11 de outubro de 2018

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Supernatural (13ª Temporada)

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Quando se fala em Supernatural, é comum que conceitos como galhofagem, furos de roteiro, despretensão narrativa e atuações canastronas venham à tona, e, apesar desta 13ª temporada conter todos os respectivos ingredientes, o grande diferencial está na forma com que são executados.
Por mais que possa parecer surpreendente, a 13ª temporada de Supernatural praticamente não possui fillers. Apesar de ser um método que propicia um assíduo engajamento do público no enredo, maior quantidade de reviravoltas e um intenso frenesi narrativo, há várias pontas soltas e arcos iniciados que sequer chegam a ser devidamente abrangidos e muito menos finalizados, o que acaba denotando uma espécie de desleixo megalomaníaco.
Outras duas grandes distinções deste ano dizem respeito à ausência do personagem Crowley na trama e a incorporação que diversos monstros tomam. Antes principal intermediário do público com o Inferno, a saída de Mark Sheppard não é tão sentida quanto se especulava, já que Asmodeus (novo "figurão" do pedaço) supre bem a ausência de Fergus, seja esbanjando carisma, seja vinculando novas facetas à mitologia do programa. Referente aos monstros mencionados, Supernatural sempre manteve o costume de ser esteticamente o mínino expositivo (provavelmente por influência monetária), fazendo com que novos seres fossem inseridos em formatos possessivos sem jamais mostrar sua real forma (como anjos e demônios), ou em formatos humanoides que não necessitassem de grandes mudanças físicas (como vampiros e lobisomens). No entanto, desta vez o espectador tem o privilégio de ver inúmeras criaturas gosmentas, o que se mostra inusitado e um frescor para a produção.
O ano também traz como protagonista Jack, nefilim que concebe um dos principais plots da temporada. Pueril, incauto e descendente de Lúcifer, Jack é uma estranha amálgama de credulidade potencialmente maléfica. Em constante processo de aprendizagem e amadurecimento, o personagem demonstra uma inocência cômica bastante similar a de Castiel, além de ser motriz no que se refere ao embasamento das figuras em tela, sejam Sam e Dean receosos e apreensivos com a instabilidade de seu desenvolvimento, Castiel e a responsabilidade a ele incumbida por Kelly em cuidar do nefilim, e do próprio Jack em descobrimento do mundo e em busca de identidade.
Interação entre personagens é o que não falta nesta temporada. Desde a relação praticamente paternal entre Jack e Castiel, a sempre e recíproca estima e devoção entre Dean e Sam, o hilário e persuasivo relacionamento entre o nefilim e seu pai, o extravagante romance entre um arcanjo e uma bruxa até a tensa e concomitantemente lúdica dinâmica entre Mary e Lúcifer permeada por explícitas ameaças do Diabo à mãe Winchester (a química entre ambos é tão boa, que seu explorar somente ao longo dos episódios incipientes deixou um gostinho de "quero mais"), são todas muito bem orquestradas, convincentes e, à sua maneira, jocosas. Complementando, Wayward Systers (13x10), episódio que deveria servir como piloto para um spin-off, entrega bons resultados ao tecer um contagiante convívio entre as personagens, salientar o empoderamento feminino que o programa sempre retratou com consentaneidade e provar que o cancelamento da série derivada provavelmente foi um erro.
A confecção dos universos paralelos, novidade dessa temporada, é harmoniosa pertinente ao arco central e singular no discernimento de um universo a outro, o que acontece por conta das particularidades que agregam cada um e o filtro monocromático que se altera entre estes. Ademais, a existência de universos paralelos criam incontáveis possibilidades para o entrecho, como trazer de volta personagens queridos que já morreram e criar versões alternativas para estórias já contadas. Neste âmbito o roteiro é pontualmente saudosista, visto que, se o assistente não se vê imerso pelo script, com certeza se verá na empolgação de poder reviver, como algo novo, os melhores momentos do programa.
No mais, a trilha sonora permanece centrada pelo bom e velho rock'n'roll, com realce para Nothing Else Metters (Metallica) tocada durante a abertura da temporada. Pelo lado estético, utiliza-se assaz uma câmera bifocal que atribui um visual tosco a ene segmentos, e, como destaque individual entre os episódios do ano, se sobressai Scoobynatural (13x16), crossover recreativo entre Supernatural e Scooby-Doo que tem como maiores méritos o molde estilo desenho animado, a espontaneidade, comicidade e interação entre personagens de índole tão distintas, mas ao mesmo tempo tão similares quanto à natureza de seus trabalhos.
Em suma, a 13ª temporada de Supernatural possui falhas, porém é ambiciosa, arrojada e se distingue das demais, e isso nunca é algo ruim.
Matheus J. S.

Assista e Kontamine-se

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Ficha Técnica:
Primeiro episódio: 13 de setembro de 2005
Criado por: Eric Kripke
Com: Jensen Ackles, Jared Padalecki, Misha Collins...
País: EUA
Gênero: Fantasia
Status: Em Andamento
Duração (aproximadamente): 40 minutos

Sinopse (Adoro Cinema):
Desde que era pequeno, Sam Winchester (Jared Padalecki) tentava escapar do próprio passado. Após a misteriosa morte de Mary (Samantha Smith), o pai de Sam passou a procurar vingança contra as forças do mal que mataram a esposa, destruindo qualquer ser maligno que cruze o seu caminho. Ao contrário de Sam, Dean (Jensen Ackles), irmão mais velho, sempre quis seguir os passos do pai. Sam está determinado a se livrar do "negócio da família", mas sua vida está prestes a tomar os rumos que ele não desejava, quando ele fica sem escolhas a não ser unir-se ao irmão.

Avaliação (13ª Temporada):
IMDb (2005- ): 8,5
Filmow (média geral): 4,0
Adoro Cinema (usuários): 3,3
Kontaminantes (Matheus J. S.): 7
Avaliação

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