21 de dezembro de 2021

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CODA

Pôster

Nos últimos anos, movimentos de representatividade têm se manifestado com frequência cada vez maior. A despeito da imane importância social que tais manobras possuem, a indústria cinematográfica encontrou nesse debate uma fonte prolífica de boas estórias a serem contadas. Felizmente esse é o caso de CODA, aposta da Apple TV+ para a temporada de premiações que se iniciam em janeiro.
Primariamente, convém realçar que muito da eficiência do filme provém da capacidade que seus personagens têm de cativar o público. Apresentados desde o princípio com muito carisma, os membros que compõem o núcleo familiar de Ruby possuem excentricidades que são usadas em prol do texto para o espectador criar simpatia por eles. É um relacionamento que evolui organicamente com o passar do longa e corrobora o grau de imersão nos conflitos de cada um, o que gera impasses ao assistente sobre qual lado se posicionar durante os momentos de confronto, haja visto que todas as perspectivas foram maturadas junto ao público e são válidas.
Nesse sentido, a dinâmica que rege o convívio entre os indivíduos consanguíneos é palpável. Apesar dos atritos que esporadicamente irrompem entre eles, o script reitera frequentemente o amor que há ali e a importância de cada familiar na vida um do outro. Convém ressaltar que os coadjuvantes são inseridos para expandir o arco dos semblantes supracitados e complementar o que foi previamente estabelecido. Dito isso, a performance do elenco se manifesta como responsável pelo impacto emocional das sequências mais intensas da película, com destaque para Emilia Jones como Ruby, que interpreta uma garota tímida e retraída, mas que sabe impor sua voz quando necessário.
Concernente ao roteiro, os rumos que o filme toma são clichês, porém condizentes com a proposta da trama e, sobretudo, pertinentes às decisões que a protagonista faz. Entretanto, um dos pilares da narrativa, que é a paixão da personagem pela música, surge fortuitamente na vida da jovem e se afirma como grande objetivo de sua jornada, todavia sem tempo suficiente e desenvolvimento adequado para o espectador comprar a ideia. Outra incongruência do texto diz respeito à necessidade constantemente frisada que a família tem de um intérprete, no entanto o enredo é finalizado antes que esse arco seja concluído.
Acima de tudo, CODA é uma estória sobre inclusão. Dessa forma, o entrecho é bastante hábil ao suscitar questões relacionadas à pauta vigente apenas com a exposição de situações cotidianas que representam empecilhos para essas pessoas, tanto no trabalho quanto em ambientes de lazer, por exemplo. Trata-se de uma abordagem sensível que opta por mostrar em vez de falar, trazendo à tona debates importantes que permeiam a carência de recursos para a inclusão de cidadãos surdos dentro da sociedade. Vale salientar que algumas das cenas mais cômicas estão relacionadas a equívocos utilizando a linguagem de sinais, o que revela uma crítica velada do roteiro à falta de preparo que a maioria das pessoas tem para lidar com a comunidade surda.
Portanto, CODA é uma produção leve, tocante e bem-humorada que compreende os dilemas de seus personagens e discute com sagacidade a participação social ativa de grupos segregados.
Matheus J. S.
 
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Ficha Técnica:
Data de lançamento (EUA): 13 de agosto de 2021
Direção: Siân Heder
Elenco: Emilia Jones, Marlee Matlin, Eugenio Derbez...
Gênero: Drama
Nacionalidade: EUA

Sinopse (Adoro Cinema):
No Ritmo do Coração conta a história de uma família com deficiência auditiva que comanda um negócio de pesca em Gloucester, nos Estados Unidos.

Avaliação:
IMDb: 8,1
Rotten: 96%
Metacritic: 75%
Filmow (média geral): 3,9
Adoro Cinema (usuários): 3,5
Kontaminantes (Matheus J. S.): 8
Avaliação

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