9 de dezembro de 2021

Kontaminantes ☣ , Bloody Hell , Filmes , TerrorHorror-filme ,

Bloody Hell

 Pôster


Ainda que 2021 tenha sido um ano onde a indústria cinematográfica teve que lidar com os impactos da Covid-19, muitos filmes bons foram apresentados. Dentre estes, destaca-se Bloody Hell, um dos mais audaciosos e divertidos longas até agora.
Em primeira análise, vale frisar que Bloody Hell é uma obra extremamente cativante. Nesse sentido, os cinco primeiros minutos de produção já são suficientes para fisgar o público, visto que a inserção de incógnitas sem uma resposta imediata se manifesta como elemento condutor do enredo. Outro aspecto que instantaneamente capta a atenção do espectador, diz respeito ao ritmo frenético com que a trama acontece, o que permite uma maior interação entre assistente e protagonista fundamentada na proficiência que a narrativa possui de entreter seu público.
Dito isso, nota-se que a ludicidade da película provém da habilidade de seu diretor (Alister Grierson) transitar entre diferentes gêneros sem perder a capacidade de extrair o melhor de cada um deles. Terror, ação, comédia, romance... todas camadas pelas quais o cineasta consegue passear com a mesma perspicácia e sagacidade, mantendo o tom entusiástico e a estrutura ímpar que caracterizam o filme como uma obra tão singular. Em face disso, o esqueleto narrativo se articula a partir de uma abordagem que desconstrói os moldes tradicionais dos gêneros supracitados, engendrando uma mescla de temas que se respalda nos diferenciais que o roteiro tem a oferecer.
Outrossim, o protagonista Rex é essencial para que o entrecho opere de forma ideal. Responsável por uma personalidade moralmente contestável, o personagem serve como fator propulsor de mistérios que vão sendo gradualmente revelados e auxiliam no processo de atração do espectador. Por sua vez, o fato de Rex dialogar consigo mesmo enseja algumas das cenas mais hilárias do longa, além de permitir que o assistente se aproxime pouco mais da figura em questão. Também vale ressaltar que os traços idiossincráticos de tal persona dão vida a um protagonista forte, inteligente e ardiloso que foge dos estereótipos propalados por produções similares. Ademais, a performance de Ben O'Toole é avassaladora, considerando que o ator transmite muito carisma e autenticidade no papel; é uma atuação marcada por um cinismo contagiante que faz o público simpatizar com ele, mesmo consciente das inclinações sádicas e o passado questionável de sua pessoa.
Em contraparte, o mesmo não pode ser dito acerca dos antagonistas. Formados pela junção de indivíduos estranhos unidos pelo laço sanguíneo, os personagens são meros arquétipos de filmes de terror burros e insípidos que não agregam inovação ou diferencial algum ao enredo. Desse modo, é patente que a participação deles acontece em função do destaque de Rex, visto que todas as suas atitudes existem para desencadear uma ação que impacte diretamente o protagonista, sem possibilitar o desenvolvimento de personalidades únicas e autônomas.
Em suma, apesar dos deslizes mencionados, Bloody Hell é uma obra divertida, engraçada e eficiente.
Matheus J. S.
 
Assista e Kontamine-se
 
Comente, Compartilhe e Siga Nosso Blog
 
Ficha Técnica:
Data de lançamento (Austrália): 08 de outubro de 2020
Direção: Alister Grierson
Elenco: Ben O'Toole, Meg Fraser, Caroline Craig…
Gênero: Terror
Nacionalidade: Austrália; Reino Unido

Sinopse (Filmow):
Um homem com um passado misterioso foge de seu país para escapar de seu próprio inferno pessoal - apenas para chegar em um lugar bem pior.
 
Avaliação:
IMDb: 6,6
Rotten: 91%
Metacritic: 52%
Filmow (média geral): 3,4
Kontaminantes (Matheus J. S.): 9
Avaliação

Nenhum comentário:

Postar um comentário