Lançado em 2012, Detona Ralph trazia uma
premissa simples que divertia e ainda entretém seu público. Apesar do arco
fechado e a inexistência de brechas para uma continuação, a sequência do longa
traz de volta os personagens para uma nova, lúdica e funcional aventura.
Enquanto a película de seis anos atrás se
comprometia em explorar o nostálgico mundo dos fliperamas, WiFi Ralph se dedica
em abranger o infindável universo da internet, e, deve-se ressaltar, o faz com
propriedade. A materialização da net é uma das melhores sacadas da produção,
completamente original, recreativa e cômica, tudo que abrange a confecção
virtual está lá: o processamento de navegação e visita de sites; histórico e
busca na barra de pesquisas do Google; diferentes plataformas e serviços;
mídias sociais; anúncios enganosos e exacerbadas propagandas capciosas; vírus;
perca de conexão... Todos os aspectos constituintes da Web, desde simples
ferramentas até os causadores de eventuais situações que abalam os internautas,
se refletem por meio de engenhosos procedimentos metafóricos ou são
incorporados por distintas figuras representativas de alguma função ou recurso.
Isto é, o palco narrativo se desdobra como uma imensa e alegórica metrópole de
cores vibrantes indescritível por meras palavras.
Por sua vez, a jocosidade do enredo fica a
cargo da metalinguagem que o mesmo concebe entre este filme e as demais obras
com princesas da Disney. As autorreferências permitem o estúdio brincar
despretensiosamente consigo, ademais de moldar um segmento fantástico
envolvendo criativamente as múltiplas princesas e seus singulares atributos.
A relação entre Ralph e Vanellope, frisada
desde os primeiros instantes do longa, é o principal destaque do roteiro,
ganhando camadas que se solidificam e amadurecem cada um individualmente.
Embora a dinâmica entre os dois seja formidável e o personagem do Ralph se
encarregue de alavancar os principais acontecimentos da animação, este não
captura o espectador da mesma forma que sua parceira, visto que Vanellope é quem
rouba os holofotes e tem a performance mais carismática. Entretanto, a película
engrena sua melhor forma quando ambos contracenam, sendo que este é o momento
em que o script aproveita para impor suas reflexões a respeito de
amizade, egoísmo, solidão, desapego, culpa e arrependimento. Sobretudo, são
temas com os quais o filme lida de modo superficial, servindo mais para não
mecanizar as figuras em tela.
A ausência de um vilão específico é um ponto
certeiro do longa, pois para o texto transmitir suas mensagens não se requer
realmente um antagonista; aqui, os contratempos são responsabilidade das
turbulentas emoções dos personagens. Os coadjuvantes também não são muito
notórios, e o Felix e a Sargento Calhoun - personas ativas na película anterior
-, fazem parte do entrecho somente para provar que ainda estão vivos e bem, porque eles
possuem aparições breves, um subnúcleo dispensável e não fazem nada que surta efeito na trama.
WiFi Ralph: Quebrando a Internet, apesar da
condução formulaica, expande a mitologia do primeiro filme, é inventivo,
escapista, viçoso, engraçado e enternecedor.
Matheus J. S.
Assista e Kontamine-se
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Ficha Técnica:
Data de lançamento (Brasil): 3 de
janeiro de 2019
Direção: Rich Moore; Phil
Johnston
Elenco: John C. Reilly, Sarah
Silverman, Gal Gadot…
Gênero: Animação
Nacionalidade: EUA
Sinopse (Google):
Ralph, o mais famoso vilão dos videogames, e
Vanellope, sua companheira atrapalhada, iniciam mais uma arriscada aventura.
Após a gloriosa vitória no Fliperama Litwak, a dupla viaja para a World Wide Web, no universo expansivo e desconhecido da internet. Dessa vez, a missão é
achar uma peça reserva para salvar o videogame Corrida Doce, de Vanellope. Para
isso, eles contam com a ajuda dos cidadãos da Internet e de Yesss, a alma por
trás do Buzzztube, um famoso website que dita tendências.
Avaliação:
IMDb: 7,2
Rotten:
88%
Metacritic:
71%
Filmow
(média geral): 3,8
Adoro
Cinema (usuários/adorocinema): 4,3/3,0
Kontaminantes
(Matheus J. S.): 8
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