Após o fiasco que foi Homem-Aranha: Longe de Casa, o novo filme do
teioso chegou aos cinemas repleto de expectativas mediante as supostas aparições
dos intérpretes anteriores do personagem. Responsável por encerrar a trilogia
estrelada por Tom Holland, esse terceiro longa carrega consigo o fardo de
atender aos anseios de milhões de fãs ao redor do mundo, possuindo também o
privilégio ou ônus de ser a produção mais aguardada do universo Marvel desde
Ultimato.
Tendo início imediatamente após os eventos da película anterior, a obra
tem os minutos incipientes marcados por uma montagem frenética que reflete o
caos instaurado na vida do Peter após a revelação de sua identidade. É uma
introdução dinâmica que apresenta os efeitos causados pelo plano do Mysterio, o
que desencadeia os principais conflitos do entrecho e salienta um forte senso
de causa e consequência dentro da franquia. Outro elemento que tem ênfase desde
o princípio é o CGI, que tem o seu realce na dimensão espelhada e em momento
algum satura ou afeta a performance coreográfica dos atores.
Concernente aos vilões, a reciclagem de antagonistas de filmes
anteriores permite que o script tenha maior espaço para explorar seu
protagonista, visto que não há necessidade de introduzir e desenvolver um novo
rival. Apesar dessa preservação de personagens, o longa se encarrega de
atribuir um visual novo a alguns desses semblantes (Dr. Octopus, Electro e
Duende Verde), trazendo um frescor revigorante ao design da película por
meio de justificativas plausíveis apregoadas pelo texto. Vale ressaltar que a
personalidade dos inimigos se adapta ao tom mais leve da trilogia, o que condiz
com a abordagem lúdica do UCM, mas gera contradição com elementos impostos nas
produções canônicas. (SPOILERS A SEGUIR) Também
convém frisar que as cenas do Homem-Areia e do Lagarto como humanos são toscas,
pois são sequências literalmente reutilizadas das películas precursoras. (FIM DOS SPOILERS)
Sobretudo, Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa é um filme do Tom Holland.
Em face disso, o fio narrativo é conduzido a partir das escolhas que o cabeça
de teia toma e como elas reverberam em sua jornada pessoal de aprendizagem,
erros e redenção; nesse quesito, o roteiro demonstra proficiência ao trabalhar
traços idiossincráticos do personagem, como a inteligência, e características
que tanto foram criticadas anteriormente pelo público, fornecendo-o um desfecho
digno do Aranha dos quadrinhos de forma orgânica e cativante. (SPOILERS A SEGUIR) Posto isto, a morte da tia May no
meio da obra tem um impacto maior do que se fosse ao fim, considerando que o
Peter tem tempo para digerir esse fato e o enredo o utiliza como catalisador
das principais transformações sobre o caráter do herói.
Outrossim, as aguardadas aparições de Tobey Maguire e Andrew Garfield se
articulam como uma bem-vinda surpresa nostálgica que honra todas as versões do
amigo da vizinhança nos cinemas. Nesse sentido, o diretor gerencia com primazia
a dinâmica dos três Parker's juntos, brincando com as semelhanças e diferenças
que o trio possui. O script também é atencioso quanto ao passado das
figuras em questão, usando circunstâncias trágicas de suas vidas para o
desenvolvimento de Peter (Holland) e a conclusão de assuntos inacabados que os
assombram, como a culpa que Andrew sente por não ter salvado a Gwen.
Entretanto, a participação deles jamais rouba os holofotes de Tom, o que se
deve ao meticuloso roteiro e o desempenho cênico do ator. (FIM DOS SPOILERS)
Dito isso, Tom Holland encontra em Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa sua
melhor atuação sob o manto do herói. Em outras palavras, é uma performance
carregada por uma versatilidade emocional que acompanha o crescimento da
persona por todas as fases pela qual esta passa. Dessa maneira, o astro entrega
com brilhantismo desde a ingenuidade primordial do escalador de paredes até os
momentos de maior furor, dramaticidade e ternura. Destarte, o restante do
elenco está igualmente bem, com destaque para Willem Dafoe que incorpora com
comodidade a insanidade do Duende.
Por fim, os coadjuvantes merecem nota. Ned, além de ser o alívio cômico,
é o responsável por alguns dos segmentos mais divertidos do longa, ainda que
eles quebrem conceitos previamente estabelecidos no UCM. MJ, por sua vez,
constitui a argamassa sentimental do arco do protagonista, enquanto o Doutor
Estranho exerce suas funções para a trama funcionar e tem o tempo de tela
encurtado de modo convincente dentro dos parâmetros da estória. Todavia, J. J.
Jameson, embora conte com o carisma de seu intérprete J. K. Simmons, pouco tem
a fazer, servindo como um mero fan-service.
No mais, Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa é um tributo eficiente ao
universo do teioso nas telonas que, mesmo com alguns furos de roteiro, consegue
encerrar a trilogia do personagem de forma grandiosa.
Matheus J. S. 8,5
O novo filme do Homem-Aranha, talvez o personagem mais querido da
Marvel, adquiriu grandes expectativas através de trailers e pôsteres e,
principalmente, de teorias criadas por diversos fãs da Marvel e do herói. Para
não decepcionar, o filme não poderia ser apenas bom, mas criar uma simbiose
entre o que já era esperado e o que seria uma surpresa.
Em relação ao que já era esperado, como a presença de vilões já
conhecidos pelo cinema, foi suprido as expectativas e se mostrou surpreendente
em certos aspectos. Alguns vilões não apresentaram nada demais, enquanto outros
já tiveram participações mais relevantes e apresentaram até mesmo mais do que
no primeiro filme que apareceram. O mesmo acontece com outros personagens ou
acontecimentos. Por um lado, J. J. Jameson, interpretado por J. K. Simons, não
teve cenas engraçadas como estamos acostumados, e em suas cenas mais relevantes
qualquer outro jornalista poderia ter feito, o que faz a aparição da persona
ser desnecessária. Por outro lado, existe cenas que remetem às produções
anteriores que são tão surpreendentes quanto emocionantes.
Os personagens que já conhecemos desta trilogia também foram bem
alocados no enredo. Ned e M. Jane não ficaram despercebidos em meio a tantos
personagens marcantes, sendo importante ressaltar que qualquer tipo de grupo
existente no longa tem o seu brilho. Também deve-se mencionar um personagem
dentre os outros, o Duende Verde. O vilão consegue estar melhor do que no filme
de 2002, mais complexo e igualmente maléfico, ele é integrante das melhores
lutas contra Peter, dois excelentes e bem coreografados confrontos de encher os
olhos.
Com sequências impactantes, momentos cheios de emoção, Homem-Aranha: No
Way Home é um excelente filme do MCU e uma bela homenagem a todos os filmes do
Homem-Aranha, possui alguns defeitos, mas que pouco incomodam em um filme tão
bom e divertido.
Murillo J. S. 9,5
Assista e
Kontamine-se
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Ficha Técnica:
Data de lançamento (Brasil): 16 de dezembro de
2021
Direção: Jon Watts
Elenco: Tom Holland, Zendaya, Benedict
Cumberbatch…
Gênero: Ação
Nacionalidade: EUA
Sinopse:
Após
ter sua identidade revelada por Mysterio, Peter Parker tem que lidar com o
fardo de o mundo inteiro saber quem é o Homem-Aranha.
Avaliação:
IMDb: 9,1
Rotten: 94%
Metacritic: 72%
Filmow (média geral):
4,5
Adoro Cinema
(usuários/adorocinema): 4,7/4,0
Kontaminantes (média): 9
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