16 de janeiro de 2018

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It: A Coisa

Pôster


O quê torna um filme de terror bom? Sustos? Sangue? Seres disformes? Atmosfera aterradora? Protagonistas cativantes? It: A Coisa tem todos esses ingredientes, mas será que de forma cadenciada?
Baseado no best-seller de Stephen King, o livro é um ícone da cultura geek e, dentre muitos de seus fatores de notoriedade, o palhaço Pennywise indubitavelmente é um símbolo entre os adeptos do romance e da película, e é por ele que vamos começar. Extremamente bizarro, de sorriso macabro e trejeitos grotescos, o intérprete do personagem (Bill Skarsgård) incorpora com maestria toda a excentricidade da criatura que não faz feio ao amedrontar, aspecto que é salientado pelos monstros hediondos que tomam forma e a sanguinolência que incrementa, de muitas maneiras, passagens horripilantes. Em contraparte, as crianças também desempenham um belo e contundente trabalho, Richie (Finn Wolfhard) como o carismático e inconveniente tagarela, Eddie (Jack Grazer) com seus ataques neuróticos, Bill (Jaeden Lieberher) com sua gaguez, Georgie (Jackson Scott) com sua inocência e desespero, Ben (Jeremy Taylor) tímido e desengonçado e Beverly (Sophia Lillis) com sua simpatia e horror nos devidos momentos. Já Stanley (Wyatt Oleff) e Mike (Chosen Jacobs) são os mais apáticos em suas performances e os mais deslocados no enredo conforme o menor destaque, o entrecho não soube lidar com a vasta gama de personagens e explorá-los com a adequada harmonia. Ademais, deve-se ressaltar a excelente dinâmica entre os membros do Clube, dinâmica que enfatiza os vínculos compactos de amizade e transmite com genuinidade as características da idade, seja no linguajar, interesses e até na forma como se comportam frente a distintas situações. Além, os mesmos, responsáveis pela descontração do script, inteiram passagens de ócio em meio ao terror reiteradas pela produção com divertidos requintes funcionais de slow motion.
Apesar do elenco mirim e o clima nostálgico (que certamente agradará os fãs de Stranger Things [leia aqui]), It não é voltado para o público infantil, o que fica evidente consoante às cenas fortes e os temas densos. No entanto, embora pincele alguns dos conflitos de seus protagonistas, procure lidar com o forte conteúdo do abuso infantil e das várias nuances das incorporações do medo, o longa é realizado de modo um tanto quanto apressado, o que não permite a apropriada profundidade em tais arcos e não o deixe tão dramático quanto pretende. Esta pressa também pode ser constatada na inclusão dos integrantes na equipe, visto que Beverly, Ben e Mike simplesmente aparecem durante inusitadas circunstâncias e já são imediatamente aceitos, o que faz da inserção pouco orgânica. Outro elemento que incomoda diz respeito aos estereótipos presentes, como é nítido na imagem dos valentões que molestam os protagonistas que, apesar de condizente a trama, é maçante e faz tentativa barata de transmitir alguma mensagem sobre o bulliyng.
Corroborando ao cenário saudosista, destaca-se a potente, característica e envolvente trilha sonora. Agora, falando em confecção de atmosfera, o filme é bem tenebroso em suas investidas e surpreendente no uso de certos jumpscares, porém frustrante no uso óbvio do recurso em outros momentos e na falta de ousadia em determinadas escolhas previsíveis do roteiro. Todavia, o longa, exímio em estarrecer, o faz com primor ao usufruir de closes que focam, de maneira atemorizadora, nas bisonhas feições das aberrações em realce que dialoga, em outros segmentos, com uma câmera diagonalmente distorcida para exaltar a tensão corrente. Também é obrigatório frisar a opção do script em executar sua estória quando de dia, o que foge dos clichês do gênero e deixa as sequências inteligíveis, entretanto, quando num ambiente mais escuro, as cenas continuam acertadamente perceptíveis.
It: A Coisa é desequilibrado, afoito e pouco audacioso, mas entretém, imerge, assusta e jamais se torna insípido.
Matheus J. S.  7

