2 de fevereiro de 2022

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A Vida Depois

Pôster

Em abril de 2022, o Massacre de Columbine fará 23 anos. Conhecido por ser o primeiro tiroteio efetuado por alunos em escolas estadunidenses que influenciou uma série de tragédias depois, o evento sangrento é constantemente recordado pelo universo do entretenimento, já tendo sido retratado em séries, como no caso de American Horror Story, e inspirado filmes, sendo Elefante o principal exemplo. Posto isto, A Vida Depois, ainda que não aborde diretamente a chacina supracitada, faz paralelo com todos os massacres ocorridos em escolas ao redor do mundo.
Diferentemente das demais produções do gênero, o longa não foca nos assassinos tampouco em suas motivações, aqui os holofotes são direcionados aos sobreviventes da hecatombe e o que eles podem fazer para seguir em frente. Ao optar por suprimir a identidade dos atiradores, a película não atribui um rosto aos criminosos com o intuito de fazê-los representar uma mazela social, e não os individualiza a fim de eximir a culpa de pessoas específicas. Essa estratégia, aliada à omissão da tragédia em si, possibilita que as vítimas recebam todo o realce e tenham os seus traumas devidamente trabalhados. Logo, é essencial que se estabeleça um forte laço com as figuras em tela.
Nesse sentido, desde os minutos incipientes o espectador é apresentado a Vada, protagonista da obra. O carisma desta é o elemento principal para que o público se conecte a ela em um primeiro momento e possa posteriormente ser enternecido pelos conflitos que a afligem. Tal elo permite que o assistente simpatize até com os semblantes adjacentes à jovem, mesmo que menos entusiásticos, pois o espectador compreende a importância deles na vida da personagem. Dito isso, o entrecho conduz as emoções do público de acordo com esse vínculo preestabelecido, fazendo com que o assistente se divirta, ria e chore com Vada. Em outras palavras, A Vida Depois é, sobretudo, o filme de uma garota que começa a se descobrir como parte do processo de recuperação de um traumático infortúnio em sua vida.  
Contudo, sua relação com alguns coadjuvantes, em especial os pais, não recebe o mesmo cuidado, visto que o roteiro institui certo distanciamento entre os membros do núcleo familiar e jamais o explora, ao passo que busca remediar tal fato com cenas avulsas no terço final do longa. Outrossim, ainda que os rostos periféricos sirvam como diferentes meios para a protagonista encontrar subterfúgios que a ajudem a lidar com o abalo emocional, a inserção intermitente destes propicia uma narrativa episódica que destoa da verossimilhança que o enredo objetiva apregoar. Ou seja, é como se cada personagem representasse a introdução em um mundo à parte dentro da diegese da produção. Ademais, vale frisar que as subtramas concomitantes ao arco central não têm desfecho, o que é frustrante considerando todo o desenvolvimento até então executado pela urdidura.
Em última análise, A Vida Depois tem algumas pontas soltas, entretanto, o equilíbrio com que o entrecho orquestra temas como tragédia e autoconhecimento enaltecem a experiência.
Matheus J. S.
 
Assista e Kontamine-se
 
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Ficha Técnica:
Data de lançamento (HBO Max): 27 de janeiro de 2022
Direção: Megan Park
Elenco: Jenna Ortega, Maddie Ziegler, Niles Fitch…
Gênero: Drama
Nacionalidade: EUA

Sinopse (Filmow):
Uma jovem (Jenna Ortega) precisa navegar por uma queda emocional após uma tragédia em sua escola afetar seus relacionamentos com a família, amigos e a forma que vê o mundo.

Avaliação:
IMDb: 7,2
Rotten: 92%
Metacritic: 84%
Filmow (média geral): 3,6
Adoro Cinema (usuários): 3,1
Kontaminantes (Matheus J. S.): 8
Avaliação


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