19 de fevereiro de 2022

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Eternos

Pôster

Em um ano no qual a Marvel apresentou ao mundo Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, é um sacrilégio também lançar Eternos. Isto é, o filme da diretora Chloé Zhao é simplesmente um dos piores capítulos do UCM.
Em primeira análise, Eternos tem um prólogo onde a inserção dos heróis e os poderes de cada um são definidos com clareza, orientando o público para não se perder em meio aos vários rostos que estrelam a obra. No entanto, a preferência por uma narrativa fragmentada entre tempos remotos e dias atuais, faz com que seja necessária uma reintrodução dos personagens, ou seja, enquanto o arco no passado funciona para instituir o relacionamento entre os membros da equipe e contextualizar os assistentes acerca de acontecimentos que repercutem no presente, o plot nos dias de hoje peca ao separar o time e postergar a inclusão dos melhores integrantes. Dito isso, o longa opta por focar, a princípio, nos Eternos menos entusiásticos (Ikaris, Sersi e Sprite), além de perder tempo em um relacionamento insípido (Ikaris e Sersi) que, ademais dos atores não possuírem química em tela, o outro par romântico de Sersi ser muito mais carismático. 
Na ausência de elementos cativantes que pudessem deixar o trio atrativo, o script se debruça sobre subnúcleos dramáticos que também não têm efeito. Isso ocorre devido à ânsia que o enredo possui de atribuir importância ao seu escopo gigantesco de personagens, resultando em um amontoado de coisas que se atropelam ao tentar emendar um tópico atrás do outro. Desse modo, os semblantes que se destacam pelo carisma (Gilgamesh e Kingo) ou pela forte personalidade (Druig e Makkari) são afetados pelo pouco espaço que o roteiro os confere, ou seja, eles jamais atingem o potencial que ostentam. A forma que os conflitos dos heróis são tratados é igualmente problemática, pois o texto recorre a diálogos expositivos para elucidar dilemas que não deveriam ser verbalizados. Vale frisar que a película arquiteta tais sequências da maneira mais clichê possível, inoculando uma música blasé que prelude a catarse e tem como intuito acentuar a emoção do respectivo momento.
Por sua vez, a jocosidade é um fator determinante para o insucesso do filme. Embora a produção tente se distanciar da fórmula Marvel ao apostar em uma trama teoricamente mais circunspecta, o longa nunca abraça integralmente sua proposta e se permite engendrar piadas como se buscasse o beneplácito do público geral. Ao passo que Kingo funciona como alívio cômico conciso, seu mordomo é exagerado e quebra o ritmo de cenas que deveriam ser tensas. Nesse contexto, a obra também é descomedida na hora de fazer os seus personagens posarem; é operante da primeira vez, mas depois se torna brega e repetitivo. De similar modo, os trechos de combate se reciclam ao correr do entrecho, enquanto a efusão de acontecimentos simultâneos prejudica a compreensão do que está havendo.
Entretanto, convém salientar que a ação do bloco final é eficiente. Em outras palavras, o espectador consegue entender o segmento e apreciar a sintonia dos golpes e como os distintos poderes dos heróis são aplicados. A única sobra é o Deviante, este que faz o papel de um antagonista, mesmo sem a necessidade de estender a ameaça já bastante complexa enfrentada pela equipe. Outrossim, o design dos vilões é genérico, ao passo que o visual do Arishem, em contraponto, imprime uma magnitude cósmica que faz jus à natureza dos Celestiais. Em face disso, todas as aparições da entidade trazem um frescor bem-vindo ao enredo oriundo do contraste que este gera com as outras figuras em tela, bem como a imensidão de possibilidades geradas para o futuro do UCM.
Por último, Eternos tem um primeiro ato infindável que dificulta o engajamento na trama, assim como um núcleo de personagens discrepantes entre si. Ademais, a falta de tato ao lidar com o drama de seus principais semblantes e a frequência de piadas bobas fazem com que a produção se aproxime ainda mais dos títulos que procura evitar.
Matheus J. S.  3

Uma produção atípica da Marvel, Eternos é um filme introdutório e tem foco na relação daqueles que dão nome à obra.
O filme se passa em diferentes tempos e insere na história da Terra a participação dos Eternos, onde tais participações são tanto apresentadas em tela como citadas pelos personagens, isso é com certeza um instrumento fundamental para o brilho do longa. Algo interessante é que mesmo nos créditos esse aspecto é mantido, onde por meio das imagens de fundo é mostrado cenas de mitos conhecidos e arquiteturas antigas, mas atuadas pelos Eternos.
Como dito anteriormente, o filme foca na relação dos Eternos, não somente entre eles mas também com as populações com quem conviveram. Cada personagem possui um tempo de tela focando nele, muitas vezes compartilha pouco tempo com outros, e mesmo que alguns apareçam mais, nenhum deles é deixado totalmente de lado. Com a presença de todos (ou pelo menos alguns) em sequências permeadas principalmente por diálogos, é fácil criar carisma por cada um.
Embora a maior parte dos personagens tenham sido bem utilizados, com um deles ocorre o contrário. (SPOILERS A SEGUIR) Por sua vez, o Deviante que absorve os poderes é usado para desenvolver partes importantes, porém quando dá a entender que ele passará a ter uma maior importância para a trama, simplesmente ele é descartado, tendo sua última participação ofuscada pelos outros acontecimentos simultâneos. (FIM DOS SPOILERS)
Por fim, é importante ressaltar que durante todo o longa há diversas piadas, mas estas não chegam a cansar, e o uso em momentos com tom mais sério funcionam muito bem. Com cenários lindos e um desenrolar que preza por um ritmo mais lento, tendo tempo para desenvolver seus personagens e relações, pode-se dizer que Eternos é um ótimo filme, não somente no ramo de super heróis.
Murillo J. S.  8
 
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Ficha Técnica:
Data de lançamento (Brasil): 04 de novembro de 2021
Direção: Chloé Zhao
Elenco: Gemma Chan, Richard Madden, Salma Hayek…
Gênero: Ação
Nacionalidade: EUA

Sinopse (Filmow):
Originários dos primeiros seres a terem habitado a Terra, Os Eternos fazem parte de uma raça modificada geneticamente pelos deuses espaciais conhecidos como Celestiais.

Avaliação:
IMDb: 6,5
Rotten: 48%
Metacritic: 52%
Filmow (média geral): 3,5
Adoro Cinema (usuários/adorocinema): 3,7/3,5
Kontaminantes (média): 5,5
Avaliação


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