Ao passar dos anos certos filmes ganham status de cult, muitos são esquecidos, alguns tornam-se indiferentes ou arcaicos e ainda outros são vistos como grandes influentes da sétima arte. Halloween: A Noite do Terror encaixe-se nos dois últimos agrupamentos, responsável por uma trama que já não denota o mesmo glamour de 1978, mas que inspirou diversos projetos e marcou uma geração.

Ademais de popularizar a fama dos antagonistas mascarados que se iniciou com O Massacre da Serra Elétrica (1973), Halloween é icônico por consolidar o termo final girl: garota puritana, virginal e inteligente que ao desfecho é a única a sobreviver. Na época o artifício foi extremamente inventivo e transgressor, pois não se era comum ver mulheres, principalmente em filmes de terror, no papel de protagonistas com tamanha força ao enfrentar as adversidades. Halloween foi um pioneiro cinematográfico no que diz respeito ao empoderamento feminino e a desconstrução do estereótipo do gênero que vê a mulher como uma simples e indefesa vítima.

Reiterando, a íntegra Laurie, perseguida pelo maníaco Michael Myers, tem seu caráter imaculado, porém bastante forte, enfática e organicamente contraposto ao do serial-killer. Ainda que sensível e de delicadeza contagiante, as ações da persona são críveis e valentemente representativas, esta muito bem interpretada por Jamie Lee Curtis, seja na inocência característica de sua personalidade, no zelo ao cuidar de determinadas crianças ao correr do entrecho e na bravura demonstrada em sua ferrenha luta pela vida ao ter de lidar com o temível assassino. Também vale destacar que o longa, apesar de desrotular as mulheres como sendo o "sexo frágil", por outro lado ratifica, por meio da Laurie, o modelo estético de garota americana social e unanimemente aceita dos anos 70.

Como todo bom slasher, Halloween possui os elementos marcantes desta safra de filmes: um implacável e célebre antagonista de visual emblemático; garotas belas e desnudas; uso de substâncias ilícitas e sexo lá e acolá. Concernente as duas últimas citações e considerando o lançamento da película que data de 1978, Halloween, na época, tinha como intuito tecer críticas sociais voltadas a uma geração de jovens imprudentes de valores e atitudes socialmente censuráveis, o que justifica grande parte das vítimas serem praticantes dos atos realçados. Colaborando, o semblante oculto de Michael durante grande parte do filme serve para simbolizar a sociedade como um todo que repudia tais costumes mal vistos naqueles tempos.

Sem utilizar jumpscares e prezando por um gatilho narrativo alicerçado nos relatos do psiquiatra Dr. Loomis sobre Michael, o longa jamais deslancha no que corresponde as expectativas criadas referentes à áurea nefasta do Myers que, em si, são mais assustadoras que as próprias ações do personagem. Para concepção atmosférica, se sobressai o uso da câmera subjetiva que coopera no estabelecimento de apreensão ao fazer o espectador se questionar sobre a existência, identidade e motivações de um potencial indivíduo a espreita. Corroborando, a trilha sonora, perpetuada pela Halloween Theme (Main Title) de John Carpenter, é eficaz ao imprimir tensão nos momentos em que é requisitada. No mais, é interessante exaltar que, embora muitos dos acontecimentos sejam desenvolvidos em ambientação noturna - exponencial clichê do gênero -, o que bastante distingue a película das vindouras produções que iria influenciar (como Sexta-Feira 13), é sua localidade urbana que difere dos cenários escusos exauridamente utilizados.

Ínclito em seu período de lançamento, porém hoje antiquado, Halloween: A Noite do Terror é aclamado pelo público de longa data e rejeitado por aqueles de acervo cinematográfico mais jovem, pois, ao passo que inspirou dezenas de obras, também se viu superado por elas.

Matheus J. S.

Assista e Kontamine-se

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Leia Também:

Halloween: O Início
 

Ficha Técnica:

Data de lançamento (EUA): 25 de outubro de 1978

Direção: John Carpenter

Elenco: Jamie Lee Curtis, Donald Pleasence, Nancy Kyes…

Gênero: Terror

Nacionalidade: EUA

Sinopse (Google):

Um maníaco retorna à sua cidade natal para continuar o terror que ele começou há quinze anos.