Sendo um dos lançamentos mais aguardados de 2017, It teve uma grande repercussão e uma grande quantidade de críticas positivas que contribuíram para que fosse um dos filmes mais assistidos no período.
Este remake de 1990 é uma adaptação de um dos livros de maior sucesso do mestre do terror Stephen King, os quais li e assisti após a epidemia dos palhaços que ocorreu em 2016 provavelmente como forma de marketing do novo longa. Na época, o livro me conquistou e a obra televisiva, mediante as limitações financeiras e tecnológicas, me agradou, deixando a expectativa e ansiedade ficarem em alta para o consumo desta nova versão.
Obviamente há duas maneiras distintas de discorrer sobre a mesma, que depende de ter ou não uma experiência anterior com a obra, o que incita as comparações entre as versões. No geral, a nova adaptação tem maior destaque no âmbito da exploração da imagem de Pennywise, que tem um aspecto bem sinistro como vemos nos seguimentos de terror logo nos primeiros momentos do longa.
A trama é conduzida de uma maneira corrida, dificultando o envolvimento do apreciador com a estória e muito menos desenvolver alguma empatia com os personagens. Talvez o menos prejudicado com isto seja Finn Wolfhard, ator que interpreta o personagem de Richie Tozier, este que difere de seu personagem mais famoso de Stranger Things (leia aqui), o qual por tabela possa ter transferido um pouco do afeto do público da série.
A segunda parte da produção está em andamento e evidenciará a trama com os personagens na fase adulta, este fato cria a possibilidade de algo mais elaborado, podendo ser até surpreendente dependendo da forma como será feita esta transição.
Por enquanto, apenas explorar o impacto de imagem sem a boa amarração com o enredo não foi suficiente e em alguns momentos até decepcionante perante o alarde causado e a fonte de que se origina esta película.
leonejs  7

Mesmo sendo considerado um filme de terror, este não me assustou, ou me deu medo, e isto é algo ruim? Não, pois mesmo que ele tente, ele explora outras particularidades do terror também, tendo sucesso na maioria das cenas em que estão presentes. E, além destes fatores, o longa também possui um pouco de comédia e aventura, sendo estes juntos tão importantes quanto o próprio terror.
Gostei bastante dos personagens que receberam maior atenção no grupo principal (Richie, Bill, Eddie e Beverly, ademais do Ben que, embora pertinente ao enredo, não tenha me afeiçoado a ele), todos possuindo características marcantes, sendo estes mais relevantes do que os outros (Stanley e Mike), além de serem mais legais e proporcionarem toda a comédia. Talvez os outros a que me referi ganhem alguma importância em sua sequência.
Uma das únicas coisas que me incomodou foram algumas poucas cenas entre as quais o palhaço aparece tentando assustar ou pegar alguém, mas não faz o que seria mais conveniente, como, por exemplo, ficar se debatendo enquanto vai em direção ao seu alvo ou dançar de modo estranho (uma cena que gerou vários memes na internet), sendo que esta última até me deu um pouco de vergonha. Não sei se as mesmas aparecem no livro ou na película de 1990, pois se não aparecem, seria melhor não existirem ou serem mais elaboradas.
It: A Coisa é um bom filme, mas poderia ser melhor, e o recomendo até para quem não gosta de filmes de terror, pois este possui muito mais do que apenas o gênero insinua.
 Murillo J. S.  8,5

Assista e Kontamine-se

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Ficha Técnica (Adoro Cinema):
Data de lançamento (Brasil): 7 de setembro de 2017 (2h 15min)
Direção: Andy Muschietti
Elenco: Bill Skarsgård, Jaeden Lieberher, Finn Wolfhard…
Gêneros: Terror; Suspense
Nacionalidade: EUA

Sinopse (Adoro Cinema):
Um grupo de sete adolescentes de Derry, uma cidade no Maine, formam o auto-intitulado "Losers Club". A pacata rotina da cidade é abalada quando crianças começam a desaparecer e tudo o que pode ser encontrado delas são partes de seus corpos. Logo, os integrantes do "Losers Club" acabam ficando face a face com o responsável pelos crimes: o palhaço Pennywise.

Avaliação:
IMDb: 7,7
Rotten: 85%
Metacritic: 70%
Filmow (média geral): 4,1
Adoro Cinema (usuários/adorocinema): 4,0/5,0
Kontaminantes (média): 7,5
Avaliação

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