Em um ano no qual a Marvel apresentou ao mundo Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, é um sacrilégio também lançar Eternos. Isto é, o filme da diretora Chloé
Zhao é simplesmente um dos piores capítulos do UCM.
Em primeira análise, Eternos tem um prólogo onde a inserção dos heróis e
os poderes de cada um são definidos com clareza, orientando o público para não
se perder em meio aos vários rostos que estrelam a obra. No entanto, a
preferência por uma narrativa fragmentada entre tempos remotos e dias atuais,
faz com que seja necessária uma reintrodução dos personagens, ou seja, enquanto o
arco no passado funciona para instituir o relacionamento entre os membros da
equipe e contextualizar os assistentes acerca de acontecimentos que repercutem
no presente, o plot nos dias de hoje peca ao separar o time e postergar
a inclusão dos melhores integrantes. Dito isso, o longa opta por focar, a
princípio, nos Eternos menos entusiásticos (Ikaris, Sersi e Sprite), além de
perder tempo em um relacionamento insípido (Ikaris e Sersi) que, ademais dos
atores não possuírem química em tela, o outro par romântico de Sersi ser muito
mais carismático.
Na ausência de elementos cativantes que pudessem deixar o trio atrativo,
o script se debruça sobre subnúcleos dramáticos que também não têm
efeito. Isso ocorre devido à ânsia que o enredo possui de atribuir importância
ao seu escopo gigantesco de personagens, resultando em um amontoado de coisas
que se atropelam ao tentar emendar um tópico atrás do outro. Desse modo, os
semblantes que se destacam pelo carisma (Gilgamesh e Kingo) ou pela forte
personalidade (Druig e Makkari) são afetados pelo pouco espaço que o roteiro os
confere, ou seja, eles jamais atingem o potencial que ostentam. A forma que os
conflitos dos heróis são tratados é igualmente problemática, pois o texto
recorre a diálogos expositivos para elucidar dilemas que não deveriam ser
verbalizados. Vale frisar que a película arquiteta tais sequências da maneira
mais clichê possível, inoculando uma música blasé que prelude a catarse e tem
como intuito acentuar a emoção do respectivo momento.
Por sua vez, a jocosidade é um fator determinante para o insucesso do
filme. Embora a produção tente se distanciar da fórmula Marvel ao apostar em
uma trama teoricamente mais circunspecta, o longa nunca abraça integralmente
sua proposta e se permite engendrar piadas como se buscasse o beneplácito do
público geral. Ao passo que Kingo funciona como alívio cômico conciso, seu
mordomo é exagerado e quebra o ritmo de cenas que deveriam ser tensas. Nesse contexto,
a obra também é descomedida na hora de fazer os seus personagens posarem; é
operante da primeira vez, mas depois se torna brega e repetitivo. De similar
modo, os trechos de combate se reciclam ao correr do entrecho, enquanto a
efusão de acontecimentos simultâneos prejudica a compreensão do que está
havendo.
Entretanto, convém salientar que a ação do bloco final é eficiente. Em
outras palavras, o espectador consegue entender o segmento e apreciar a
sintonia dos golpes e como os distintos poderes dos heróis são aplicados. A
única sobra é o Deviante, este que faz o papel de um antagonista, mesmo sem a
necessidade de estender a ameaça já bastante complexa enfrentada pela equipe.
Outrossim, o design dos vilões é genérico, ao passo que o visual do
Arishem, em contraponto, imprime uma magnitude cósmica que faz jus à natureza
dos Celestiais. Em face disso, todas as aparições da entidade trazem um frescor
bem-vindo ao enredo oriundo do contraste que este gera com as outras figuras em
tela, bem como a imensidão de possibilidades geradas para o futuro do UCM.
Por último, Eternos tem um primeiro ato infindável que dificulta o
engajamento na trama, assim como um núcleo de personagens discrepantes entre
si. Ademais, a falta de tato ao lidar com o drama de seus principais semblantes
e a frequência de piadas bobas fazem com que a produção se aproxime ainda mais
dos títulos que procura evitar.
Matheus J. S. 3
Uma produção atípica da Marvel, Eternos é um filme introdutório e tem
foco na relação daqueles que dão nome à obra.
O filme se passa em diferentes tempos e insere na história da Terra a
participação dos Eternos, onde tais participações são tanto apresentadas em
tela como citadas pelos personagens, isso é com certeza um instrumento
fundamental para o brilho do longa. Algo interessante é que mesmo nos créditos
esse aspecto é mantido, onde por meio das imagens de fundo é mostrado cenas de
mitos conhecidos e arquiteturas antigas, mas atuadas pelos Eternos.
Como dito anteriormente, o filme foca na relação dos Eternos, não
somente entre eles mas também com as populações com quem conviveram. Cada
personagem possui um tempo de tela focando nele, muitas vezes compartilha pouco
tempo com outros, e mesmo que alguns apareçam mais, nenhum deles é deixado
totalmente de lado. Com a presença de todos (ou pelo menos alguns) em
sequências permeadas principalmente por diálogos, é fácil criar carisma por
cada um.
Embora a maior parte dos personagens tenham sido bem utilizados, com um
deles ocorre o contrário. (SPOILERS A SEGUIR)
Por sua vez, o Deviante que absorve os poderes é usado para desenvolver partes
importantes, porém quando dá a entender que ele passará a ter uma maior importância
para a trama, simplesmente ele é descartado, tendo sua última participação
ofuscada pelos outros acontecimentos simultâneos. (FIM
DOS SPOILERS)
Por fim, é importante ressaltar que durante todo o longa há diversas
piadas, mas estas não chegam a cansar, e o uso em momentos com tom mais sério
funcionam muito bem. Com cenários lindos e um desenrolar que preza por um ritmo
mais lento, tendo tempo para desenvolver seus personagens e relações, pode-se
dizer que Eternos é um ótimo filme, não somente no ramo de super heróis.
Murillo J. S. 8
Assista e
Kontamine-se
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Ficha
Técnica:
Data de lançamento (Brasil): 04 de novembro de
2021
Direção: Chloé Zhao
Elenco: Gemma Chan, Richard Madden, Salma Hayek…
Gênero: Ação
Nacionalidade: EUA
Sinopse
(Filmow):
Originários dos primeiros
seres a terem habitado a Terra, Os Eternos fazem parte de uma raça modificada
geneticamente pelos deuses espaciais conhecidos como Celestiais.
Avaliação:
IMDb: 6,5
Rotten: 48%
Metacritic: 52%
Filmow (média geral):
3,5
Adoro Cinema
(usuários/adorocinema): 3,7/3,5
Kontaminantes (média): 5,5
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