Avaliação:

IMDb: 7,8

Rotten: 95%

Metacritic: 80%

Filmow (média geral): 3,7

Adoro Cinema (usuários): 3,7

Kontaminantes (Matheus J. S.): 7

Halloween: A Noite do Terror

Ao passar dos anos certos filmes ganham status de cult, muitos são esquecidos, alguns tornam-se indiferentes ou arcaicos e ainda outros são vistos como grandes influentes da sétima arte. Halloween: A Noite do Terror encaixe-se nos dois últimos agrupamentos, responsável por uma trama que já não denota o mesmo glamour de 1978, mas que inspirou diversos projetos e marcou uma geração.

Ademais de popularizar a fama dos antagonistas mascarados que se iniciou com O Massacre da Serra Elétrica (1973), Halloween é icônico por consolidar o termo final girl: garota puritana, virginal e inteligente que ao desfecho é a única a sobreviver. Na época o artifício foi extremamente inventivo e transgressor, pois não se era comum ver mulheres, principalmente em filmes de terror, no papel de protagonistas com tamanha força ao enfrentar as adversidades. Halloween foi um pioneiro cinematográfico no que diz respeito ao empoderamento feminino e a desconstrução do estereótipo do gênero que vê a mulher como uma simples e indefesa vítima.

Reiterando, a íntegra Laurie, perseguida pelo maníaco Michael Myers, tem seu caráter imaculado, porém bastante forte, enfática e organicamente contraposto ao do serial-killer. Ainda que sensível e de delicadeza contagiante, as ações da persona são críveis e valentemente representativas, esta muito bem interpretada por Jamie Lee Curtis, seja na inocência característica de sua personalidade, no zelo ao cuidar de determinadas crianças ao correr do entrecho e na bravura demonstrada em sua ferrenha luta pela vida ao ter de lidar com o temível assassino. Também vale destacar que o longa, apesar de desrotular as mulheres como sendo o "sexo frágil", por outro lado ratifica, por meio da Laurie, o modelo estético de garota americana social e unanimemente aceita dos anos 70.

Como todo bom slasher, Halloween possui os elementos marcantes desta safra de filmes: um implacável e célebre antagonista de visual emblemático; garotas belas e desnudas; uso de substâncias ilícitas e sexo lá e acolá. Concernente as duas últimas citações e considerando o lançamento da película que data de 1978, Halloween, na época, tinha como intuito tecer críticas sociais voltadas a uma geração de jovens imprudentes de valores e atitudes socialmente censuráveis, o que justifica grande parte das vítimas serem praticantes dos atos realçados. Colaborando, o semblante oculto de Michael durante grande parte do filme serve para simbolizar a sociedade como um todo que repudia tais costumes mal vistos naqueles tempos.

Sem utilizar jumpscares e prezando por um gatilho narrativo alicerçado nos relatos do psiquiatra Dr. Loomis sobre Michael, o longa jamais deslancha no que corresponde as expectativas criadas referentes à áurea nefasta do Myers que, em si, são mais assustadoras que as próprias ações do personagem. Para concepção atmosférica, se sobressai o uso da câmera subjetiva que coopera no estabelecimento de apreensão ao fazer o espectador se questionar sobre a existência, identidade e motivações de um potencial indivíduo a espreita. Corroborando, a trilha sonora, perpetuada pela Halloween Theme (Main Title) de John Carpenter, é eficaz ao imprimir tensão nos momentos em que é requisitada. No mais, é interessante exaltar que, embora muitos dos acontecimentos sejam desenvolvidos em ambientação noturna - exponencial clichê do gênero -, o que bastante distingue a película das vindouras produções que iria influenciar (como Sexta-Feira 13), é sua localidade urbana que difere dos cenários escusos exauridamente utilizados.

Ínclito em seu período de lançamento, porém hoje antiquado, Halloween: A Noite do Terror é aclamado pelo público de longa data e rejeitado por aqueles de acervo cinematográfico mais jovem, pois, ao passo que inspirou dezenas de obras, também se viu superado por elas.

Matheus J. S.

Assista e Kontamine-se

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Halloween: O Início
 

Ficha Técnica:

Data de lançamento (EUA): 25 de outubro de 1978

Direção: John Carpenter

Elenco: Jamie Lee Curtis, Donald Pleasence, Nancy Kyes…

Gênero: Terror

Nacionalidade: EUA

Sinopse (Google):

Um maníaco retorna à sua cidade natal para continuar o terror que ele começou há quinze anos.

Avaliação:

IMDb: 7,8

Rotten: 95%

Metacritic: 80%

Filmow (média geral): 3,7

Adoro Cinema (usuários): 3,7

Kontaminantes (Matheus J. S.): 7