17 de dezembro de 2021

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Vingança e Castigo

Pôster

Embora hoje a popularidade de faroestes não seja tão grande quanto há 70 anos, todo novo filme do gênero desperta curiosidades no espectador para saber qual a novidade que o recém-chegado tem a oferecer. Nesse sentido, ainda que Vingança e Castigo não seja original, o longa consegue chamar atenção pela conservação das características clássicas do western e o fabuloso elenco.
Em primeira análise, este é um longa que se realça mais pelo estilo do que pelo roteiro, sobretudo comunicando-se por meio de imagens em vez de falas. A sequência inicial reitera essa máxima ao apresentar o vilão somente de costas, o que acentua um tom de mistério e apregoa a unicidade estética da película. De modo similar, os segmentos introdutórios de cada personagem expõem as habilidades e o caráter de cada um sem necessitar fazê-lo verbalmente. Outro exemplo se aplica à forma com que o diretor encontra para engrandecer os semblantes em cena e o poderio das equipes unidas, prezando sempre pela centralização das figuras em tela e uma câmera ligeiramente inclinada para cima.
Outrossim, a recorrência de planos-detalhe é mais um artifício que transmite mensagens apenas com o poder da insinuação, seja para estimular tensão ou suscitar desejo e ternura. Posto isto, vale ressaltar que muitos dos elementos de Vingança e Castigo são influenciados por clássicos do gênero e até produções recentes, como Django Livre. Nesse contexto, traços tarantinescos são encontrados no longa, como o zelo por diálogos robustos, uma trilha marcada por faixas ecléticas, close-up's e o uso de contra-plongée. Ademais, destacam-se cenas em slow motion que agregam vistosidade aos blocos mais enérgicos da película.
No que concerne ao script, este segue os moldes tradicionais de um faroeste comum, com poucas subversões de expectativas do público. Dito isso, os antagonistas são puramente maus (com uma exceção que será debatida posteriormente) e o texto não se esforça para humanizá-los, o que é bom, visto que a premissa da obra não requer aprofundamentos e a abordagem escolhida pelo diretor demonstra predileção pelo visual e pelo entretenimento. Por conseguinte, o filme concilia com primazia momentos de apreensão ao frenesi narrativo, cedendo espaço para a comicidade se sobressair com naturalidade e eficiência durante os breves respiros que a trama executa.
Entretanto, o enredo começa a tropeçar a partir do segundo ato com exposições cada vez mais frequentes e um clímax totalmente anticlimático. (SPOILERS A SEGUIR) Isto é, considerando que todo o entrecho vinha preparando o terreno para o embate final, a revelação derradeira de que Nat Love e Rufus Buck são irmãos impede a ocorrência do confronto desejado, além de contradizer a proposta até então efetuada. (FIM DOS SPOILERS) Em síntese, é uma manobra que soa forçada ao tentar promover justificativas para uma incógnita que perdurou até o fim do longa, mas não soube ser ajambrada pelos roteiristas.
Destarte, Vingança e Castigo é uma produção lúdica e tecnicamente impecável que calibra as convenções e clichês do gênero em prol de seu escopo narrativo, ainda que sofra com exposições preguiçosas e um desfecho inconveniente.
Matheus J. S.
 
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Ficha Técnica:
Data de lançamento (Netflix): 3 de novembro de 2021
Direção: Jeymes Samuel
Elenco: Jonathan Majors, Idris Elba, Zazie Beetz...
Gênero: Ação
Nacionalidade: EUA

Sinopse (Adoro Cinema):
Em Vingança & Castigo, quando o fora da lei Nat Love (Jonathan Majors) descobre que seu maior inimigo, Rufus Buck (Idris Elba), será libertado da prisão, ele reúne seu bando em uma busca incessante por vingança.

Avaliação:
IMDb: 6,6
Rotten: 87%
Metacritic: 68%
Filmow (média geral): 3,5
Adoro Cinema (usuários): 3,5
Kontaminantes (Matheus J. S.): 7
Avaliação


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