Assim como frisado na crítica de Shaun, o Carneiro, Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica é uma obra que se encontra no patamar em que está somente por conta do ano caótico que foi 2020. Dito isso, o filme é mais uma animação medíocre que ganha destaque em um período com tantas produções opacas.

No entanto, apesar do que foi grifado anteriormente, Onward (título original) não é um longa ruim. A familiaridade da narrativa contada rapidamente contagia o espectador, o que se articula através de uma introdução lesta e uma estrutura de três atos muito bem segmentada. Outro elemento que se destaca logo de cara é o design ímpar dos cenários que moldam o palco do enredo, sendo este bastante lúdico e corroborando a concepção de mundo estabelecida pelos parâmetros que regem a infraestrutura do texto.

Nesse sentido, os traços que caracterizam os personagens cooperam a construção de uma forte personalidade visual, evocando uma atmosfera pueril e identitária, por conseguinte. Posto isto, a mitologia do universo retratado reverencia em todos os âmbitos os jogos de RPG, tanto por intermédio da diegese quanto pelas decisões que as personas tomam e as soluções encontradas para resolução de confrontos.

Concernente aos protagonistas, Barley e Ian têm idiossincrasias antagônicas, o que serve para criar um contraste que enseja a erupção de conflitos e faz com que eles se desenvolvam individualmente entre si. Essa distinção de caráter também é responsável pelas principais piadas do entrecho, dando origem a uma dinâmica orgânica e inerme em que a dupla se complementa através das diferenças. Sobretudo, é sob esse arco que o roteiro implementa suas mensagens centrais a respeito de fraternidade, estas que, embora um tanto quanto fleumáticas, transparecem a espirituosidade da trama.

Dessa forma, o script é o maior obstáculo para que a película supere sua própria mediocridade. A narrativa cresce de modo constante, porém com base em axiomas genéricos, sobrando pouco espaço para que a jornada dos irmãos reserve algum tipo de surpresa. Tal abordagem branda pode ser um empecilho para públicos com maior acervo cinematográfico se envolverem mais intimamente com a obra, visto que a trivialidade do longa marca sua principal característica.

Por fim, mesmo que uma cena ou outra se sobressaia mais que as demais e o ritmo enérgico impeça que o filme se torne letárgico, Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica é uma produção demasiado comedida que se apega demais às fórmulas do gênero.

Matheus J. S.

 

Assista e Kontamine-se

 

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Ficha Técnica:

Data de lançamento (Brasil): 05 de março de 2020

Direção: Dan Scanlon

Elenco: Tom Holland, Chris Pratt, Julia Louis-Dreyfus…

Gênero: Animação

Nacionalidade: EUA

Sinopse (Adoro Cinema):

Na animação da Disney, Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica, em um local onde as coisas fantásticas parecem ficar cada vez mais distantes de tudo, dois irmãos elfos adolescentes embarcam em uma extraordinária jornada para tentar redescobrir a magia do mundo ao seu redor.

Avaliação:

IMDb: 7,4

Rotten: 88%

Metacritic: 61%

Filmow (média geral): 3,9

Adoro Cinema (usuários/adorocinema): 4,2/4,0

Kontaminantes (Matheus J. S.): 5,5

Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica

Assim como frisado na crítica de Shaun, o Carneiro, Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica é uma obra que se encontra no patamar em que está somente por conta do ano caótico que foi 2020. Dito isso, o filme é mais uma animação medíocre que ganha destaque em um período com tantas produções opacas.

No entanto, apesar do que foi grifado anteriormente, Onward (título original) não é um longa ruim. A familiaridade da narrativa contada rapidamente contagia o espectador, o que se articula através de uma introdução lesta e uma estrutura de três atos muito bem segmentada. Outro elemento que se destaca logo de cara é o design ímpar dos cenários que moldam o palco do enredo, sendo este bastante lúdico e corroborando a concepção de mundo estabelecida pelos parâmetros que regem a infraestrutura do texto.

Nesse sentido, os traços que caracterizam os personagens cooperam a construção de uma forte personalidade visual, evocando uma atmosfera pueril e identitária, por conseguinte. Posto isto, a mitologia do universo retratado reverencia em todos os âmbitos os jogos de RPG, tanto por intermédio da diegese quanto pelas decisões que as personas tomam e as soluções encontradas para resolução de confrontos.

Concernente aos protagonistas, Barley e Ian têm idiossincrasias antagônicas, o que serve para criar um contraste que enseja a erupção de conflitos e faz com que eles se desenvolvam individualmente entre si. Essa distinção de caráter também é responsável pelas principais piadas do entrecho, dando origem a uma dinâmica orgânica e inerme em que a dupla se complementa através das diferenças. Sobretudo, é sob esse arco que o roteiro implementa suas mensagens centrais a respeito de fraternidade, estas que, embora um tanto quanto fleumáticas, transparecem a espirituosidade da trama.

Dessa forma, o script é o maior obstáculo para que a película supere sua própria mediocridade. A narrativa cresce de modo constante, porém com base em axiomas genéricos, sobrando pouco espaço para que a jornada dos irmãos reserve algum tipo de surpresa. Tal abordagem branda pode ser um empecilho para públicos com maior acervo cinematográfico se envolverem mais intimamente com a obra, visto que a trivialidade do longa marca sua principal característica.

Por fim, mesmo que uma cena ou outra se sobressaia mais que as demais e o ritmo enérgico impeça que o filme se torne letárgico, Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica é uma produção demasiado comedida que se apega demais às fórmulas do gênero.

Matheus J. S.

 

Assista e Kontamine-se

 

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Ficha Técnica:

Data de lançamento (Brasil): 05 de março de 2020

Direção: Dan Scanlon

Elenco: Tom Holland, Chris Pratt, Julia Louis-Dreyfus…

Gênero: Animação

Nacionalidade: EUA

Sinopse (Adoro Cinema):

Na animação da Disney, Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica, em um local onde as coisas fantásticas parecem ficar cada vez mais distantes de tudo, dois irmãos elfos adolescentes embarcam em uma extraordinária jornada para tentar redescobrir a magia do mundo ao seu redor.

Avaliação:

IMDb: 7,4

Rotten: 88%

Metacritic: 61%

Filmow (média geral): 3,9

Adoro Cinema (usuários/adorocinema): 4,2/4,0

Kontaminantes (Matheus J. S.): 5,5