Após limpar o nome de O Esquadrão Suicida e mostrar que a DC tem sim
potencial, James Gunn retorna ao comando de uma produção do estúdio para
dirigir Pacificador. Como provavelmente você já notou em meio a todo o
burburinho que a série tem feito, a empreitada foi bem-sucedida.
Em primeira análise, Pacificador é um programa escrachado. Nesse
sentido, a produção tem a necessidade de incutir piada em tudo, mesmo durante
as cenas em que apenas coadjuvantes terciários estão em cena. Essa empreitada
inicialmente não funciona porque o espectador não teve tempo para desenvolver
simpatia pelos personagens, ou seja, falta equilíbrio ao cadenciar a abordagem
sobre cada um dos rostos. Por outro lado, tal acometida opera com eficiência
sobre o protagonista, pois essa característica espalhafatosa faz parte de sua
personalidade e foi previamente estabelecida.
Contudo, apesar de os primeiros episódios exigirem um pouco da paciência
do público para se acostumar aos excessos da narrativa, Pacificador é,
sobretudo, uma série autêntica que não se abstém de seu principal traço em
momento algum ou para agradar alguém. Dito isso, o assistente se afeiçoa
gradualmente aos semblantes destacados e, embora as piadas se prolonguem mais
do que aparentemente é necessário e os diálogos sejam exagerados, todos esses
aspectos são facilmente absorvidos ao longo dos capítulos conforme o espectador
compreende a proposta da produção e se familiariza às figuras que o estrelam.
Posto isto, John Cena, como o protagonista do programa, está extremamente
confortável no papel. O ator se entrega completamente à galhofagem que o texto
o incumbe, além de esbanjar carisma e convencer no que diz respeito aos
conflitos que o afligem. Por sua vez, Vigilante é outro "herói" que
se destaca, seja por conta de sua dinâmica com o Pacificador ou pelas
excentricidades que constituem o seu caráter. Em contraparte, Judomaster, ainda
que bastante enfático nos episódios incipientes, é descartado ao longo da produção
e tem o seu realce no capítulo sete totalmente descontinuado no episódio
seguinte que encerra a temporada. Vale ressaltar que o Dragão Branco, como um
dos antagonistas, serve para atribuir estofo ao plot do Chris e fazê-lo
encarar os demônios de seu passado.
Outrossim, a produção objetiva traçar diversas reflexões que vão desde
alfinetadas políticas à intolerância e desenvolvimento pessoal. No entanto,
nenhum desses arcos é suficientemente trabalhado ao ponto de tecer um comentário
socialmente relevante, especialmente por conta de o drama dos personagens ser inoculado por meio de falas nada sutis. Todavia, a série tem maior êxito ao
apresentar a evolução de seus personagens por intermédio de recursos visuais,
como acontece quando Chris, após demonstrar falta de jeito ao pular, consegue
efetuar um salto perfeito como forma de expressar as mudanças idiossincráticas
pelas quais ele passa.
Enfim, a primeira temporada de Pacificador é saturada em seus primórdios
e jamais solidifica os seus debates, porém, é divertida, hilária e
progressivamente envolvente.
Matheus J. S.
Assista e
Kontamine-se
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Ficha Técnica:
Primeiro episódio: 13 de janeiro de 2022
Criada por: James Gunn
Com: John Cena, Danielle Brooks, Freddie Stroma…
País: EUA
Gênero: Ação
Status: Renovada
Duração (aproximada): 30 - 60 minutos
Sinopse
(Filmow):
A série explorará as
origens do Pacificador, um homem que acredita na paz a qualquer custo – não
importa quantas pessoas ele tenha que matar para obtê-la.
Avaliação (1ª Temporada):
IMDb (2022- ): 8,5
Rotten: 95%
Metacritic: 69%
Filmow (média geral):
4,3
Adoro Cinema
(usuários): 4,0
Kontaminantes (Matheus J. S.): 7,5
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