas falhas de produção. Além, a película é maçante ao constantemente frisar elementos com os quais o público já está habituado, assim como o frequente enfatizar da cidade sobre planos abertos sem qualquer objetivo.

Exacerbadamente problemático tanto em aspectos técnicos quanto em enredo, The Room é uma obra única e por vezes involuntariamente engraçada, mas que não deixa de ser extremamente terrível.

Matheus J. S.

Assista (ou não) e Kontamine-se

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Ficha Técnica (Adoro Cinema):
Data de lançamento (Los Angeles): 27 de junho de 2003 (1h 40min)

Direção: Tommy Wiseau

Elenco: Tommy Wiseau, Juliette Danielle, Greg Sestero…

Gênero: Drama

Nacionalidade: EUA

Sinopse (Adoro Cinema):

Johnny (Tommy Wiseau) é um banqueiro bem-sucedido que vive em São Francisco com sua noiva Lisa (Juliette Danielle). Entediada com a vida que leva, Lisa decide seduzir o melhor amigo de seu companheiro, Mark (Greg Sestero). Em consequência, a vida de todos mudará.

Avaliação:

IMDb: 3,6

Rotten: 26%

Metacritic: 9%

Filmow (média geral): 2,6

Adoro Cinema (usuários): 2,7

Kontaminantes (Matheus J. S.): 1

The Room

Se o mundo fosse criteriosamente inverso, The Room seria uma obra-prima. No entanto, como não é, a película da vez ostenta uma das piores reputações do universo cinematográfico.

Conhecido como o "Cidadão Kane dos filmes ruins" e considerado por muitos "um dos piores longas já feitos na história do cinema", The Room faz por merecer todas "honrarias" que esbanja. Isto é, desastroso desde sua premissa clichê "novela das 8" que segue a trajetória dum homem prestes a se casar com uma mulher que o trai com o melhor amigo, a estória é repleta de inconsistências, subtramas frívolas, verborrágicas e inconclusivas, incongruências narrativas e grotescos erros de continuidade, bem como diálogos medonhos desnecessariamente autoexplicativos, apinhados de falas sem nexo, assuntos irrelevantes e exaustivamente repetitivos, ademais da química entre os personagens ser artificial e burlesca. Já os próprios personagens são caricatos e desinteressantes, interpretados de forma blasé, robótica e visivelmente compelida. A atuação central, contudo, é um dos grandes destaques da película, mesmo que um destaque ruim que corrobora com o restante do elenco, visto que Tommy Wiseau, diretor, roteirista, produtor e protagonista, estrambótico e em sua completa inaptidão para lidar com o serviço, incorpora a figura de Johnny com total falta de habilidade e eloquência que beira o ridículo, suas tentativas de demonstrar frustração e raiva sendo tão horrendas e inverossímeis que chegam a ser hilárias.

Em seu intuito dramático, o filme jamais faz jus a essa proposta e é tão antinatural que certos segmentos, enfadonhos e sem sentido plausível, se tornam cômicos. A trilha sonora, que se sobressai principalmente durante as cenas picantes que se aproveitam duma nudez gratuita, é hedionda e dialoga vergonhosamente com o que se passa em tela, um material sonoro meloso dos mais baratos. O Chroma Key é nitidamente perceptível e os inúmeros cortes do longa aparentam mascarar a imperícia dos atores em gravar falas e as contínuas falhas de produção. Além, a película é maçante ao constantemente frisar elementos com os quais o público já está habituado, assim como o frequente enfatizar da cidade sobre planos abertos sem qualquer objetivo.

Exacerbadamente problemático tanto em aspectos técnicos quanto em enredo, The Room é uma obra única e por vezes involuntariamente engraçada, mas que não deixa de ser extremamente terrível.

Matheus J. S.

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Ficha Técnica (Adoro Cinema):
Data de lançamento (Los Angeles): 27 de junho de 2003 (1h 40min)

Direção: Tommy Wiseau

Elenco: Tommy Wiseau, Juliette Danielle, Greg Sestero…

Gênero: Drama

Nacionalidade: EUA

Sinopse (Adoro Cinema):

Johnny (Tommy Wiseau) é um banqueiro bem-sucedido que vive em São Francisco com sua noiva Lisa (Juliette Danielle). Entediada com a vida que leva, Lisa decide seduzir o melhor amigo de seu companheiro, Mark (Greg Sestero). Em consequência, a vida de todos mudará.

Avaliação:

IMDb: 3,6

Rotten: 26%

Metacritic: 9%

Filmow (média geral): 2,6

Adoro Cinema (usuários): 2,7

Kontaminantes (Matheus J. S.): 1