Quando Free Guy estreou, grande parte do público alegou ter se divertido
e muitos críticos atribuíram boas notas ao filme. Contudo, embora a produção
aparentasse fazer parte de um grande surto coletivo onde todos diziam gostar do
resultado visto nas telonas, o longa se mostrou verdadeiramente cativante e
entusiástico.
Primariamente, Assumindo o Controle é uma obra que apresenta inúmeras
possibilidades. Dito isso, o fato de grande parte da estória se passar dentro
de um jogo propicia oportunidades para a película brincar com o visual e a
cenografia de sua narrativa, criando sequências hilárias a partir da interação
do protagonista com os elementos extradiegéticos do game que apenas os
jogadores deveriam ver, como ícones, boosters e escolhas concernentes ao
modo de jogabilidade. Dessa maneira, o audiovisual emula um jogo em muitas de
suas características, o que se reflete também no figurino ao permitir que
distintos avatares de modalidades diversas contracenem, ensejando uma mistura
entre raças e espécies fictícias.
Sobretudo, Free Guy é um filme efusivo em que sempre está
acontecendo alguma coisa. O início frenético já apregoa esse caráter do enredo,
o que é ratificado pela trilha repleta de canções que praticamente se atropelam,
as referências à cultura pop e consecutivas sequências de ação que transmitem
com vigor a lepidez diegética. Posto isto, as cenas mais ágeis são inteligíveis
e se apropriam de um slow motion funcional que compactua com a proposta
jocosa do texto, além de os efeitos endossarem com propriedade a tarefa de conferir
verossimilhança aos eventos correntes. Vale ressaltar, ademais, que os excessos
da produção também afetam a construção de piadas que, por vezes, soam demasiado
compelidas.
No que concerne aos personagens, a maioria das figuras dentro e fora do
game são interessantes. As principais exceções se referem à persona do Taika
Waititi, que é caricata, e ao policial Buddy que poderia ser descartado sem
causar qualquer interferência na trama. Convém salientar que o romance entre Guy
e Molotvgirl, apesar de ser relevante para o desenvolvimento do entrecho, engendra
momentos demasiado estafantes. Dessa forma, as virtudes que o respectivo
relacionamento tem provém da capacidade inventiva que o roteiro possui de o
vincular ao escopo narrativo, visto que o script é assaz inteligente ao
conectar todos os seus pontos de modo carismático e congruente. Outrossim, cabe
destacar que o entrecho ainda pincela debates sobre inteligência
artificial, não é nada profundo e tampouco tem a intenção de ser, mesmo assim consegue
apresentar estofo suficiente para solidificar a urdidura.
Por último, Free Guy: Assumindo o Controle é uma obra divertida, calorosa
e criativa que funciona como excelente passatempo.
Matheus J. S.
Assista e
Kontamine-se
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Ficha
Técnica:
Data de lançamento (Brasil): 19 de agosto de
2021
Direção: Shawn Levy
Elenco: Ryan Reynolds, Jodie Comer, Lil Rel
Howery…
Gênero: Aventura
Nacionalidade: EUA
Sinopse
(Filmow):
Um caixa de banco, preso
em sua rotina, descobre que ele é um personagem de fundo em um jogo de
ação-aventura realista.
Avaliação:
IMDb: 7,2
Rotten: 80%
Metacritic: 62%
Filmow (média geral):
3,5
Adoro Cinema
(usuários/adorocinema): 4,0/3,5
Kontaminantes (Matheus J. S.): 7,5
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