4 de janeiro de 2022

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Luca

Pôster

Lançado em meados de 2021, Luca é a aposta da Pixar para a temporada de premiações. Famoso por conta do extenso catálogo de icônicas produções, tais como Divertida Mente, Soul, Monstros S. A. e Coco, o estúdio busca repetir o sucesso que os filmes mencionados obtiveram. Entretanto, Luca é só mais uma obra genérica que pouco tem a oferecer.
A princípio, o longa tem início de forma ágil e direta que não perde tempo com meandros narrativos. É, portanto, uma introdução eficaz que apresenta o mundo fictício da animação e os parâmetros que o regem, fazendo com que o público seja imediatamente envolto pela trama prestes a se desenrolar. O mesmo pode ser dito acerca dos personagens centrais que cativam os assistentes já na primeira cena em tela. Esse efeito não é causado pelo extremo carisma ou por alguma outra característica extraordinária que o texto lhes atribui, mas sim pela simplicidade do caráter de cada um deles e pela naturalidade com que o enredo conduz as relações que regem o convívio dos indivíduos envolvidos no respectivo núcleo.
Conforme frisado acima, a película estabelece a concepção de seu universo de modo lesto. Em face disso, Luca não se aprofunda a explorar as minúcias da realidade subaquática dos seres que protagonizam a estória, permitindo, em decorrência, que o roteiro mantenha o foco em uma pequena cidade terrestre: Portorosso. A escolha pelo município italiano possibilita que o entrecho use a cultura do país para desenvolver o ambiente cenográfico, o que se manifesta através das músicas, da culinária, do sotaque dos habitantes e até mesmo por intermédio de objetos específicos que possuem sua parcela de importância na trama. Posto isto, é interessante observar como essa decisão do script difere a produção dos títulos citados no primeiro parágrafo, visto que tais obras possuíam um universo próprio. Logo, ainda que as homenagens à Itália ganhem força, eximir o espectador de um conhecimento mesmo que sucinto do mundo das criaturas marinhas é frustrante.
Outrossim, o ritmo que o filme impõe até o término do segundo ato é dinâmico e envolvente. As piadas oriundas da ignorância que os personagens têm perante a vida humana são hilárias, bem como as sequências que utilizam a interação dos elementos mundanos com os protagonistas e a maneira que estes os afetam. Sobretudo, o senso de aventura está muito presente, o que é projetado por meio das personalidades que compõem o trio principal (Luca, Alberto e Giulia) e pela sucessão de eventos que sustentam a cadência frenética do longa. No entanto, a superficialidade com que o texto aborda temas como aceitação e diferenças em seu terceiro bloco, além de recorrer às pautas para ensejar conflitos blasés durante o clímax, são fatores que afetam negativamente o desfecho da película. Ademais, vale ressaltar que as participações do antagonista Ercole são horríveis, ou seja, o personagem é enfadonho e não acrescenta nada ao entrecho.
Em suma, Luca é uma animação divertida enquanto se preocupa somente com o entretenimento do público. Contudo, a inserção de debates que jamais amadurecem e a inclusão de um vilão entediante resultam em um terceiro ato lasso que compromete a experiência como um todo.
Matheus J. S.
 
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Ficha Técnica:
Data de lançamento (Brasil): 18 de junho de 2021
Direção: Enrico Casarosa
Elenco: Jacob Tremblay, Jack Dylan Grazer, Emma Berman...
Gênero: Animação
Nacionalidade: EUA

Sinopse (Adoro Cinema):
Em Luca, acompanhamos uma história de amadurecimento sobre um jovem que vive um verão inesquecível repleto de sorvetes, massas e passeios intermináveis de scooter.

Avaliação:
IMDb: 7,5
Rotten: 91%
Metacritic: 71%
Filmow (média geral): 4,1
Adoro Cinema (usuários/adorocinema): 4,3/3,5
Kontaminantes (Matheus J. S.): 5,5
Avaliação


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