5 de fevereiro de 2018

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Artista do Desastre

Pôster


Quem diria que um dos piores filmes do planeta iria servir como inspiração para um dos melhores trabalhos cinematográficos de 2017? O cinema às vezes pode ser bastante inusitado.
Podendo orgulhar-se de ostentar um dos artifícios dos quais poucas produções conseguem desfrutar com a dosagem correta, isto é, a agridoce mescla de drama e comédia, o longa, apesar de optar pela comicidade durante o maior tempo, incrementa paulatina e sutilmente suas camadas dramáticas sem se perder em meio as suas propostas, arrancar risadas mediante o estrambótico caminho até a concretização do excêntrico The Room, enquanto aprofunda-se delicadamente na jornada individual de suas duas principais figuras, Tommy e Greg, que trabalham para a realização de tal feito. A película, referente ao âmbito que lida com elementos de maior seriedade, é um estudo de personalidades que se desenvolve a partir do articulado vínculo entre os dois principais personagens, impulsionado, principalmente, pelo sonho em comum e os empecilhos corrente.
Mais que tudo, Artista do Desastre é a representação do amor pelo cinema, da superação, do enfrentar das críticas e descrenças, o que se ratifica pela escolha do roteiro em protagonizar dois homens aspirantes a cineastas, ademais das inúmeras menções a renomados filmes, diretores e atores. Seguindo esta mesma vertente, o longa opta por destrinchar o processo de produção do "pior filme do mundo" como forma de homenagem que transcende parâmetros impostos por avaliações especializadas e exigências de padrões técnicos e criativos, dando enfoque na força de vontade, persistência e a paixão pela sétima-arte, fazendo com que o espectador passe a compreender o Tommy, se sensibilize com os contratempos com os quais o mesmo se afronta e se simpatize com o ardor de Wiseau pelo audiovisual, conseguindo até mesmo com que o público se afeiçoe, de certa forma, pelo desastroso The Room. Aliás, também é neste ponto que o longa tem seu apogeu jocoso.
Ao se apropriar do trabalho de confecção de The Room, a película utiliza como meio humorístico a falta de aptidão de Tommy na maneira com que ele dirige seu filme, totalmente inexperiente e inábil ao construir o roteiro, no modo como concebe as cenas, se relaciona com os membros da equipe e atua como um completo canastrão, acarretando em um humor eficaz que flui naturalmente e se acentua pelas tensões de set geradas pelas contradições de perspectivas. Os diálogos triviais entre o elenco e o pessoal do estúdio são um show a parte, rendendo involuntários e hilários comentários ao passo que a atmosfera pitoresca se salienta consoante a perplexidade deles frente à grotesca forma com a qual Wiseau trabalha e as peculiaridades que lhe completam o caráter. Peculiaridades emuladas por James Franco com perfeição, seja na forma de falar com sotaque, nos risos forçados, no modo desajeitado de agir e no porte idêntico durante várias passagens extremamente fiéis a do longa original, além de personificar o jeito estranho com que o artista manifesta suas emoções quando não estando em cena. A performance, realçada pela magistral e característica maquiagem, faz com que o assistente se esqueça que aquele não é o Tommy Wiseau em pessoa. Falando em atuação, o Dave Franco incorpora com fantástica consentaneidade um jovem inseguro, sonhador, radiante com o novo mundo e que zela e encontra-se em dever para com o amigo.
No mais, Artista do Desastre tem uma das melhores atuações do ano, é tributo, lúdico, engraçado, impecavelmente intertextualizado e que, até então, ao lado de Intocáveis (2011), encontra-se entre os melhores títulos do gênero.
Matheus J. S.  10

Com certeza este é um dos poucos, se não o único filme sobre outro filme, mostrando um pouco da vida de seus criadores antes de começarem a fazer o projeto e o que aconteceu durante sua gravação. Algo interessante é que o longa que está sendo criado é The Room, uma das piores películas da história, mas acontece ao contrário com Artista do Desastre, pois esta é uma excelente produção e uma das minhas preferidas do gênero comédia.
O filme também pode ser considerado um drama, já que as filmagens de The Room tiveram alguns acontecimentos que dificultaram sua finalização e mexeram com a amizade dos protagonistas, atmosfera esta que se mistura com o outro gênero presente sem prejudicá-lo, ou vice-versa. É fácil encontrar em longas de comédia piadas ruins, cenas que falham em tentar serem engraçadas e diversos clichês, mas com Artista do Desastre é diferente, pois todas as cenas voltadas para a comicidade são bem feitas, não possuem diálogos forçados ou pessoas fazendo coisas idiotas e se dando mal, nesta película, quando os protagonistas estão juntos (em momentos que não possuem drama) é muito provável que algo hilário aconteça, isso porque os personagens possuem personalidades engraçadas e mais humanas.
Artista do Desastre é um ótimo filme e uma experiência diferente para qualquer um, e sem dúvida uma recomendação para todos que gostam de uma boa comédia.
Murillo J. S.  10

Assista e Kontamine-se

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Ficha Técnica (Adoro Cinema):
Data de lançamento (Brasil): 25 de janeiro de 2018 (1h 44min)
Direção: James Franco
Elenco: James Franco, Dave Franco, Seth Rogen...
Gêneros: Drama; Comédia; Biografia
Nacionalidade: EUA

Sinopse (Adoro Cinema):
Greg Sestero (Dave Franco) se aproxima do excêntrico Tommy Wiseau (James Franco) após uma aula de atuação e os dois desenvolvem uma intensa amizade ancorada no sonho em comum de fazer sucesso nas artes dramáticas. Juntos eles partem para Hollywood, onde Tommy, cansado de ser rejeitado em testes, decide produzir, financiar, dirigir, escrever e protagonizar – ao lado do melhor amigo – o longa-metragem que o catapultará ao estrelato: "The Room".

Avaliação:
IMDb: 7,8
Rotten: 91%
Metacritic: 76%
Filmow (média geral): 3,9
Adoro Cinema (usuários/adorocinema): 3,5/4,5
Kontaminantes (média): 10
Avaliação

2 comentários:

  1. Sem dúvida, o trabalho que James Franco apresenta foi muito bom. Dave Franco também consegue se destacar. Ele é um ótimo ator e muito talentoso para fazer dublagem. Em Lego Ninja Go, ele fez um ótimo trabalho. Sempre fui fã do filmes para crianças, eu gosto por que em cada produção procuram incluir uma mensagem e não somente para os pequenos, pois podemos aprender muito destas produções e nos divertir ao mesmo tempo. Juro que vale muito a pena ver, por que apesar de que é uma historia feita completamente para crianças, sente que esta muito bem adequada para que qualquer membro da família possa ver e ficar encantado com a história.

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    1. Oi Mariana, obrigado pelo comentário. Realmente o James Franco e o Dave Franco se mostraram extremamente talentosos interpretando dois amigos neste grande filme Artista do Desastre. Confesso que ainda não conheço o trabalho de Dave como dublador, mas que pretendo conferir no citado Lego Ninja Go. Também adoro filmes infantis que se propõem a temáticas mais maduras sem perder o tom lúdico que contagia a criançada, tais como Universidade Monstros e Minha Vida de Abobrinha, embora este última seja um filme assumidamente mais adulto, mas que vale muito a pena. Mais uma vez, obrigado pela participação Mariana.

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